domingo, 29 de agosto de 2021

Cinco personalidades negras ganharão estátuas na cidade de São Paulo: Confira os nomes

Após a polêmica com a estátua do Borba Gato, a Prefeitura de São Paulo anunciou que irá erguer cinco estátuas para homenagear personalidades negras.

Estão na lista, a escritora Carolina Maria de Jesus, o atleta olímpico Adhemar Ferreira da Silva, além de Deolinda Madre, Geraldo Filme e Itamar Assumpção, três figuras da música.

Conheço a história dessas pessoas, com algumas conversei pessoalmente e começo por Geraldo Filme, o Geraldão da Barra Funda, meu xará frequentador da Rádio Eldorado.


Compositor de sambas refinados de muita poesia nas letras, gravou seu único long-play pela Gravadora Eldorado e depois se tornou amigo da casa.

Em dezembro de 1994 nos ensinou informalmente durante uma de suas visitas à Rádio Eldorado, como se avalia um desfile de escola de samba para saber se ela foi bem ou mal na avenida. 

Durante as conversas explicou com funciona a evolução e a harmonia, além de outras dicas para saber se as alegorias e os carros alegóricos estão de acordo com o samba enredo, e outros detalhes que os jurados percebem.

Naquela época o nosso programa na emissora, São Paulo de Todos os Tempos, estava há poucos meses no ar.

Aproveitei para marcar uma entrevista em estúdio com ele para o início de janeiro, após os festejos do ano novo.

Não deu tempo, Geraldo Filme morreu em 5 de janeiro de 1995, de maneira inesperada, aos 67 anos. Lembro deste dia com tristeza até hoje.

O samba “Silêncio no Bexiga”, composto por ele, faz homenagem a outro sambista que partiu precocemente e deixou saudade.

Sobre Deolinda Madre, outra figura do samba paulista que partiu desta vida em 1995, pesquisei a biografia para o meu primeiro livro.


Chamada carinhosamente de Madrinha Eunice, fundou em 1937, a Escola de Samba Lavapés, a mais antiga e maior vencedora dos carnavais de São Paulo.

Entre os anos 1940 e 1950, conquistou dez títulos consecutivos. Depois a escola começou a encolher com o surgimento de outras agremiações, mas 
sobrevive, embora nunca tenha colocado os pés no sambódromo do Anhembi.


A respeito de Carolina Maria de Jesus, autora de "Quarto de Despejo", quem me falou sobre ela foi o próprio Audálio Dantas que a entrevistou, em maio de 1958, para o jornal Folha da Noite.

Ao visitar o barraco em que vivia na Favela do Canindé, encontrou dezenas de cadernos com anotações e percebeu de imediato a força daqueles escritos para a matéria que iria redigir.

A repercussão foi tamanha que, posteriormente, os relatos se transformaram no livro best-seller, assinado pela autora e traduzido para 13 idiomas, além de adaptações para o teatro e a televisão.

Ao revisar os textos, Audálio Dantas apenas suprimiu para o livro, trechos considerados repetitivos e alterou a ortografia de algumas palavras para tornar a leitura mais palatável.


A respeito de Itamar Assumpção posso dizer que fui fã desse artista, pois compareci a vários de seus shows
 no Teatro Lira Paulistana, berço da cena alternativa musical que dominou São Paulo entre 1979 e 1985.

Em setembro de 2014, um dos fundadores do Lira, lançou o livro "Lira Paulistana - Um delírio de porão", onde é contada a trajetória do teatro que funcionou nos baixos de um edifício e de Itamar Assunção.


Do bicampeão olímpico Adhemar Ferreira da Silva, me lembro tê-lo entrevistado quando trabalhei na Rádio Capital.

Na ocasião ele se recusou a responder uma pergunta que fiz. Se era verdade que havia competido mesmo doente de tuberculose.

Confira os possíveis endereços das novas cinco estátuas:

1 – Carolina Maria de Jesus:  representando a escritora e autora de “Quarto de Despejo” e diversos outros livros.

Localização: Parque Linear Parelheiros

2 – Geraldo Filme: o músico e sambista

Localização: Praça David Raw, na Barra Funda, próximo ao antigo Largo da Banana.

3 – Adhemar Ferreira da Silva: atleta olímpico e tricampeão pan-americano em salto triplo.

Localização: Canteiro central da Avenida Braz Leme.

4 – Deolinda Madre (Madrinha Eunice): sambista e administradora

Localização: Praça da Liberdade

5 – Itamar Assumpção: cantor, compositor e musicista

Localização: Ainda não definida.

