domingo, 30 de abril de 2023

CPI das Apostas Esportivas: Conheça um pouco da história das apostas no Brasil e dicas para apostar e ganhar

No país das contravenções a CPI das Apostas Esportivas, definida para começar neste mês de maio, alcançará algum resultado?

A proposta de autoria do líder do PSB na Câmara, deputado Felipe Carreras (PSB-PE), pretende apurar denúncias de um possível esquema de manipulação de resultados em partidas de futebol profissional.

Já faz algum tempo que a quantidade de sites de apostas vem crescendo, sinal que se trata de um negócio lucrativo, mas não muito bem explicado e regulamentado.

As conclusões dessa Comissão Parlamentar de Inquérito podem, quem sabe, levar a um projeto de lei que possibilite regulamentar de vez essa atividade de apostas de forma mais transparente.

Dia desses assisti no YouTube a propaganda de um cidadão que dá aulas sobre como escolher a combinação de números para ganhar na Lotofácil, regulamentada pela Caixa Econômica Federal.

Este professor afirma que existem números que aparecem mais vezes nos sorteios, isto me parece verdade, porque uma pessoa conhecida minha, acostumada a apostar, dizia a mesma coisa.

A razão desse mistério pode estar ligada ao astral das pessoas, mas não há sobre isso nenhum fundamento científico comprovado.

O brasileiro é por natureza supersticioso e busca nos sonhos a definição dos números ligados ao jogo do bicho.


Esse tipo de aposta surgiu em 1892, quando o Barão João Batista Viana Drummond, para atrair visitantes a um Jardim Zoológico de sua propriedade, no Rio de Janeiro, criou uma brincadeira a princípio despretenciosa e divertida.

Ao adquirir o ticket do ingresso, cada visitante recebia de brinde a figurinha de algum bicho do zoo.

No alto de um poste, bem na entrada do parque, escondia-se em uma caixa de madeira, a gravura de um dos 25 bichos da lista.

Ao final do dia, quem estivesse com a figura do animal tirada da caixinha ganhava um prêmio 20 vezes superior ao valor do ingresso.

A população gostou tanto da brincadeira que em pouco tempo, o jogo do bicho proliferou-se nos bares e depois conquistou o país todo.


Espertalhões passaram a bancar o jogo e a premiação se tornou diária, feita através de um sorteio feito sei lá por quem, cujos resultados eram colados nos postes. O ganhador recebia o prêmio no mesmo local onde apostou.

A malandragem percebeu que esse tipo de aposta era a forma ideal para lavar dinheiro sujo e pagar menos impostos.

Por esse motivo, além de outros, o jogo do bicho virou contravenção penal a partir 1941.

Na prática, entretanto, o jogo do bicho segue em funcionando na clandestinidade e sobre ele, há uma série crendices associadas aos números.

Existem até livros com orientações para se apostar com base nos sonhos, sejam eles com pessoas, animais ou até mesmo pesadelos.



No jogo do bicho cada um dos 25 grupos possui a figura de um animal e 4 outros números associados a ele, conforme a tabela acima, cujas dezenas seguem do 00 ao 99.

Quem costuma apostar na megasena sabe que a numeração vai somente do 00 ao 60. Neste caso, o apostador que se orienta pelos sonhos deve seguir a tabela dos grupos.

Se no sonho aparece algum problema sem solução, a melhor escolha é o número 12, o grupo do elefante.

Quem sonhar que está em um lugar apertado cheio de pessoas, o ideal é cravar no 13, o grupo do galo.

Como os pesadelos também valem, para acidentes ou más notícias, o bicho correspondente é o leão 16.

Sonhos com facas, garfos, colheres ou até mesmo frutas; aposte no macaco que é o grupo 17.

Água, limpeza e purificações: Águia 02.

Sorte no amor e no jogo 09 - cobra. 

Riquezas, joias, dinheiro e ouro; 23 - urso.

Se o sonho for com um cavalo branco, aposte no 11, mas se for cavalo preto ou castanho, prefira 03, correspondente ao burro.

Quem sonha com ovos crus, fritos ou cozidos não deve necessariamente apostar em aves, mas no carneiro 07.

Quem for apostar na Lotofácil ou nas tradicionais loterias de bilhetes a opção deixa de ser a dos grupos e sim a dos números ligados a eles. Essa alternativa também vale para quem aposta jogo do bicho.

Se você encontrar uma borboleta voando dentro de casa, aposte nos números que vão do 13 ao 16.

Nas ruas ao cruzar com algum gato, principalmente preto, escolha a sequência que vai do 53 ao 56.

Nos períodos de pouca chuva, a chance de dar jacaré na cabeça, é a mais provável, assim, escolha algum número com final entre 57 e 60.

Em época de Natal jogue no peru de 77 a 80 e na Páscoa, prefira o coelho do 37 ao 40.


Particularmente, não tenho o costume de apostar, nunca visitei um site de apostas esportivas e acredite: Nunca apostei no jogo do bicho.

Tudo o que escrevi me foi contado por pessoas acostumadas a apostar e que já ganharam pequenas quantias.

