quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Bienal do Livro no Rio lança reflexões sobre a sobrevivência do livro impresso



A Bienal do Livro 2019 que começou no Rio nesta quinta-feira, 29 de agosto e vai até 8 de setembro, coloca em pauta a discussão de quem pensa em lançar um livro e obter lucros com a venda. Quem lança um livro no Brasil precisa primeiro pagar os custos da obra com o editor e a livraria para depois auferir alguma receita e isto requer um esforço tremendo. 



Diante deste desafio lançar e vender livros é uma tarefa arriscada para os novos autores, diante do momento de crise econômica em vivemos e pelo fato das redes sociais chamarem muito mais as atenções dos eventuais leitores.

Quase todos já ouviram dizer que a prática da leitura aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio, mas daí convencer alguém em ler aquilo que escrevemos é tarefa difícil que necessita além de uma boa história, sacrifícios e investimentos. 

Outro agravante é que entre os jovens, especialmente os adolescentes, o interesse maior interesse é o das redes sociais, especialmente o Instagram, os games e a Netflix. Os de nível universitário costumam dar preferências aos e-books. Quanto aos livros em papel? Bem, alguns dirão que é “coisa de velho”, mas se acredita que os impressos ainda irão resistir por mais algum tempo. Até quando ninguém sabe precisamente.

Em 2016, durante o 6° Congresso Internacional do Livro Digital promovido no Brasil pela CBL – Câmara Brasileira do Livro, ao historiador norte-americano e diretor da biblioteca da Universidade de Harvard, Robert Darnton, disse que a morte do livro impresso vem sendo prevista desde 1928, quando Walter Benjamin, ensaísta e crítico literário alemão, afirmou que o cinema e o rádio, matariam livcros. "Chegamos ao século 21 e o livro impresso segue sendo adquirido e nos Estados Unidos as publicações têm aumentado, inclusive aumentado cada ano".

O diretor-bibliotecário de Harvard, afirmou acreditar que o gosto pela leitura aumenta conforme as pessoas vão amadurecendo e que no Brasil não é diferente. Ocorre que em nosso País, o problema também está na sobrevivência econômica das editoras e livrarias, algumas ainda em recuperação judicial.

Outro evento que ocorre no Rio, é a 29ª Convenção Nacional de Livrarias, promovido pela ANL - Associação Nacional de Livrarias. O presidente dessa entidade, Bernardo Gurbanov, abordou em palestra o assunto “Livraria Sustentável”, com o objetivo de apresentar propostas de sobrevivência aos donos de livrarias que precisarão adaptar seus negócios às mudanças de hábitos de consumo, sem ficar reclamando das novas tecnologias e sim, fazendo uso delas em benefício próprio para oferecer o que há de mais moderno, desde livros digitais até mídias alternativas sem esquecer claro, do livro impresso que ainda desperta interesse nos leitores mais assíduos.

O pior já passou

Um levantamento apresentado pela ANL aponta que no Brasil todo, havia em 2012 um total de 3.481 livrarias, tendo esse número caído para 3.095, em 2014. No ano passado, a estimativa foi de 20% menos livrarias para 2019, resultando em apenas 2.600 estabelecimentos no País todo, número parecido ao que se verificava em 2006. Mesmo assim se acredita que o pior já passou.

Para Bernardo Gurbanov um sinal positivo é que na maioria das grandes cidades, as livrarias pararam de fechar. Buscando ser otimista, afirma que a crise significa a oportunidade de se inovar, propondo se transformar a livraria em um centro cultural de eventos associados a um lançamento de livro.

Para o presidente da ANL, o livreiro precisará ser um curador de eventos e, na medida em que seleciona livros para serem lançados, irá propor aos autores ou suas editoras, a organização de atividades, em torno do assunto tratado para assim despertar o interesse de um número maior número de pessoas identificadas com aquele projeto. 

“A somatória desse trabalho vai contribuir para a formação de novos leitores, claro que não vai mudar o quadro geral do País, de índice baixo de leitura, mas o livreiro e o editor poderão atuar diretamente na melhoria do interesse de todos pelos livros”, conclui Gurbanov.

A lição para aqueles que sonham em lançar seu próprio livro é que precisaremos também nos adaptar a uma linguagem escrita mais dinâmica, voltada a todas as mídias digitais para que os livros passem a despertar interesses diversos. 

Livros, sejam eles impressos ou digitais, precisarão estar associados a  sons, vozes e cada vez mais imagens. O mundo digital nos oferece essa possibilidade e para tanto teremos que ser criativos. O processo digital fez alargar horizontes, não podemos deixar passar as novas oportunidades. Ninguém vence na vida sem trabalho e dedicação.



 
Estimativas apontam: Livros digitais devem crescer 150% em vendas até 2021. Fontes; Publish News e Agência Brasil



segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Doria promete despoluir o Rio Pinheiros e leva advertência: “População não tolera mais palavras vazias”


O governador do Estado de São Paulo, João Doria, anunciou um novo pacote de obras buscando a despoluição do Pinheiros sem deixar de tocar adiante o Projeto Tietê iniciado em gestões anteriores. A proposta segue alimentando um sonho que vem de muitas décadas porque já se sabe: Despoluir os rios que cortam a Grande São Paulo é um trabalho difícil e caro aos cofres públicos.