Sugiro que seja na Praça Benedito Calixto, importante espaço cultural da cidade próximo ao antigo Teatro Lira Paulistana.

Podem ainda acontecer outras alterações de endereços, pois não há uma data definida para a inauguração dessas estátuas.



Fontes
: https://guianegro.com.br/qual-sera-o-tamanho-das-cinco-novas-estatuas-negras-de-sao-paulo/

https://jornal.usp.br/cultura/carolina-maria-de-jesus-e-referencia-para-quem-contesta-o-poder/

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/08/17/carolina-de-jesus-geraldo-filme-e-outras-personalidades-negras-irao-ganhar-estatuas-na-cidade-de-sp.ghtml










sábado, 21 de agosto de 2021

Pela primeira vez na história do Brasil, TV comercial aberta fará cobertura das Paralimpíadas

Sorria meu bem, sorria!

Finalmente a mídia esportiva brasileira compreendeu que as Paralimpíadas são capazes de gerar lucros comerciais além de promover integração ainda maior entre as pessoas através do esporte.

A Rede Globo colocou no ar chamadas anunciando flashes na programação para registrar a conquista de medalhas e pódios dos brasileiros, em Tóquio, nas Paralimpíadas 2020/21.

Será a primeira vez que este tipo de transmissão ao vivo acontecerá em uma rede de televisão comercial aberta.

Pode acontecer também, pela primeira vez na história, das partidas finais do Futebol de 5 serem apresentadas ao vivo pela Globo, caso o Brasil se classifique para a semifinal e final do torneio.


Esses jogos acontecerão nas madrugadas, entre 2 e 4 de setembro, e a nossa seleção é a grande favorita ao ouro em Tóquio.

Existe inclusive a expectativa de que a narração, ao menos da final, seja feita por Galvão Bueno.

Os analistas entendem que a possibilidade do Brasil disputar a medalha de ouro diante da Argentina é muito grande, porque esses dois países são os mais fortes na modalidade.

Isto daria um ingrediente a mais para a presença do principal narrador esportivo da emissora na transmissão.

O patrocinador da Globo na Paralimpíada é o Bradesco. 

A delegação brasileira nos Jogos Paralímpicos de Tóquio conta com o patrocínio das Loterias Caixa.


Quanto à minha experiência de repórter e Pessoa Com Deficiência - PCD, posso dizer que tentei convencer diretores comerciais das emissoras onde trabalhei a buscarem anunciantes para a transmissão de boletins sobre jogos paralímpicos.

Claro que ninguém se interessou, visto que até pouco tempo atrás qualquer assunto de consumo ligado a PCDs era encarado como difícil ou quase impossível pelas restrições e até preconceito dos anunciantes.

Certa vez escutei: "A televisão existe para mostrar o que há de mais belo e 'determinadas imagens' podem constranger o telespectador e o patrocinador cai fora de algum tipo de propaganda para esse público". 

Acredite se quiser!

Agora a situação mudou, existem agências de publicidade contratando cadeirantes ou pessoas com síndrome de down para fazer anúncios.

No Fantástico, aparece uma dançarina de perna amputada que faz uso de uma prótese e toda a sequência de imagens é harmoniosa, integrada e linda.

O futebol de 5 é exclusivo para pessoas com deficiência visual. As partidas acontecem em quadras adaptadas com grama sintética.

Só o goleiro tem visão total, mas é aceito se não tiver participado de competições oficiais da Fifa nos últimos cinco anos.

Junto às linhas laterais são colocadas bandas que impedem que a bola saia do campo. 

Cada time é formado por cinco jogadores: um goleiro e quatro na linha.

Diferentemente de um estádio convencional, as partidas de futebol de 5 são silenciosas, em ambientes abertos e sem eco.

O jogo é disputado em dois tempos de 25 minutos e intervalo de 10.

A bola tem guizos internos para que os atletas consigam localizá-la e a torcida só pode se manifestar na hora do gol.

Os jogadores usam uma venda nos olhos e, se tocá-la, cometerão uma falta.

Com cinco infrações, o atleta é expulso de campo e pode ser substituído por outro jogador.

Há, ainda, um guia (chamador) que fica atrás do gol adversário para orientar os atletas do seu time.

Ele diz onde os jogadores devem se posicionar em campo e para onde devem chutar.

O técnico e o goleiro também auxiliam em quadra.

Nas Paralimpíadas do Rio, em 2016, dos canais comerciais,  somente a SporTV deu flashs e fez algumas transmissões.