Se todas essas crendices dessem o resultado esperado, o Brasil seria um país de milionários.

Quero dar boas-vindas à CPI das Apostas Esportivas e que ela ajude a regulamentar também todos os outros tipos de apostas.

 

 

 

quinta-feira, 20 de abril de 2023

22 de abril: Cheio de contradições Brasil faz aniversário repleto de desigualdades, sem perder a esperança

Desde o descobrimento, há 523 anos, o Brasil segue do jeito que sempre foi, rico em belezas naturais e biodiversidade, mas repleto de intrigas e mazelas de ordem material e espiritual.

O Brasil é um país repleto de pessoas medíocres e violentas, capazes de cometer qualquer tipo de crime para se dar bem, obter dinheiro às custas dos outros, ou simplesmente ganhar notoriedade.

Não faltam também habitantes com carências de todos os tipos, cuja origem está ligada aos problemas estruturais de difícil solução aqui existentes. 

Até quando será assim? Só Deus sabe, mas o povo desta terra também é resiliente, capaz sorrir diante das adversidades. Temos o samba e o carnaval. O Brasil não se explica, se sente.

A marca registrada do nosso país no exterior ainda é o futebol, mesmo com os fracassos das últimas copas. Quando a seleção brasileira entra em campo o mundo para diante de alguma tela para assistir

Nosso time é multirracial, temos jogadores negros, brancos, morenos, loiros, mulatos, mestiços. Nenhum outro país é assim, tão diversificado em seus modos e jeito de ser quanto o nosso.

Somos a quinta maior nação do mundo em extensão territorial e população, nossas proporções continentais oferecem belezas naturais a quem nos visita e a língua portuguesa é a oitava mais falada no mundo, graças ao Brasil.

Temos virtudes e defeitos; quem mora aqui sabe dos nossos erros de conduta, corrupção, justiça falha e violência, causada em grande parte pelo conformismo ou oportunismo das autoridades.

Neste país existe um poder paralelo exercido por integrantes de facções criminosas e narcotraficantes e mais recentemente, extremistas saíram do armário para fazer discursos ódio divulgados nas redes sociais.

A miséria brasileira se escancara nas ruas de nossas grandes cidades, ao mesmo tempo em que a classe média coloca seus pais idosos nos asilos e as crianças nas creches para depois desfilar nas calçadas dos bairros e exibir seus cães de estimação.

A palavra ‘Brasil’ é repleta de significados e muito mais antiga que o nome da árvore de madeira cor de brasa, usada para colorir as roupas dos europeus do século 16. 

Em “A Viagem do Descobrimento”, Eduardo Bueno cita uma ilha mitológica, descrita por São Brandão, navegador irlandês do ano 565 da era cristã. Diz o autor que este santo, saiu mar adentro em busca de um lugar sem males ao qual batizou de 'Hy Brazil, a Terra da Bem-Aventurança'”.

Outras versões apontam que a palavra Brazil, assim mesmo com “z”, provém do celta “bress”, origem do inglês bless – que quer dizer abençoar.


Na Europa do século 16, passou a se comentar após as cartas de Américo Vespúcio, cujo nome batiza os novos continentes, que as terras descobertas se assemelhavam ao paraíso de Adão e Eva, descrito no Gênesis.

“Nas novas terras as pessoas andam nuas e despreocupadas, se alimentam dos frutos que natureza lhes oferece, sem precisar plantar ou colher”, escreveu o desbravador.

Tamanho alvoroço causou essas cartas que a Inquisição propôs a vinda dos jesuítas para “catequizar este povo pecador”.


“O Brasil nasceu dançando”, afirma o antropólogo Antônio Risério. Em uma de suas obras, exprime: “Não à toa, quando os portugueses chegaram no local que se tornaria o Brasil futuramente, os índios, ao invés de atacarem, recepcionaram os desbravadores com uma dança”.

O próprio Pero Vaz de Caminha em sua carta ao rei de Portugal descreve os habitantes do Brasil de 1500, “...andam nus, sem cobertura alguma, nem fazem caso de encobrir ou deixar de encobrir suas vergonhas...acerca disso são de grande inocência...”

Tais definições vão de encontro à obra mediúnica de Chico Xavier com a assinatura de Humberto de Campos, “Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”.

No livro é explicado que Deus reservou a este país uma população de espíritos em primeira passagem neste mundo, ainda pouco lapidados, cuja formação se deu pela união de três raças sofridas.

“Somos a miscigenação do branco injustiçado, pois muitos dos portugueses que para cá vieram, banidos do seu país, eram na maior parte inocentes, não mereciam aquela punição; assim como o negro escravizado e o índio, em seu primário estágio evolutivo...”

Do branco degredado herdamos a inquietação diante da injustiça; do negro escravizado aceitamos a submissão, a dor e o sofrimento. Do índio guardamos o espírito nômade, em certos momentos arredio.

O porquê de tudo isso? A resposta de Humberto de Campos é muito simples; “nada ensina mais a amar e a perdoar do que a dor e o sofrimento.”


