quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Projeto arquitetônico para o Pacaembu precisa seguir proposta de Desenho Universal


Antes de mais nada queremos deixar claro que nunca fomos contrários à ideia de se conceder o Estádio do Pacaembu à iniciativa privada.

O que nos preocupa é a moldura apresentada à mídia pelo Consórcio Patrimônio SP, ao nosso ver feia e ultrapassada. Estão criando um monstrengo para a cidade, a fachada é horrível, parecerá até mesmo torta se observada por aqueles que estiverem dentro do estádio.

Moldura do que pode ser o monstrengo aponta que sobra espaço do lado esquerdo de quem olha de dentro do estádio

Pois bem, existe uma proposta arquitetônica chamada Desenho Universal. Ela parte do princípio de que onde passa uma cadeira de rodas, todas as demais pessoas passam também.

Muitos prédios públicos antigos, na cidade de São Paulo, passam ou já passaram por adaptações ao Desenho Universal, estão sendo adaptados e nem todos se tornam ou se tornaram absolutamente ideais, mas isto é compreensível. Na Casa das Rosas as adaptações foram boas.

Ocorre que em se tratando de um edifício novo, ainda mais para um estádio de futebol, se faz necessário apresentar um design mais moderno.

Edifícios acessíveis proporcionam a retirada segura de todas as pessoas com mobilidade reduzida ou não, em uma situações de emergência, um prédio cheio de escadas não.

Monstrengo visto por dentro com suas escadarias lembrando prédios escolares dos anos 1960
O atual projeto para o Pacaembu, como se vê nos moldes, tem escadarias para todos os lados, apresenta o inferno a quem tem mobilidade reduzida. Nada foi mostrado ainda sobre saídas externas e de emergência.

O arquiteto que assina o projeto não teve seu nome divulgado à mídia. Por que será? A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - FAU/USP precisa se pronunciar, os órgãos da prefeitura também.

Repito, se deixarmos assim estaremos estão criando mais um monstrengo para a cidade, iguais ao prédio da Faculdade de Direito no Largo São Francisco ou o Palácio das Indústrias.

Beatriz Oliveira, assessora da concessionária Allegra Pacaembu, não é o Consórcio Patrimônio SP, respondeu ao nosso e-mail e procurou nos tranquilizar. “O Novo Pacaembu seguirá o conceito de acessibilidade universal e todas as referências normativas nacionais e do município de São Paulo”, explicou. 

Ela assegura que os espaços estão sendo desenhados para acomodar cadeirantes, pessoas com dificuldade de locomoção, visualmente e auditivamente deficientes, obesos, pessoas com cão guia e seus respectivos acompanhantes. Mas nenhuma imagem nos foi apresentada.

Diz a assessora que a Praça da Esplanada também será acessível, com acesso direto ao clube a aos níveis diversos do edifício principal, inclusive a Praça Suspensa.

Beatriz Oliveira disse ainda que “o projeto executivo que será apresentado à Prefeitura de São Paulo em até 30 dias terá todas essas definições”. Mas a assessora conclui informando que só será possível oferecer mais detalhes depois desse prazo. Por que não antes? Será que não tem nada pronto?

Respondemos dizendo que jornalista é gato escaldado e acrescentamos: “Queremos entrevistar agora com os arquitetos responsáveis”.

Acrescento: Eles querem tempo para 'convencer' os órgãos gestores. 

Já fizeram assim outras vezes. Maiores exemplos são as estações do Metrô, ainda mão adaptadas em sua totalidade.

A FAU/USP precisa se pronunciar, estão criando um monstrengo.


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