terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Ano-Novo, ano-novo ou ano novo: Qual a forma correta de se escrever? Saiba também como surgiram os calendários


Existem três formas de se escrever e as três estão corretas, mas cada uma delas apresenta intenções comunicativas diferentes.

A palavra Ano-Novo, com hífen e maiúsculas, indica a festa de passagem de ano, ou seja, o Réveillon.

A palavra ano-novo, com hífen e minúsculas, indica o ano que começa, bem como o primeiro dia do ano.

A expressão ano novo, sem hífen e minúsculas, indica um ano que é novo, sendo o contrário de ano velho.



Origens da festa do Réveillon

Santo Agostinho, respeitado em todas as religiões cristãs por ter sido filósofo, detestava comemorar o Ano-Novo, pois dizia ser esta a “festa da loucura”. Se vivesse os dias atuais e conhecesse o carnaval, talvez mudasse de opinião.


A entrada de um novo ano é sempre um renovar de esperanças para se levar adiante os planos na busca constante de uma vida melhor.

Por pensarem assim, os franceses decidiram incrementar a festa de passagem entre um ano e outro e da conjugação do verbo réveiller, se criou o termo réveillon que em francês significa “despertar”, em alusão a uma nova era.




Os calendários e seu surgimento


Todas as culturas têm calendários anuais, seja para o ano novo chinês, judaico e outros mais.


Este nosso, foi elaborado pelos antigos romanos tendo sido aperfeiçoado ao longo dos séculos, sendo seguido até hoje em todo o ocidente.
  

A marca para se registrar a mudança entre um ano se deu a pedido de Júlio César, fundador do Império Romano, em 753 a.C.


Ao longo dos tempos, o calendário romano foi passando por sucessivas mudanças e, segundo registros, até 46 a.C. cada ano tinha apenas dez meses.


Novas alterações promoveram o surgimento do calendário juliano estipulando 12 meses e a data 1º de janeiro como dia inicial de cada nova contagem anual.


Os romanos deram o nome janeiro ao primeiro mês do ano para homenagear Jano, o deus dos portões que tinha duas faces: uma voltada para frente e a outra para trás.

O rosto das costas olhava o 31 de dezembro e o frontal para o primeiro dia do novo ano, que curiosamente até então tinha apenas dez meses.


Esta é a imagem de Jano, deus inspirador do nome janeiro
Agricultura fez aumentar o ano em dois meses

Descobriu-se que se fazia necessário criar mais dois meses, para que a conta das entradas e saídas das estações e os períodos de chuva e neve, dessem certo. 
Tal decisão facilitou a escolha das datas de agricultura para plantio e colheita

Mas se sabia que essas alterações iriam mexer com a vida e o cotidiano de muitas pessoas e por causa disso, já naquele tempo o assunto precisou passar primeiro pelo Senado Romano para só depois ser aprovado.

A mudança fez surgir um subtítulo: calendário juliano, pelo fato deste ter dois meses a mais que o anterior.

Os dois novos meses ganharam nomes em homenagem a dois antigos imperadores: Júlio César e César Augusto.

Surgiram assim os meses de julho e agosto, com 31 dias cada e situados bem no centro do calendário.

Para que a conta de 365 dias ao final de cada ano desse certo, se fez necessário suprimir dois dias de algum dos meses e o escolhido foi fevereiro que passou assim a ter 28 dias. Mais para frente quando outras alterações foram feitas para o estabelecimento dos anos bissextos, deram um dia a mais para fevereiro que a passou a ter 29 a cada quatro anos.


2020 é um ano bissexto. Fevereiro com 29 dias prova essa necessidade


Como o Senado Romano temia que houvesse confusão entre as datas, os demais meses do ano mantiveram seus antigos nomes. 


Ocorre que o mês de setembro que antes era o sétimo do ano, passou a ser o nono e novembro que era o mês nove, passou a ser o décimo-primeiro.

Dezembro continuou fechando o calendário, mas não na condição de décimo mês e sim décimo-segundo, apesar de ter mantido a mesma nomenclatura que já existia.


Cada ano tem 365 dias e seis horas. 6x4=24. Um dia inteiro a mais, entendeu?

Sobre as festas do Réveillon

No mundo uma das maiores festas de réveillon a céu aberto é a do Brasil, na Praia de Copacabana, Rio de Janeiro.  
Organizado pela prefeitura da cidade o festejo oficial dura cerca de 8 horas e tem como ápice a queima de fogos que dura cerca de 20 minutos. 

Aproximadamente 30 mil fogos de artifício são detonados de oito balsas atracadas a 360 metros da areia, num espetáculo que transforma a noite sobre a Baía de Guanabara em um festival de multicores levando às ruas mais de dois milhões de pessoas a cada virada. 


A maioria vestindo roupas brancas como a pedir paz para todos.

Em São Paulo a festa pública do réveillon acontece na Avenida Paulista, com a corrida de São Silvestre, que em seus primórdios acontecia nas tardes do dia 31 de dezembro.

