quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Entenda o que é Desenho Universal e me ajudem fiscalizar os novos gestores do Pacaembu para que sigam essa proposta


O estádio do Pacaembu está legalmente entregue à iniciativa privada, nenhuma objeção, mas as perspectivas apresentadas sobre um novo prédio a ser construído no lugar do antigo tobogã, passou para nós a preocupação de que o projeto não segue devidamente o conceito arquitetônico do Desenho Universal. Eles dizem que irão cumprir, espero que sim.

Enquanto isso, para que todos possam compreender a importância, fizemos uma breve pesquisa mostrando o quanto é necessária essa definição na hora de se projetar um edifício.

O conceito Desenho Universal, se desenvolveu entre os profissionais da área de arquitetura na Universidade da Carolina do Norte - EUA, com o objetivo de definir um projeto de produtos e ambientes para ser usado por todos, na sua máxima extensão possível, sem necessidade de adaptação ou projeto especializado para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

A proposta se define em criar produtos acessíveis para todas as pessoas, independentemente de suas características pessoais, idade, ou habilidades.

Os produtos universais acomodam uma escala larga de preferências e de habilidades individuais ou sensoriais dos usuários.

A meta é que qualquer ambiente ou produto poderá ser alcançado, manipulado e usado, independentemente do tamanho do corpo da pessoa, sua postura ou sua mobilidade.

O Desenho Universal não é uma tecnologia direcionada apenas aos que dele necessitam, é desenhado para todas as pessoas.

Pela escada o cadeirante não tem acesso, na rampa os dois se locomovem


A ideia do Desenho Universal é, justamente, evitar a necessidade de se adaptar ambientes e produtos especiais para pessoas com mobilidade reduzida, assegurando que todos possam utilizar com segurança e autonomia os diversos espaços construídos e objetos.

Em 1987, o norte-americano Ron Mace, arquiteto que usava cadeira de rodas e um respirador artificial, criou a terminologia Universal Design.

Mace acreditava que esse era o surgimento não de uma nova ciência ou estilo, mas a percepção da necessidade de aproximarmos as coisas que projetamos e produzimos, tornando-as utilizáveis por todas as pessoas.

O desenho acima é apenas um exemplo de como o acesso de todas as pessoas pode ser facilitado




Desenho Universal democratiza o espaço

O mais importante aqui é observarmos que o Desenho Universal facilita o acesso de qualquer pessoa a tudo, o direito de acesso faz parte da nossa Constituição Cidadã de 1988 e a utilização de equipamentos e serviços, equipara as pessoas nos valores da cidadania.

Na década de 1990, o próprio Ron Mace foi mais adiante e criou um grupo com arquitetos e defensores destes ideais para estabelecer os sete princípios do desenho universal. Isto ainda não ocorre no Brasil, por isso cobro a FAU/USP para que se tome uma atitude.

Estes conceitos são mundialmente adotados para qualquer programa de acessibilidade plena e o Brasil caminha nessa questão.

A senadora Mara Gabrilli costuma dizer em seus pronunciamentos: “Desenho Universal, um conceito para todos, independente de se ter ou não mobilidade reduzida”.

Desenho Universal é a liberdade colocada em prática. Leia mais detalhes sobre este conceito:

1. Igualitário – uso equiparável

São espaços, objetos e produtos que podem ser utilizados por pessoas com diferentes capacidades, tornando os ambientes iguais para todos.

2. Adaptável – uso flexível

Design de produtos ou espaços que atendem pessoas com diferentes habilidades e diversas preferências, sendo adaptáveis para qualquer uso.

3. Óbvio – uso simples e intuitivo

De fácil entendimento para que uma pessoa possa compreender, independentemente de sua experiência, conhecimento, habilidades de linguagem, ou nível de concentração.

4. Conhecido – informação de fácil percepção

Quando a informação necessária é transmitida de forma a atender as necessidades do receptador, seja ela uma pessoa estrangeira, com dificuldade de visão ou audição.

5. Seguro – tolerante ao erro

Previsto para minimizar os riscos e possíveis consequências de ações acidentais ou não intencionais.

6. Sem esforço – baixo esforço físico

Para ser usado eficientemente, com conforto e com o mínimo de fadiga.

7. Abrangente – dimensão e espaço para aproximação e uso

Que estabelece dimensões e espaços apropriados para o acesso, o alcance, a manipulação e o uso, independentemente do tamanho o corpo (obesos, anões etc.), da postura ou mobilidade do usuário (pessoas em cadeira de rodas, com carrinhos de bebê, bengalas etc.).

Fonte: Portal Educação






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