De lá para cá evoluímos bastante nesse tipo de cobertura. Ainda bem!

Ao todo, 23 modalidades estão presentes nos Jogos Paralímpicos.

Para este ano em Tóquio, dois esportes foram adicionados à lista: são eles o badminton e o taekwondo.

Confira a lista completa:

Atletismo

Badminton

Basquete em cadeira de rodas

Bocha

Canoagem

Ciclismo

Esgrima em cadeira de rodas

Futebol de 5

Goalball

Halterofilismo

Hipismo

Judô

Natação

Remo

Rúgbi em cadeira de rodas

Taekwondo

Tênis de mesa

Tênis de cadeira de rodas

Tiro esportivo

Tiro com arco

Triatlo

Vôlei sentado



segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Paralimpíadas ou Paraolimpíadas? Eis a questão

Muita gente me pergunta: Por que agora se escreve paralimpíadas e não mais paraolimpíadas como se fazia antes?

A explicação é a seguinte: em novembro de 2012, durante o lançamento das logomarcas para a edição de 2016 no Rio de Janeiro, foi solicitada essa alteração por pedido do Comitê Paralímpico Internacional.

A alegação se deu pelo fato da palavra que designa o atleta paralímpico ter surgido na língua inglesa pela junção dos vocábulos ‘paraplegic’ e ‘olympic’. Daí a palavra ‘paralympic’.

Todos os países lusófonos atenderam a essa solicitação. São eles: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.

Isto posto, a palavra correta para designar o evento esportivo passou a ser escrita obrigatoriamente desta maneira: Paralimpíada.

Em 2016 o Comitê Paralímpico Brasileiro reconheceu nosso trabalho de jornalista em prol do esporte paralímpico.

Isto nos deu a honra de poder carregar em um trecho de 250 metros, a tocha acesa na Grécia durante desfile pela cidade de São Paulo.

Na época me recuperava de uma contusão na perna direita e temi não conseguir andar e carregar a tocha ao mesmo tempo,

Afinal, sou paraplégico mas nunca havia comparecido a um evento fazendo uso de cadeira de rodas.

Precisei então alugar uma e pedi para o meu sobrinho - afilhado, Gustavo de Magalhães Alves, então com 13 anos, para me conduzir.

Ele adorou a ideia porque participaria de um evento internacional e juntos fizemos o trajeto pela Avenida República do Líbano.

Pude assim ter por alguns inesquecíveis instantes a tocha paralímpica acesa em minhas mãos.


Conforme expliquei na postagem anterior, fui o primeiro a falar de paralimpíadas no rádio paulista pelos microfones da Band AM, em 1988. 

Depois me tornei repórter aéreo em sobrevoos diários pela cidade de São Paulo durante 21 anos na Rádio Eldorado.

A sensação de liberdade lá no alto é grande, mas com certeza nada se compara à emoção dos atletas paralímpicos na hora de competir.

Para chegar ao ponto onde chegaram tiveram primeiro que superar as dificuldades impostas pelas deficiências físicas ao longo da vida.


Desejo boa sorte aos atletas paralímpicos brasileiros e faço votos para que independentemente das medalhas conquistem cada vez mais a própria superação. 

As Paralimpíadas Tóquio 2020 acontecem entre 24 de agosto e 5 de setembro deste ano, no Japão.





 

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Tarcísio Meira: O maior entre os galãs de novelas em todos os tempos

 Há uma passagem importante da minha vida na qual o ator Tarcísio Meira faz parte e por isso sempre será lembrado.

Em 1971, aos 12 anos de idade, passei por um tratamento médico pré-cirúrgico da coluna vertebral denominado tração craniana.

Para isso fiquei internado e como não tínhamos TV portátil, minha mãe assistia a novela Irmãos Coragem, anotava as cenas principais e depois me contava no hospital o que tinha acontecido. 

Tarcísio para mim era o maioral, João Coragem era seu nome na novela, para mim a pessoa mais honesta e injustiçada do Brasil.


Após a cirurgia na coluna e já recuperado compareci ao Cine Astor, na Avenida Paulista, em um ônibus fretado pela escola onde estudava, para assistir ao filme Independência ou Morte, em setembro de 1972.

O filme, dirigido por Carlos Coimbra, foi lançado para comemorar os 150 anos do Grito e o jovem Tarcísio Meira fez o papel de Dom Pedro I. Sua esposa Glória Menezes, no filme interpretou a amante do imperador, a Marquesa de Santos (Domitila de Castro).