Depois passou a ser no período noturno antes da virada, mas que agora ocorre nas manhãs.

Nas capitais do Nordeste a festa da virada é tão comemorada que inúmeras pessoas terminam embriagadas e desmoronam nas ruas ou na orla das praias sendo filmadas pelos noticiários de TV do dia 1o de janeiro.




No Brasil os festejos respeitam antigas tradições francesas de estourar champagnes. A tradição dos três pulinhos nas ondas do mar, no exato momento da virada, veio das crendices do folclore brasileiro inspiradas no candomblé.

O suculento prato de lentilhas servido antes da festa também é coisa nossa. 

O povo baiano tornou popular uma simpatia que é a seguinte; durante a contagem regressiva coloque sete sementes de romã na boca. 

Depois essas sementes são embrulhadas em um papel e colocadas no sol para secar. Essas sementes embrulhadas e já sequinhas passam a ser guardadas na carteira tornando possível se ganhar mais dinheiro.

Como diria Jackie Palance: "Acredite, se quiser!"

A quem ainda não experimentou essa simpatia, segue a sugestão. Quem sabe, a crise econômica termine de vez neste 2020 começando, mais uma vez, cheio de esperanças

Deste modo: Feliz Ano-Novo; Feliz ano-novo e Feliz ano novo!



Valéria Rambaldi colaborou nessa pesquisa

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Na véspera do réveillon 1999 um voo dramático e interminável sobre estradas congestionadas


Último dia de 1998, véspera de ano novo. Na função de repórter aéreo partimos do Campo de Marte, a bordo de um valente helicóptero modelo Robinson R-22 ao lado do comandante Décio Sammartino.

Seria aquele um sobrevoo gigante com início marcado para as 7 da manhã e sem horário para terminar. Previsão de paradas para o reabastecimento e apenas lanches, não haveria tempo para almoço ou jantar.

O Sistema Anchieta-Imigrantes estava congestionado da capital paulista até o litoral desde o pós-natal, 26 de dezembro e assim permaneceu mesmo após a virada de ano entre o dia 31 de dezembro de 1998 e 1° de janeiro de 1999.



Foram mais ou menos 16 horas de voo em um único dia. Se estivéssemos em um avião de carreira teríamos feito um voo São Paulo – Moscou.

Mas o nosso sobrevoo ficou restrito ao Sistema Anchieta-Imigrantes e mesmo a paisagem verde e exuberante da Mata Atlântica, cercada de represas entre essas duas estradas, chegou a cansar.

Tecnologia obsoleta aos olhos de hoje

Os telefones celulares eram a coqueluche do momento, mesmo sem o alcance da internet porque ainda não havia os smartphones, poder ligar de qualquer ponto, inclusive das estradas para qualquer outro lugar era algo fantástico.

Nossos ouvintes ligavam sem parar para a nossa emissora, a saudosa e hoje extinta Rádio Eldorado AM.

O objetivo era transmitir informações para os demais ouvintes e saber da extensão dos congestionamentos pelo repórter aéreo que do alto podia ver onde se iniciavam e terminavam as filas.

Na Imigrantes o congestionamento sentido litoral começava a partir de Diadema no sentido das praias e, na Via Anchieta, após Rudge Ramos em São Bernardo do Campo.

As rodovias do litoral: Padre Manoel da Nóbrega e Cônego Domenico Rangoni (Piaçaguera-Guarujá), também estavam travadas.

A recomendação que passamos a dar era que as pessoas não iniciassem sua viagem ou então, se o fizessem, com o conhecimento que enfrentariam os transtornos do trânsito parado.

Nossos ouvintes que telefonavam, mesmo avisados, insistiam em prosseguir.

Nossas estradas melhoraram observadas 20 anos depois

Em 1998, a atual pista de descida da Rodovia dos Imigrantes no trecho da serra ainda não existia.

Isso obrigava a empresa gestora do sistema a implantar um esquema chamado Operação Descida que consistia na inversão de mão da pista de subida da Imigrantes que passava a ter mão de direção no sentido das praias.

Abriam-se assim, mais três faixas rumo ao litoral, mas insuficientes para abrigar tantos carros. Naquele réveillon cerca 450 mil veículos viajaram nessas duas estradas.

Parece pouco se comparado aos dias atuais quando indicadores apontam a descida 1,2 milhão de veículos rumo às praias no Sistema Anchieta-Imigrantes que agora conta com sua pista de descida no trecho serra.

Também aumentou a demanda porque o trecho sul do Rodoanel naquele tempo ainda não existia.

A subida do litoral para São Paulo, naquele tempo, só se dava pela Via Anchieta para reclamação dos moradores de Santos que preferiam se ausentar da cidade nos dias de grande movimento.

A frota de veículos no Estado de São Paulo, no ano de 1998, estava acima dos quatro milhões e o trânsito parado era uma situação constante nas ruas, avenidas, bem como nas estradas, enfim em todos os lugares. 