Esses pareceres ajudam em parte explicar o Brasil, embora existam outros fatores que merecem análise científica mais apurada e precisa.

Se for assim, a fé e o romantismo que tão bem caracterizam o povo brasileiro, precisarão ficar de lado.

Nossa tentativa nessa breve postagem, foi a de explicar em curtas palavras como é o nosso Brasil pelo ponto de vista daquilo que observamos no dia a dia, sem entrar nas desagradáveis discussões políticas ou religiosas.

Tratamos aqui tão somente de observações, não sou sociólogo, nem antropólogo, sou cidadão brasileiro e já passei dos 60.

A experiência de vida hoje me serve de alicerce para expressar um pouco do que vivi de certo e de errado e do que aprendi neste país de muitos erros e poucos acertos.

Feliz Aniversário, Brasil – zil – zil...

 


Fontes:

Bueno, Eduardo/A Viagem do Descobrimento/Coleção Nova Brasilis Volume I/ 1998

Fontana, Riccardo/O Paraíso Terrestre de Américo Vespúcio/Editora Paralelo 15/2001

Risério, Antonio/A utopia brasileira e os movimentos negros/Editora 34/2007

Xavier, Francisco Cândido/Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho/Editora FEB/2004

quinta-feira, 13 de abril de 2023

Ruy Barbosa não ia com a cara de nenhum jogador de futebol. Por que será?

 O Campeonato Brasileiro de Futebol 2023 está começando e o acontecimento me faz lembrar Ruy Barbosa.

Como este é o ano do centenário de seu falecimento e por isso está sendo lembrado, decidi trazer esse assunto repleto de curiosidades que associa o nosso “Águia de Haia” ao futebol. 


Nosso mais ilustre jurista não chegou a fazer críticas ao futebol como prática esportiva, mas deixou claro que não gostava do comportamento dos jogadores de sua época.

O que houve foi o seguinte, em 1916 aconteceu a primeira edição do Campeonato Sul-Americano de Futebol, nome que se dava à atual Copa América e o Brasil participou.


Os jogos foram disputados em Buenos Aires, em comemoração ao Centenário da Independência da Argentina.

Participaram do certame quatro seleções: Argentina, Brasil, Chile e Uruguai. Todos jogaram entre si em turno único e o Uruguai sagrou-se campeão.

Ruy Barbosa reconhecido e admirado mundialmente, por seu discurso na Conferência Internacional pela Paz, em Haia, na Holanda, tinha também uma língua ferina, capaz de trucidar seus adversários pela força das palavras.

Hilário Franco Júnior em seu livro, “A Dança dos Deuses, Futebol, Cultura e Sociedade”, editado pela Companhia das Letras, em 2007, explica os motivos da irritação do tribuno.

Segundo o autor, um dos transtornos trazidos pela 1ª Guerra Mundial que acontecia na Europa, foi a escassez de navios no mundo todo.

Ruy Barbosa marcou viagem para a Argentina com uma delegação de juristas, a fim de participar de um congresso sobre direito internacional realizado naquele país.

A data do encontro coincidiu com o início do Campeonato Sul-Americano de Futebol e um navio foi fretado para levar a delegação comandada pelo ilustre mestre de todos os advogados.

Como sobrariam lugares na embarcação, o então ministro das Relações Exteriores, Lauro Miller, telefonou para Ruy Barbosa e avisou que colocaria os jogadores da seleção no mesmo navio.

O “Águia de Haia” ficou furioso, não aceitou a ideia, sob alegação de ter reservado camarotes para ele, esposa e filhos, além dos demais representantes convidados com suas respectivas famílias.

“Onde já se viu compartilhar nosso espaço com essa corja de vagabundos!”, esbravejou. 

Afinal, a profissão de jogador de futebol ainda não estava reconhecida no Brasil e quem ganhasse dinheiro jogando bola, era malvisto.


A seleção brasileira seguiu assim mesmo para disputar o torneio. Na ocasião nossos atletas vestiram em campo um uniforme de camisas listadas em verde-amarelo.

Só que a viagem teve que ser feita de ônibus e foram nove dias até o desembarque na Argentina. A chegada em Buenos Aires aconteceu no dia da abertura do campeonato.

O resultado não poderia ter sido outro, o Brasil perdeu na estreia e depois conseguiu apenas dois empates.

Ruy Barbosa jamais imaginou que com o passar dos anos, a imagem de nosso país ficaria associada ao futebol por ter a única seleção até agora pentacampeã do mundo.

Também não previu que o Campeonato Brasileiro seria o maior torneio interclubes do planeta Terra.

Se Ruy Barbosa estivesse vivo, para qual time de futebol iria torcer? 

Aceito sugestões de vocês torcedores e torcedoras, para a escolha do time que despertaria o carinho do nosso “Águia de Haia”, caso ainda ele estivesse entre nós.

Deixe seu comentário aqui mesmo no blog e depois divirta-se com o resultado de nossa enquete.

O Brasileirão 2023 está só começando.



 Fonte: Portal Rio Aqui