Antes de mais nada queremos deixar claro que nunca fomos
contrários à ideia de se conceder o Estádio do Pacaembu à iniciativa privada.
O que nos preocupa é a moldura apresentada à mídia pelo
Consórcio Patrimônio SP, ao nosso ver feia e ultrapassada. Estão criando um
monstrengo para a cidade, a fachada é horrível, parecerá até mesmo torta se
observada por aqueles que estiverem dentro do estádio.
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Moldura do que pode ser o monstrengo aponta que sobra espaço do lado esquerdo de quem olha de dentro do estádio |
Pois bem, existe uma proposta arquitetônica chamada
Desenho Universal. Ela parte do princípio de que onde passa uma cadeira de
rodas, todas as demais pessoas passam também.
Muitos prédios públicos antigos, na cidade de São
Paulo, passam ou já passaram por adaptações ao Desenho Universal, estão sendo
adaptados e nem todos se tornam ou se tornaram absolutamente ideais, mas isto é
compreensível. Na Casa das Rosas as adaptações foram boas.
Ocorre que em se tratando de um edifício novo, ainda
mais para um estádio de futebol, se faz necessário apresentar um design mais moderno.
Edifícios acessíveis proporcionam a retirada segura de
todas as pessoas com mobilidade reduzida ou não, em uma situações de
emergência, um prédio cheio de escadas não.
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Monstrengo visto por dentro com suas escadarias lembrando prédios escolares dos anos 1960 |
O atual projeto para o Pacaembu, como se vê nos moldes, tem escadarias para todos os lados, apresenta o inferno a quem tem mobilidade reduzida. Nada foi mostrado ainda sobre saídas externas e de
emergência.
O arquiteto que assina o projeto não teve seu nome divulgado
à mídia. Por que será? A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - FAU/USP precisa se
pronunciar, os órgãos da prefeitura também.
Repito, se deixarmos assim estaremos estão criando mais
um monstrengo para a cidade, iguais ao prédio da Faculdade de Direito no
Largo São Francisco ou o Palácio das Indústrias.
Beatriz Oliveira, assessora da concessionária Allegra
Pacaembu, não é o Consórcio Patrimônio SP, respondeu ao nosso e-mail e procurou nos
tranquilizar. “O Novo Pacaembu seguirá o conceito de acessibilidade universal e
todas as referências normativas nacionais e do município de São Paulo”, explicou.
Ela assegura que os espaços estão sendo desenhados
para acomodar cadeirantes, pessoas com dificuldade de locomoção, visualmente e
auditivamente deficientes, obesos, pessoas com cão guia e seus respectivos
acompanhantes. Mas nenhuma imagem nos foi apresentada.
Diz a assessora que a Praça da Esplanada também será
acessível, com acesso direto ao clube a aos níveis diversos do edifício
principal, inclusive a Praça Suspensa.
Beatriz Oliveira disse ainda que “o projeto executivo
que será apresentado à Prefeitura de São Paulo em até 30 dias terá todas essas
definições”. Mas a assessora conclui informando que só será possível oferecer mais
detalhes depois desse prazo. Por que não antes? Será que não tem nada pronto?
Respondemos dizendo que jornalista é gato escaldado e
acrescentamos: “Queremos entrevistar agora com os arquitetos responsáveis”.
Acrescento: Eles querem tempo para 'convencer' os órgãos gestores.
Já fizeram
assim outras vezes. Maiores exemplos são as estações do Metrô, ainda mão
adaptadas em sua totalidade.
A
FAU/USP precisa se pronunciar, estão criando um monstrengo.
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