De acordo com um levantamento da CET, a capital paulista tem agora uma frota circulante acima dos 8,6 milhões de veículos, ou seja: automóveis, motos, ônibus ou caminhões. Isto significa aproximadamente 7,4 veículos motorizados a cada 10 habitantes.

Ao todo nesta passagem de 2019 para 2020, cerca de 3,6 milhões de carros deixarão a capital paulista em direção de todas as estradas

Diante desses números se conclui que apesar do número de vias ter aumentado, estas seguem em número insuficiente em relação à quantidade de carros.

Especialistas dizem, no entanto, que a implantação de novas avenidas ou mais estradas não resolve completamente o problema do trânsito porque haverá sempre uma demanda reprimida.


Mas, naquele 31 de dezembro de 1998, por volta das 12 horas, o tempo estimado para a descida da capital até o litoral era de cinco horas para quem estivesse de carro, fosse na Anchieta ou na Imigrantes.

Dentro da cidade de São Paulo o trânsito se mostrava mais animador, intenso, mas fluindo bem.

A exceção ficava por conta da Avenida Paulista e do Centro, interditados em razão dos festejos oficiais de réveillon, mais a corrida de São Silvestre que naquele tempo acontecia na parte da tarde.

Em 1998, já havia telefones celulares em número bem grande e mesmo sem a internet e os aplicativos de hoje em dia, esses aparelhos se mostravam muito úteis. Tê-los era sinônimo de status tão importante quanto boas-roupas e um carro novo.


Isto reforçava a participação dos ouvintes-repórteres na programação da Rádio Eldorado AM naquele tempo.  As pessoas ligavam de todos os lugares ao telefone fixo 3277-1299 para saber ou dividir notícias do trânsito e aproveitavam para reclamar de vários assuntos.

Outros, já na estrada, reclamavam dos que se utilizavam do acostamento para fazer dele uma pista adicional ultrapassando ilegalmente os demais.  

Do helicóptero informávamos que os “espertinhos” encontrariam mais adiante uma viatura da Polícia Rodoviária que saberia dar uma punição correta aos desobedientes.

O sol foi se pondo, anoiteceu e os telefonemas continuavam chegando à nossa emissora. Pena que não guardei os nomes dos jovens jornalistas que naquele dia permaneceram horas e horas atendendo aqueles telefonemas.

Os ouvintes nem mais queriam saber se o tráfego estava parado porque essa era a informação recorrente.

Ligavam mesmo era para desabafar, utilizando o rádio como fonte de expressão de seu desalento.

“Em um momento como este, de confraternização entre as pessoas, não se poder brindar a virada de ano-novo na praia, é muito triste”, diziam os ouvintes para em seguida colocar a culpa nas autoridades que não construíam novas estradas.

Outros também sintonizados, expressavam sua ansiedade aguardando o momento de pisar na areia da praia e ver os fogos comemorativos da mudança.

Estar com os pés na água do mar, é para muitos brasileiros no ano-novo, uma tradição. Na hora da virada, dar pulinhos sobre as ondas ajudam a espantar o mal olhado se conquistando a sorte durante o ano inteiro.

Nós a bordo do helicóptero buscávamos dar uma palavra de consolo a essas pessoas e nossas entradas no ar pela rádio passaram a ser mais prolongadas naquele início de noite.

Passamos a comentar, entre uma informação e outra, a situação estressante daqueles que nos dias que antecederam o Natal, correram para as compras, os afazeres da ceia e agora quando queriam descansar não tinham nem o direito de tomar um banho de mar.

Sobrevoando uma rodovia abarrotada de carros, onde se cobra até hoje o pedágio mais caro do Brasil, utilizamos nossa palavra pelo rádio em solidariedade aos nossos ouvintes.

Pode parecer piegas dando sentido a uma espécie de pregação religiosa, mas era o que todos queriam ouvir.

Também para o comandante Décio Sammartino, o sacrifício de ter que voar tantas horas foi grande. Ele nos disse que também não se esquece daquele em que mais voou na sua carreira.


A cada nova decolagem após reabastecer, mais duas horas de sobrevoo. No ar, os ouvintes relatavam ter ficado 4 horas e meia ou mais na estrada para um trajeto de pouco menos de 80 quilômetros entre São Paulo e o Guarujá, por exemplo. Tais consequências acarretam prejuízos para o País pelo desperdício de combustível.

Cerca de 16 horas de trabalho ininterrupto no céu. Os assuntos variavam, os ouvintes agora cobravam policiamento eficaz e mais investimentos na construção ou ampliação das rodovias.

Busquei o imaginário dos ouvintes falando não só de uma nova pista para a Imigrantes, mas também para a Rodovia dos Tamoios duplicada em sua totalidade de São José dos Campos a Caraguatatuba, coisas que não existiam.

