“Quem não se comunica se
trumbica”, já dizia Abelardo Barbosa, o Chacrinha. Outra frase que nos fez
lembrar o velho guerreiro: “Quem não trabalha se atrapalha”.
Essas
lembranças vieram à mente após termos lido um estudo mostrando que no máximo daqui a
três anos, o mercado de trabalho estará valorizando aqueles que demonstrarem mais habilidades na relação
interpessoal do que na parte técnica ou operacional das profissões.
O levantamento foi realizado
pelo Institute for Business Value – IBV, mantido pela conhecida
indústria de informática International Business Machines Corporation – IBM,
junto às suas representações em vários países, inclusive o Brasil.
A divulgação feita neste
mês de setembro de 2019, aponta também que nestes próximos três anos, cerca de 120 milhões de
trabalhadores das dez maiores economias do mundo precisarão se recapacitar
profissionalmente.
O motivo é o
aumento de utilização da Inteligência Artificial em quase todas as atividades tornando obrigatória não apenas técnica, mas de
comunicação. Entenderam por que fizemos menção ao Chacrinha?
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Chacrinha foi apresentador de programas populares na televisão com um poder de comunicação extraordinário |
“Aquele que souber
interagir e apresentar soluções criativas irá se sobressair”, nos explicou Edgard Cornacchione, professor da FEA/USP, em uma entrevista feita antes ainda da apresentação desse estudo.
“Os profissionais do
futuro, que tiverem bom relacionamento interpessoal dentro de seu ambiente de
trabalho terão mais facilidade de levar a seus interlocutores, propostas que
garantam o sucesso dos negócios realizados muitas vezes em situações incertas”, explicou Cornacchione.
Na entrevista, ele se referiu aos
profissionais de Contabilidade, mas a recomendação serve para todas as áreas visto que, conforme
estimativas, só no Brasil, 7,2 milhões de profissionais terão que ser treinados
em novas habilidades nestes próximos três anos.
Geralmente se espera que treinamento aconteça por iniciativa
do próprio empregador, mas também isto pode mudar, porque os mais comunicativos serão os
escolhidos.
Christiane Berlinck,
diretora de Recursos Humanos da IBM Brasil, acrescenta. “O mercado de talentos
está saturado e haverá necessidade da empresa observar na hora da contratação aqueles que podem se desenvolver mais”.
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Interação e Comunicação são as saídas para o futuro |
A pesquisa do IBV ouviu quase 6 mil Chief Executive Officer – CEOs de 48 países. O indicativo foi que 59% reclamam
de não contar com pessoas hábeis ou recursos necessários para executar
suas estratégias de negócios.
Esse estudo também lançou um desafio aos empresários: o tempo investido para capacitar um profissional em uma nova habilidade aumentou 10 vezes em apenas 4 anos.
No Brasil, por exemplo, o tempo de treinamento passou de quatro para 40 dias, ou seja, o profissional fica mais tempo fora do emprego e por tal motivo esse investimento no empregado precisa necessariamente trazer resultados favoráveis. Deste moda a escolha correta do profissional a ser capacitado também se torna mais difícil.
Os avanços na tecnologia permitiram às empresas realizar tarefas que antes cabiam somente aos seres humanos, desde então os atributos pessoais passaram a ser redirecionados.
Aqueles que souberam usar melhor as ferramentas de informática interagindo no emprego através de seus conhecimentos e de seu poder de comunicação passaram a ser valorizados por apontar as saídas.
Esse estudo também lançou um desafio aos empresários: o tempo investido para capacitar um profissional em uma nova habilidade aumentou 10 vezes em apenas 4 anos.
No Brasil, por exemplo, o tempo de treinamento passou de quatro para 40 dias, ou seja, o profissional fica mais tempo fora do emprego e por tal motivo esse investimento no empregado precisa necessariamente trazer resultados favoráveis. Deste moda a escolha correta do profissional a ser capacitado também se torna mais difícil.
Os avanços na tecnologia permitiram às empresas realizar tarefas que antes cabiam somente aos seres humanos, desde então os atributos pessoais passaram a ser redirecionados.
Aqueles que souberam usar melhor as ferramentas de informática interagindo no emprego através de seus conhecimentos e de seu poder de comunicação passaram a ser valorizados por apontar as saídas.
Nós jornalistas também tivemos que modificar conceitos e já não podemos nos limitar a escrever textos. Se faz necessário ser
multimídia, ou seja, é preciso saber falar em público, diante dos microfones
e das câmeras de televisão noticiando e se necessário de improviso.
No livro Inteligência
Emocional, de Daniel Goleman lançado em 1995, ele cita as “soft skills”,
ou seja, as capacidades mentais, emocionais e sociais que as pessoas adquirem
aatravés de suas relações culturais ou de educação. “Essas características
começam a se desenvolver já na infância e podem depois ser aplicadas em um
ambiente corporativo”, diz o escritor.
A conclusão da pesquisa
do IBV vai de encontro a essas afirmações, ao revelar que as aptidões surgem
muitas vezes espontaneamente. Por outro lado, muitos conceitos estão se
tornando obsoletos e para encarar o futuro se faz necessário disposição,
flexibilidade e adaptabilidade às mudanças.
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Charles Chaplin foi um dos mais brilhantes atores da era do cinema mudo e precisou se adaptar aos filmes falados |
De nossa parte podemos
afirmar que o futuro sempre trouxe incertezas a todas as gerações e encarar os
desafios sempre foi a única saída.
Agora todos terão que se preparar para mudanças cada vez mais rápidas no ambiente de trabalho e as empresas não ficarão
fora disso.
Se elas não fizerem nada
acreditando que serão salvas pela tecnologia, correm o risco de não progredir em seus
negócios. Investir no fator humano segue sendo a melhor alternativa.
Charles Chaplin disse em
seu discurso no filme O Grande Ditador. “Não sois máquina, seres humanos é o
que sois...”
A capacidade do
homo-sapiens segue sendo o fator primordial de sobrevivência da raça.
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