Em 2011 o digitador Carlos Mello, que é paraplégico e
mora em São Paulo, havia deixado as dependências de uma estação do Metrô, com sua
cadeira de rodas, quando foi abordado por um assaltante que lhe apontou uma
arma e disse: “Vou roubar sua cadeira para dar de presente a uma pessoa que
precisa dela mais que você”. Carlos pediu insistentemente para que o ladrão não
tomasse aquela atitude. Ele então abraçou sua vítima, pediu desculpas e a
colocou sentada no chão, indo embora e levando o equipamento de locomoção mais
precioso, para quem não pode andar, mas precisa de alguma forma ir e vir.
Desesperado, a vítima passou a gritar pedindo ajuda
até que alguém se dispôs a levá-la a uma delegacia para que prestasse queixa de
roubo. Foi lavrado um boletim de ocorrência, mas aquela cadeira de rodas jamais
foi localizada pela polícia e o digitador para voltar a trabalhar precisou
adquirir outra, arcando sozinho com todas as despesas.
Carlos Mello chegou a procurar um advogado que lhe
disse não existir no Brasil, naquele momento, nenhum tipo de seguro para cadeira
de rodas, mas felizmente agora esse quadro mudou.
Um produto inédito voltado ao mercado brasileiro com o
objetivo atender a Pessoas com Deficiência (PcD) ou mobilidade reduzida, foi
lançado em 2017, pela Companhia Sompo Seguros, atendendo também a
pessoas idosas que necessitam de equipamentos de tecnologia assistiva.
O seguro para equipamentos de mobilidade, indeniza prejuízos
causados por eventuais furtos ou roubos e ainda, o custo com reparos ou
reposição de equipamentos que não dizem respeito somente às cadeiras de rodas manuais, mas
também as motorizadas e as próteses.
Este produto oferece aos interessados a aquisição
de um Plano de Assistência 24 horas com serviços voltados a atender às
necessidades específicas de PcDs e ainda, Táxi Emergencial, Despesas Médicas
por Acidente, Rede de Cuidadores, Recolocação Profissional, Concierge
especializado no atendimento de PcD, Courrier, entre outros.
O custo das apólices vária de acordo com o valor de mercado
dos equipamentos a obterem seguro mais serviços específicos.
Para Bruno Cambraia Bahia Coutinho, gerente da área de
Affinity da Sompo Seguros, garantir a acessibilidade a essas pessoas e
igualdade de condições de vida, é algo que a sociedade como um todo deve
garantir.
“Acredito que, cada vez mais, novas tecnologias assistivas vão surgir
para garantir mais acessibilidade e qualidade de vida para esse público. O
mercado de seguros, por sua vez, deverá desenvolver coberturas adequadas que
indenizem o segurado caso a caso, de acordo com avaliação desses equipamentos”.
Deste modo, segundo o gerente, se torna difícil estabelecer uma tabela
antecipada de investimentos, como acontece, por exemplo, com os automóveis. Ele
orienta aos interessados procurar as lojas de sua empresa ou um corretor de
seguros.
Tecnologia Assistiva
A OMS - Organização Mundial da Saúde define como
tecnologia assistiva os produtos e serviços de apoio que visam manter ou
melhorar o funcionamento e a independência de um indivíduo, promovendo com
isso, seu bem-estar.
Segundo a agência da ONU – Organização das Nações
Unidas, atualmente cerca de um bilhão de pessoas no mundo necessitam de um
ou mais produtos de apoio. A estimativa é de
que, com o envelhecimento da população global e o
aumento de doenças não transmissíveis, mais de dois bilhões de pessoas vão
precisar de pelo menos um produto auxiliar até 2050, com muitas pessoas da
terceira idade precisando de dois ou mais.
PcDs no Brasil
Segundo dados do IBGE - Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, mais de 45,6 milhões de pessoas no País são PcDs.
Além disso, as projeções do instituto são de que a população brasileira com 65
anos ou mais, vai passar dos 17,6 milhões, conforme estimativas de 2017 para 30
milhões em 2030 e 58,5 milhões em 2060.
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Agradecimentos a Willian Parron - assessor de Imprensa da Sompo Seguros |
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