Outros pediam a estrada Mogi – Bertioga bem melhor que a existente na época, situação que quase não mudou até agora.

Como já estava escuro, com céu nublado, mas sem chuva e visibilidade satisfatória, pedi para o piloto diminuir a altura na fila da praça de pedágio da Imigrantes.

Assim as pessoas poderiam nos ver para ter a certeza de que não estavam sozinhas ou abandonadas, havia alguém preocupado com elas, o repórter-aéreo da Rádio Eldorado, cuja função era essa mesma, de prestar serviço dentro de veículo de comunicação.

De cima pedi algum sinal da parte deles para comprovar a audiência. Conseguimos ver algumas piscadas intermitentes de farol e ficamos felizes, com isso.

Anunciei nossa façanha pelo rádio e em seguida um senhor telefonou para contar que estava com a esposa e dois filhos pequenos no carro, todos presos no trânsito há mais de três horas tendo trafegado apenas dez quilômetros. Ao final ele disse que tudo parecia um grande pesadelo.

Caio Camargo, o apresentador de estúdio foi muito importante nesse dia, coordenando a entrada dos ouvintes, dando andamento à programação, apontando saídas, dando espaço aos desabafos.

No ar anunciou por volta das 20 horas que a previsão ainda é de tráfego ruim ainda sem prazo de solução e passa a alertar para possibilidade das pessoas passarem a virada do ano paradas na estrada.

Nosso âncora informava para os ouvintes que, se porventura estivessem pensando em retornar sem concluir o trajeto às praias que o fizessem, porque no dia seguinte haveria melhores condições de tráfego para uma viagem mais tranquila e que talvez fosse melhor assim. 

Mesmo assim os ouvintes continuaram ligando para dizer que não iriam arredar pé. “Voltar atrás depois de tanto sacrifício? Prefiro ver no que isso vai dar, disse a maioria”.

Teimosia, masoquismo, arrogância? Como explicar tal comportamento? Coisas do povo.

Tal ideia me fez imaginar o título para um filme de aventuras: “Retroceder nunca, desistir jamais”.

No purgatório à espera do paraíso, analogia que fazia sentido

A situação estava se tornando dramática também para nós funcionários da Rádio Eldorado. Tínhamos também os nossos compromissos familiares, mas o que fazer?

A decisão unânime foi anunciada no ar por Caio Camargo, a de continuar trabalhando e informar sobre as novidades até quando desse.

Do helicóptero em sobrevoo já víamos abaixo de nós os primeiros fogos do réveillon explodindo em um colorido cada vez mais intenso.

A virada de ano se aproximava com os fogos iluminando cada canto do céu embora ainda não fosse meia-noite.

O tempo se esgotava e o voo prosseguia. Perto das 23 horas, o piloto recebe o aviso que o Campo de Marte iria encerrar suas operações, o combustível também rareava, precisávamos voltar.

Retornamos à base, mas nossa equipe na rádio continuou trabalhando.

Observei do alto a cidade de São Paulo quase vazia, exceto na Avenida Paulista com milhares de pessoas acompanhando shows ao ar livre.

Quem permaneceu na capital paulista chegou sem atropelos aos seus encontros, mas para muita gente ficar em São Paulo na virada de ano não tem graça nenhuma.

Lembrei então das pessoas presas na estrada e ansiosas em chegar. De nossa parte, quase mortos de cansaço nem pensávamos mais em festa.

Antes de encerrar nossas transmissões aéreas fizemos questão de desejar aos ouvintes um Feliz Ano-Novo repleto de pistas livres para compensar aquele martírio de ficar parado sem poder sair do carro em data tão especial. 

O ano de 1999, de fato, começou com muita gente se cumprimentando em plena estrada, como se estivessem no purgatório à espera do paraíso. O congestionamento naquele 1º. de janeiro terminaria só depois por volta das quatro da madrugada.

Ao mesmo tempo aquele ano prenunciava um final de um século turbulento com falta de energia elétrica e apagões por todo o País.

Haveria depois do tão esperado e emblemático ano 2000, outra passagem de ano muita comentada. Nossa cobertura de réveillon seguinte foi a da entrada para 2001 marcando o início de um novo século. Foi também um trabalho árduo, mas abaixo do enfrentado na virada para 1999.

Novo milênio chegando

De novo as esperanças estavam renovadas, assim como agora, quando mais um ano termina e se inicia uma nova década.

Vale lembrar, certas coisas que eram usuais e modernas em 1999, hoje são obsoletas como os disquetes para computador e os aparelhos de CD Player, bem como as frequências de rádio em ondas médias.  

Alguns problemas remanescem como o trânsito sempre parado e algum novo repórter-aéreo tentando melhorar a situação de seus ouvintes ou telespectadores.

Quero assim, como naquele réveillon da passagem de 1998 para 1999, em que aconteceu o maior congestionamento que já assisti, desejar a todos do fundo do meu coração, um feliz ano-novo.