Tarcísio Meira iniciou sua carreira no teatro e foi contratado para ser o galã das novelas da TV Excelsior.

Em uma entrevista ele contou que havia alguns diretores argentinos e eles insistiam para que no Brasil se fizessem novelas. 

“A gente reagia contra, porque não era teatro, era uma coisa nova, diferente. Não nos sentíamos à vontade fazendo, mas fizemos porque éramos contratados da emissora e nos espantamos ao ver que dias depois da estreia a novela era um sucesso”, explicou o galã.


Sobre a ida para a TV Globo, em 1967, disse que sua primeira novela na emissora de Roberto Marinho foi “Sangue e Areia”, uma adaptação de Janete Clair, com direção de Daniel Filho. 

“Tudo foi feito com muito pouco recurso, minha roupa de toureiro era muito bonita. Quando tínhamos que gravar, íamos para o terraço da emissora e improvisava-se uma arena para eu tourear”, revelou Tarcísio Meira. 

O ator também fazia elogios sobre a importância de Janete para a dramaturgia brasileira e o talento dela para escrever personagens marcantes.


Quanto ao meu herói das novelas, João Coragem, o ator dizia que o papel lhe rendeu ainda mais destaque como gênio da atuação. 

A novela Irmãos Coragem foi considerada uma produção de altíssimo nível, em comparação às anteriores e foi um ponto de virada para melhor na teledramaturgia brasileira.

Depois que a gente cresce e começa a trabalhar, quase não surge tempo para assistir novelas.

O último papel de Tarcísio Meira na televisão que pude acompanhar na íntegra foi A Muralha, levada ao ar no início da década de 2000 pela Rede Globo. 

Na trama desenvolvida nos tempos da fundação de São Paulo, ele é o vilão Dom Jerônimo, um falso moralista inquisidor da Igreja.

Com sua morte, morreram para mim todos esses personagens, inclusive Dom Pedro I, a meu ver imagem e semelhança de Tarcísio Meira, o maioral das novelas.

Nunca mais, nada será como antes no coração dos fãs e admiradores da televisão brasileira. Vá Tarcísio, descanse em paz!




segunda-feira, 9 de agosto de 2021

As Paralimpíadas e o Rádio

As Paralimpíadas de Tóquio começam agora em 24 de agosto e se estendem até o dia 5 de setembro de 2021.

Neste ano a delegação brasileira terá no Japão 253 paratletas competindo em 20 modalidades.

O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro - CPB, Mizael Conrado, estima que o país irá alcançar entre 60 e 75 medalhas.


Previsões apontam para uma classificação no quadro geral de medalhas entre as 10 primeiras nações do mundo.

O CPB acredita que neste ano o Brasil chegará à sua centésima medalha de ouro, pois faltam apenas treze para atingir essa meta.

Outra previsão é superar as conquistas dos Jogos Rio 2016, quando foram 14 medalhas de ouro, 29 de prata e 29 de bronze.

Não se trata de exagero nem de soberba dos dirigentes, é que tradicionalmente o Brasil consegue mais medalhas com os paratletas do que com os atletas olímpicos.

Um dos motivos é o fato do nosso país permanecer entre os campeões mundiais de acidentes de trânsito e violência urbana.

Na reabilitação das vítimas desses infortúnios, o esporte entra como a terapia que mais ajuda na devolução da autoestima.


Contei tudo isso antes para dizer que fui o primeiro repórter a apresentar no Rádio os resultados de uma paralimpíada.

Em 1988, trabalhando para a Rádio Bandeirantes, conversei com Gilberto Frachetta, então presidente do Movimento de Defesa das Pessoas com Deficiência – MDPD.

Ele me contou que o Brasil iria participar da Paralimpíada de Seul, cujo início se daria após a Olimpíada que estava sendo disputada naquele momento na capital da Coreia do Sul.

Achei aquilo uma novidade interessante, pois confesso também desconhecia a existência de esportes olímpicos voltados a pessoas com deficiências no Brasil.


Naquele tempo não havia internet e toda notícia vinda do exterior chegava somente por teletipos, mas acreditei que viriam informes semelhantes ao da olimpíada normal.

Conversei então com o José Paulo de Andrade, na época diretor de jornalismo, meu chefe na Band AM.

Ele me autorizou falar sobre a Paralimpíada de Seul desde que fosse apenas um boletim diário no programa Bandeirantes Acontece de Antônio Carvalho, na parte da tarde.

De minha parte não imaginava que iria encontrar tantas dificuldades para obter os resultados das competições, não chegava nada pelos teletipos das agências internacionais.