Quem sabe agora nesta década de 2020, possamos encontrar novas rotas alternativas fazendo dos nossos caminhos pela vida, trajetos de amor e de paz com qualidade de vida e menos trânsito. Feliz Ano-Novo.




segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Por que todos os anos montamos a árvore de Natal? O Papai Noel existiu como pessoa ou é coisa inventada?


Guardamos conosco scripts de programas de rádio que ajudamos a produzir, alguns deles sobre as curiosidades do Natal.


Por que as pessoas se acostumaram todos os anos a montar a árvore de Natal?

São muitas as versões que explicam essa tradição, uma delas diz que nasceu na Alemanha, quando Martim Lutero, responsável pela Reforma Protestante iniciada em 1517, utilizou um pinheiro e o enfeitou com velas para demostrar às crianças, o quanto estava iluminada a noite em que Jesus nasceu.

Também da Alemanha, outra versão dá conta que na Baviera surgiu o costume de se levar para dentro de casa um pinheiro e pendurar nele algumas frutas representando o desejo de fartura para o ano seguinte.



Antes do cristianismo, na Roma antiga se promovia uma festa de final de ano uma festa à qual se dava o nome Saturnália, em honra ao deus Saturno, que ocorria em 17 de dezembro no calendário juliano, se estendendo com festividades até 25 de dezembro


Entre outras alegorias, se penduravam pendurando máscaras em pinheiros. Depois, quando o imperador Constatino, admitiu o cristianismo entre os romanos, se determinou que o aniversário de Jesus Cristo passasse a ser comemorado no dia final correspondente à antiga festa. O pinheiro da Saturnália se transformou em Árvore de Natal.



Durante o inverno, os povos europeus, a partir da Idade Média, passaram a enfeitar suas casas com folhagens de árvores ainda verdes para alimentar a esperança de uma primavera de muitos frutos.

Para os cristãos, a bolas penduradas significam os bons frutos oferecidos por Jesus à humanidade.
Já as velas representam a presença de Cristo como, a luz que ilumina o caminho dos homens e aquece os nossos corações.
No mundo a prática ganhou impulso a partir de 1841, quando o príncipe Albert, da Inglaterra, montou uma árvore de Natal no palácio real e seus súditos passaram a imitá-lo.  

                              
Além dessas tradições, outra característica do Natal é a troca de presentes.


O costume surgiu por causa dos reis magos que levaram ao menino Jesus, ouro, incenso e mirra. 



Esse episódio é narrado no evangelho segundo Lucas, mas os nomes: Baltazar, Melchior e Gaspar para os três reis magos foram tirados de livros ou evangelhos apócrifos.

A figura do Papai Noel surgiu inspirada em São Nicolau, arcebispo de Mira, na Turquia durante o século IV.

Diz a Igreja que este religioso costumava ajudar anonimamente famílias em dificuldades financeiras.

Uma lenda em torno dá conta que todo final de ano, Nicolau colocava um saco com moedas de ouro na porta da casa de quem achava que merecia.

Foi declarado santo depois que milagres foram atribuídos ele após sua morte tendo sua tradição originado o Papai Noel.

Sua transformação em símbolo natalino aconteceu primeiro na Alemanha e de lá correu o mundo inteiro.

Nos Estados Unidos, para fortalecer o imaginário das crianças criaram a figura do Santa Claus, um misto de São Nicolau com o bom velhinho que conhecemos hoje. No imaginário, criaram até um endereço para ele, a distante a Lapônia, na Finlândia, ao lado Pólo Norte. 

Foram os norte-americanos que fantasiaram o Papai Noel nesse jeito que passamos a conhecê-lo.


Já no século 20, um anúncio da Coca-Cola deu ao Papai Noel a touca e as roupas vermelhas. Depois inventaram as renas voadoras para a distribuição de presentes nas noites que antecedem o natal.

Para muitas crianças, a triste realidade da vida começa com a notícia de que Papai Noel não existe, por isso entre os educadores surgiu certa oposição a quem ainda ensine seus filhos a acreditar no Papai Noel.

Os críticos dizem que o bom velhinho, na verdade, acaba desviando as crianças dos bons propósitos, antecipando nelas os sentimentos de egoísmo por sempre estarem a querer mais presentes e coisas melhores, mais caras a cada ano que passa.

Outros ainda ressaltam que falar em Papai Noel sendo ele uma mentira, é dar valor a um personagem eticamente incorreto.

Mais ainda, dizem os especialistas que, o Papai Noel dos nossos dias serve apenas de símbolo fictício para o consumismo exacerbado, desviando a festa do real sentido religioso.


Crianças descontentes com os presentes que ganham costumam em alguns casos serem mal agradecidas e a chorar na noite de natal, envergonhando seus pais. Mas, enfim, são opiniões.

Criança excessivamente mimada pode virar Jô depois que crescer?

Por falar em ficção, uma criança excessivamente mimada ganhou destaque depois de crescida, na novela A Dona do Pedaço exibida durante o ano de 2019, com elevados índices de audiência.

Talvez para evitar situações desagradáveis causadas pelo excesso de mimo é que, em alguns lugares da Itália se costuma dar presentes no dia de Reis, ou seja, em 6 de janeiro e não na noite que antecede ao 25 de dezembro.

Já o presépio formado por estatuetas representando o nascimento de Jesus, foi imaginado por São Francisco de Assis, em 1223.

Seja qual sua opinião, não se esqueça de lembrar que o Dia de Natal serve para reflexões por uma vida melhor, em busca de mais alegria, saúde mental, espiritual e confraternização.

Sendo assim, Feliz Natal!


Colaborou Valéria Rambaldi 

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Em busca de uma brecha no meio das nuvens em plena véspera de Natal, em mais uma das aventuras deste repórter aéreo


Luís Negro. Este é seu nome de batismo, tipo de pessoa que costumamos chamar de gente fina. Ele continua sendo um hábil e experiente piloto de helicópteros. Certa vez ele foi simpático, generoso e prestativo. Até demais!

Sempre voava conosco nos finais de semana e nos feriados, como aquele de 24 de dezembro, véspera de Natal, em 1994.

Ansiedade é o que não falta nestes dias de correria para as compras e preparativos da ceia natalina, quando à noite fazemos a tradicional entrega de presentes em família.

Mas antes dos preparativos daquele havia o nosso plantão no Estação Férias da Rádio Eldorado com sobrevoo marcado para ter início às 7 da manhã.

O trânsito se mostrava intenso dentro da cidade de São Paulo desde as primeiras horas com lentidão na Avenida 23 de Maio sentido centro, reflexo do excesso de veículos na Rua Carlos de Souza Nazaré que dá acesso à região da Rua 25 de Março.

Helicópteros destinados à cobertura do trânsito voam apenas no visual. Ficar acima das nuvens nos dava um certo receio
A população paulistana tinha também acordado cedo naquela manhã, ou para fazer compras ou seguindo viagem pelas estradas na direção das praias ou das estâncias climáticas. Era, portanto, um dia festivo mas movimentado.

Como se tratava de uma data especial, a emissora disponibilizou para nós horas a mais de voo para o nosso trabalho, devidamente pagas pelos nossos patrocinadores.

A rodovia Fernão Dias ficou parada entre a capital paulista e Atibaia, sentido Minas. Depois de um rápido pouso para reabastecimento, fomos para lá.

Após avistarmos a estrada que liga São Paulo a Minas Gerais, recebemos de nossa redação o informe que o trecho serra da Via Anchieta estava congestionado na pista de subida por causa de um acidente entre dois caminhões.

Havia repórteres de nossa emissora monitorando o Sistema Anchieta-Imigrantes no centro de operações da antiga Dersa, mas não havia como eles se deslocarem naquele momento para o trecho serra da estrada de Santos.

Comentei com o Luís Negro sobre o acidente e ele na hora se prontificou a seguir para o litoral.

Eu não esperava por aquilo, achei que o combustível não daria pelos trajetos tradicionais e até aleguei que estávamos longe do lugar, mas ele disse que conhecia uma rota aérea que facilitaria nossa chegada até Bertioga rapidamente e de lá seguiríamos para Via Anchieta.

Ajustou procedimentos e frequências no helicóptero iniciando sua trajetória sentido baixada santista. Pensei comigo: “Eu deveria ter ficado calado”. O céu estava nublado abaixo de nós.

Ele então me disse: “Fique tranquilo, assim que aparecer algum buraquinho nas nuvens eu desço”. Buraquinho? E agora? Engoli seco.
Fiquei com um certo receio, mas não tive medo, sempre fui destemido. Se não fosse não teria aceito ser repórter aéreo. Para nossa sorte, deu tudo certo. Afinal, eu estava ao lado de um ótimo piloto.

Esta foi a visão aérea que tive da travessia Guarujá-Bertioga

Bem do alto, o comandante Luís Negro ultrapassou os limites da Serra do Mar e em pleno céu fomos baixando de altura gradativamente pela brecha encontrada por ele entre as nuvens.

Saímos perto da travessia por balsas sentido de Bertioga para o Guarujá, mas notei que ainda havia névoa, agora acima de nós cobrindo o céu do litoral. E para voltar a São Paulo, como faremos?

Pensei em meus compromissos, lembrei que também eu havia planejado fazer compras com a família no período da tarde. Os shoppings estariam lotados e Luís Negro, então pai de dois filhos deveria estar pensando o mesmo. Ele iria querer se arriscar. 

Prosseguimos o sobrevoo a bordo do nosso Robinson R-22 no sentido serra da Via Anchieta, quando avistamos dois guinchos já removendo os caminhões acidentados.

Pedi prioridade à rádio e entrei no ar narrando que a pista da Anchieta estava sendo liberada, alívio para aqueles que deixavam Santos no sentido São Paulo.