Não havia nem onde ligar para obter ajuda e no fim das contas noticiei apenas a abertura e o encerramento daquela competição, ainda assim precisei "cozinhar" as notícias publicadas pela Folha de S. Paulo.

Somente agora com os recursos da tecnologia consigo explicar as dificuldades que encontrei na época.

Os Jogos Paralímpicos de 1988, disputados na Coreia do Sul, foram os primeiros a serem organizados por um comitê internacional de coordenação.

Segundo historiadores, esta edição dos jogos é considerada a gênese do movimento paralímpico moderno.

Ainda assim, houve transtornos em Seul nas questões de acessibilidade nos locais dos jogos e foi necessário construir outra vila olímpica adaptada às condições existentes.

No quadro geral de medalhas o Brasil obteve na Paralimpíada de Seul, a 25ª posição com 27 medalhas, sendo 4 de ouro, 9 de prata e 14 de bronze, quantidade maior que na olimpíada.

Naquele mesmo ano de 1988, na Olimpíada de Seul, dias antes, nossos atletas conquistaram 6 medalhas, 1 de ouro, 2 de prata e 3 de bronze e ficaram na 24ª posição.

Acredito que na Rádio Bandeirantes de hoje ninguém saiba quem foi o primeiro a falar sobre Paralimpíadas naqueles microfones, mas estou aqui para contar essas histórias.

Falarei mais ainda sobre o Rádio e as Paralimpíadas nas próximas postagens. 

Aguardem!



 

 

 

 



segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Alguém já ouviu falar em sinistro de trânsito? Mudança pode resultar na diminuição de ocorrências

O rodízio municipal veículos que restringe a circulação dentro do chamado centro-expandido voltou a vigorar na cidade de São Paulo nos moldes como ele sempre foi.

Nesta segunda-feira, 2 de agosto de 2021, deixaram de circular entre 7 e 10 da manhã e 5 da tarde e 8 da noite, os veículos com placas em final 1 e 2 e será assim por diante até sexta-feira.

Aquela restrição surgida durante a pandemia entre 11 da noite e 5 da madrugada terminou.


Com a volta da velha rotina os problemas decorrentes do trânsito que diminuíram com a pandemia, estarão de volta entre eles a sempre difícil convivência dos carros com as motos.

Por outro lado, o serviço de entregas delivery feito por motoboys e moto fretes aumentou significativamente e continua a ajudar muita gente. Isso deve ser também levado em consideração.

A utilidade desse tipo de serviço é inegável, mas ainda falta a conscientização desses motociclistas em relação ao respeito às leis do trânsito.

Tal situação coloca em risco a vida deles e de outras pessoas, especialmente os pedestres.

No ano passado perdi um amigo que morreu atropelado por uma moto quando caminhava distraído pela calçada.

A diminuição do movimento nas vias públicas, durante o período de restrição possibilitou ver inúmeras vezes motoboys avançarem os semáforos vermelhos e circularem na contramão.

A maioria que dirige assim - perigosamente - faz isso porque tem certeza da impunidade.

Você sabia que as motos só respondem por 5,5% de todas as multas aplicadas na capital pela Companhia de Engenharia de Tráfego – CET? Multados mesmo, só os donos de automóveis.


Devido à velocidade fica difícil para os fiscais anotar as placas das motos que cometem irregularidades, mas alguma medida precisa ser tomada.

Conversei com o engenheiro especializado em trânsito e transportes, Horácio Augusto Figueira, que sugere mudanças na legislação.


Para o engenheiro é necessário que as ocorrências passem a ser tratadas não mais como acidentes e sim como sinistros de trânsito.

Ele esclarece que nos termos da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, sinistro é algo que tem causa e precisa ser investigado.

O acidente, por sua vez, é tratado na legislação como algo imprevisto e o causador na maioria das vezes réu primário, acaba não sendo punido como deveria.


Conforme estatísticas levantadas por Horácio Figueira junto ao Infosiga, motociclistas estão envolvidos em 40% das mortes no trânsito paulistano e 30% dos atropelamentos são causados por motoboys que trafegam em velocidade acima do permitido.

Circulam na capital paulista, cerca de 1 milhão e 300 mil motos e, “se a fiscalização não for mais rígida os próprios motociclistas não irão se conscientizar sozinhos e podem morrer cada vez”, alerta o especialista.

De nossa parte recomendamos a todos: Tenha cuidado ao dirigir e fique vivo no trânsito, não cometendo abusos como este da foto abaixo, algo comum na periferia de São Paulo.