Naquele tempo só havia uma pista na Imigrantes no trecho serra e a mão de direção era invertida no sentido litoral nos dias de grande movimento. Os moradores de Santos só tinham a Anchieta como opção de subida.

A névoa foi dissipando e o sol se abriu diante de nós. Voltamos para o Campo de Marte por São Bernardo do Campo, Ipiranga e Avenida do Estado.

Tivemos um Feliz Natal em família e o nosso piloto também, mas as lembranças do comandante Luís Negro procurando uma brechinha nas nuvens permanecerá para sempre, agora entre risos e recordações.


Qualquer pessoa adoraria sobrevoar as praias a bordo de um helicóptero

Veja do alto o Guarujá, a nossa pérola do Atlântico


quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Arrastado pela força do vento, nosso helicóptero voou da Serra de Santos até Mogi das Cruzes a mais de 200 por hora


Dando continuidade à nossa conversa sobre as coberturas aéreas do Estação Férias pela Rádio Eldorado e ainda citando o comandante Marcos Filippo, informo desde já que não falarei só dele. Há também de outros pilotos e “pilotas” com histórias interessantes e situações inusitadas para contar.

É que esse comandante era mesmo destemido, subiu 11 mil pés para não ser multado pelo controle aéreo no autódromo de Interlagos em um domingo de Fórmula 1 e bem do alto transmitimos o início da corrida e com ele também fizemos voos rasantes nas filas de pedágio da Rodovia dos Imigrantes.

Em outras ocasiões, quando sobrevoávamos a Via Anchieta em dias de pouco vento ele contornava as curvas da estrada de Santos para que observássemos melhor o tráfego e para que os motoristas na estrada também nos vissem. Havia uma integração perfeita dele com essa máquina que ele dizia ter ajudado trazer dos Estados Unidos para o Brasil, o Robinson R-22 Beta.

Entusiastas do Robinson R-22 o consideram a melhor aeronave de pequeno porte do mundo

O R-22, conforme já explicamos é um helicóptero com motor a pistão, para dois passageiros e como tal, tem também suas limitações. Seu motor possui sistema duplo de magnetos, totalmente independentes. Os magnetos se assemelham aos platinados usados em antigos carros.

Ambos são testados antes do voo pelo piloto, quando gastos o motor perde desempenho. Por isso sua manutenção deve ser rigidamente seguida através do Manual do Proprietário.

A Rádio Eldorado nunca teve helicópteros, alugava os aparelhos das empresas de Táxi Aéreo.

Vale ressaltar, entretanto, que um acidente aéreo resulta do alinhamento de vários pequenos problemas. Por isso, embora uma vez tenha caído a bordo de um deles, ainda considero o R-22 uma aeronave segura

Seguindo-se estritamente o manual, se obedecendo as imposições da meteorologia voa-se com tranquilidade dentro de um R-22. Os riscos aumentam debaixo de tempestades, mas quando se está no alto dá para ver em que lado está a chuva nas tardes de verão. Assim, voávamos do lado oposto de onde elas estavam.

O problema é a ventania, o Robinson não suporta ventos superiores aos 20 Nós, ou seja 37,07 Km/h. Acima desse índice, pelo seu pequeno porte, o piloto corre o risco de perder o controle da aeronave.

Quando sobrevoávamos o Sistema Anchieta-Imigrantes, nosso piloto precisou seguir a rota do vento para retornarmos à base

Certa tarde de um domingo de verão, no mês de janeiro, decolamos para acompanhar a volta do paulistano das praias sobrevoando o Sistema Anchieta-Imigrantes e rodovias da baixada santista.

Nosso nível de altura estava pouco acima do topo da serra e, sem diminuir a altitude para avistarmos as estradas no trecho da baixada santista de forma a não perder contato com a central técnica da Rádio Eldorado, porque naquela tarde estávamos sem repetidora no litoral, iniciamos nossa descrição do tráfego para os ouvintes de nossa emissora.

Após a narrativa o piloto fez meia volta para retornarmos a São Paulo, mas o helicóptero não saia do lugar. A aeronave se esforçava para ir em frente, mas o vento estava muito forte.

Aguardamos alguns instantes em silêncio para ver se condutor dizia alguma coisa, mas ele se manteve em silêncio. 

Depois de uns dois minutos nos disse “Onde sair, saiu”.

Como assim, onde sair saiu? Mas não houve resposta.

O piloto então colocou o helicóptero na posição favorável ao vento e seguimos voando, mas a uma velocidade bem acima do normal, em torno dos 110 Nós, conforme o que víamos registrado no painel, ou seja, 203 Km/h.

O helicóptero começou a chacoalhar meio aos trancos e barrancos, mas seguíamos em boa altura sob controle do nosso piloto.

Perdemos o contato visual com as estradas, víamos abaixo de nós apenas a vegetação da Serra do Mar.


Meu Deus, onde iremos sair? 

Saímos sobre a cidade de Mogi das Cruzes, somente lá o vento dissipou.

Foi esta a visão de cidade que tivemos após sermos carregados pela força do vento 


Voltamos à base sobrevoando a Rodovia Presidente Dutra que apresentava tráfego normal e a nossa chegada ao Campo de Marte com pouso tranquilo.

Ficou a experiência de um dia ter sido arrastado pela força do vento.

Pouso tranquilo a bordo de um Robinson R-22 Beta


Robinson R-22. Motor a pistão de 4 cilindros refrigerado a ar e com magnetos no lugar dos platinados


sábado, 7 de dezembro de 2019

Saiba como foi o dia em que o nosso helicóptero fez um voo proibido sobre a Fórmula 1


Conforme contamos em uma postagem anterior o comandante Marcos Felippo era um piloto muito hábil e criativo.

Partiu dele a ideia para que sobrevoássemos as filas dos pedágios em voos rasantes pedindo aos ouvintes a confirmação da audiência à nossa emissora, com um aceno ou piscada de farol do carro.

Instrutor de voo, ele nos disse ter sido um dos pioneiros na pilotagem do modelo Robinson R-22 Beta, introduzido no Brasil por ele, em especial na cidade do Rio de Janeiro, pelo final da década de 1980.

Seguindo estritamente o manual, uma aeronave de asas rotativas como o Robinson R-22, pode ser considerada um meio de transporte seguro, desde que se respeite suas restrições


O R22 é um pequeno helicóptero para duas pessoas fabricado nos Estados Unidos pela companhia Robinson Helicopter, com sede em Torrence – California. O curso de Robinson R-22 desse comandante foi feito nos Estados Unidos.

Seu baixo custo de aquisição e operação, fez dele um modelo padrão para treinamento de pilotos e ideal para a cobertura do trânsito pelas emissoras de rádio.

Como característica, possui uma alavanca de comando cíclico em forma de "Y", facilitando o acesso à cabine.

Utiliza um motor a pistão refrigerado a ar de 4 cilindros, movido à gasolina fazendo lembrar as características de um certo carrinho muito popular no Brasil que não precisaremos dizer o nome.

Na foto temos o painel do Robinson R-22 Beta. A alavanca em frente é o cíclico, uma espécie de volante, mas este da foto se encontra sem o duplo comando. A cabine desse helicóptero é menor que a parte da frente de um Fusca
Pois bem, o comandante Felippo quando voava conosco nos finais de semana de cobertura do Estação Férias pela Rádio Eldorado, costumava instalar o duplo comando e passou informalmente a nos dar aulas de pilotagem.
“Agora o helicóptero está sob seu comando faça o que quiser”, nos disse em uma tarde tranquila sobre a Rodovia dos Bandeirantes.

Percebemos que controlando sozinho, a aeronave subia e subia cada vez mais de altitude. Ele então reassumiu o controle e explicou:
“Pilotar helicóptero é parecido a soltar uma pipa, se você der linha ela sobe cada vez mais, é preciso então controlar essa linha da pipa com os braços para que a aeronave não suba.”

Mesmo assim ele costumava voar em alturas acima do padrão se achasse necessário.

Dava garantias que seus procedimentos eram feitos com segurança, “porque tenho família e contas para pagar”.

Certa vez em uma tarde de Grande Prêmio Brasil de F-1 em Interlagos fazíamos um sobrevoo para informar sobre o trânsito, mas havia o impedimento do sobrevoo de helicópteros não credenciados para a corrida sobre o autódromo, era o nosso o caso.

O piloto então nos perguntou: “Você mesmo assim gostaria de sobrevoar o autódromo?” Respondemos que sim, claro.

Ele então subiu a uma altura de 11 mil pés, ou seja, 3.352,8 metros em relação ao nível do mar.

Naquela posição não havia restrição e nem risco de multa para o piloto do helicóptero.

Lá de cima passamos a ver os helicópteros girando em torno do autódromo muito abaixo de nós. Estava próximo o início da corrida e os F-1 na pista pareciam menores que carrinhos de autorama.

Do alto pudemos informar que todo o trânsito em torno do autódromo estava tranquilo, afinal a corrida iria começar.

Esta é uma foto aérea do autódromo de Interlagos, tirada de uma altura de 3 mil pés, mas nada se compara aos 11 mil pés avistados naquele dia

Comecei a ficar com medo de que pudéssemos dar de cara com algum Boeing, mas Felippo tranquilizou dizendo que a final de pouso em Congonhas estava no sentido oposto e que não havia risco, mesmo assim iria descer para os padrões.

De volta ao Campo de Marte enquanto pousava, Marcos Felippo nos disse. “Fiz essa travessura para que você visse um pouco da corrida, você é meu brother.”

Bem, em uma próxima postagem falarei do dia em que o nosso helicóptero foi obrigado a seguir a rota do vento.