A história da poluição do Rio Pinheiros talvez comece antes até que a do Tietê. Para a construção da Represa Billings, em 1927, foi necessário reverter o curso das águas do Pinheiros que assim passou a correr para trás sendo que as águas do Tietê passaram a ser bombeadas para dentro do canal. Com a poluição deste, o rio antigamente chamado Jurubatuba, também ficou sujo e contagiou a represa criada para movimentar as turbinas que levaram a energia elétrica até a cidade de Santos.

Promulgada em 1997, a Lei Estadual de Proteção dos Mananciais proibiu que as águas do Pinheiros continuassem sendo lançadas na Billings, mesmo assim agora, para pelo menos maquiar o Pinheiros será necessário impedir que os esgotos, lixo e todo tipo de sujeira continuem sendo lançados.

Este projeto apresentado pelo governador João Doria, prevê para o Pinheiros investimentos na ordem de R$ 1,5 bilhão, se dividindo a bacia entre o Cebolão e Interlagos, em 14 áreas para a busca de mais R$ 3 bilhões com investidores estrangeiros, em especial da Inglaterra e da China, onde esteve recentemente buscando parcerias.



O plano é concluir as concorrências até o final do ano. Além disso, a Secretaria da Fazenda e Planejamento, declarou que aguarda um novo Marco Legal do Saneamento para trabalhar na privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - Sabesp, autora do projeto e considerada uma das mais eficientes empresas nas áreas de água e esgotos do País. Percebem como esse trabalho será difícil?

Pinheiros e Tietê, uma só causa ambiental

A luta para se devolver vida aos rios que circundam a Grande São Paulo não vem de agora, ganhou força quando da Campanha de Despoluição do Rio Tietê, iniciada pela Rádio Eldorado, em 1990, da qual participamos na busca de apoio para um grande abaixo-assinado que obteve numa época em que não havia internet e muito menos redes sociais, cerca de 2,5 milhões de assinaturas. Tal façanha faz parte das glórias de minha carreira, ao longo da campanha preparei inúmeras reportagens sobre o tema, algumas disponíveis em nosso Podcast*.

Em 1990, atuando como repórter aéreo, sobrevoamos de helicóptero ao lado do comandante Edgard Schaffer, a região onde está a nascente do Tietê, em Salesópolis. A história desse rio, é maravilhosa. Ele serviu de rota para as monções e os bandeirantes que ajudaram a desbravar os interiores deste Brasil. Para os ambientalistas, é um rio considerado teimoso, por contrariar a natureza e seguir para o interior, em vez de ir na direção do mar, um caminho mais curto e mais fácil. Segue então, cerca de 1.100 quilômetros recebendo mais de 80 afluentes em todo o Estado. Ainda é possível se nadar nele quando passa por cidades do interior ou mesmo se navegar após a barragem de Barra Bonita. A população de Salesópolis recebe em suas torneiras a água que desponta limpa do Tietê e a própria energia elétrica consumida nesta cidade e na vizinha Biritiba-Mirim, é gerada pelo fluxo perene deste rio em seu início.

Da campanha iniciada pela Rádio Eldorado surgiu o Projeto Tietê, dois anos depois, quando apenas 70% do esgoto residencial da Região Metropolitana de São Paulo passavam por coleta e apenas 17% tratados. Em 2017, outro levantamento apontou no mesmo trecho uma mudança gigantesca: 87% dos esgotos coletados e 66% tratados, embora, de acordo com a Agência Nacional das Águas, ainda 41% dos esgotos da Grande São Paulo continuam seguindo para o Rio Tietê in natura, ou seja, sem nenhum tipo de tratamento, o que é lamentável.

Chamado inicialmente pelos índios de Anhembi, o nome Tietê, surge pela primeira vez em um mapa oficial datado de 1748 cuja tradução da origem tupi para o português significa, “água verdadeira”. Ao longo de sua existência, chegou a oferecer descanso e lazer aos paulistanos, incluindo competições esportivas como a “Travessia de São Paulo a Nado”, prova disputada até 1942 e vencida entre outros pelo nadador João Havelange, atleta que mais tarde se tornaria presidente da FIFA. 

A morte do Tietê na Grande São Paulo foi decretada em definitivo, a partir de 1949, quando no governo Adhemar de Barros se intensifica o lançamento de esgotos residenciais diretamente no rio e se autoriza a implantação de indústrias em suas margens. Tudo em nome do progresso, mas com consequências ao meio ambiente que nem sequer eram imaginadas à época, embora com os efeitos nocivos sendo sentidos em curto prazo. Desde então, começaram a surgir os “remédios milagrosos” trazidos pelos nossos políticos, mas quase todos ineficazes.

As tentativas para despoluir os rios Pinheiros e o Tietê

A primeira iniciativa foi um plano elaborado pela empresa norte-americana Hazen & Sawyer que previa, na década de 1950, uma estação de tratamento às margens da represa Billings, na zona sul de São Paulo, e mais três pequenas estações, algo coerente visto aos olhos de hoje. Tal ação impediria o alto grau de poluição que a represa enfrenta na atualidade e ajudaria também seu principal alimentador, o Rio Pinheiros, só que nada foi feito.

Depois veio o Convênio Hibrace, uma união de três empresas que começaram a colocar em prática outro plano elaborado por uma consultoria americana, chamada Greeley & Hansen, só que o projeto errou feio na previsão do crescimento demográfico. Calcularam em 5 milhões a população da cidade de São Paulo no ano 2000 quando na verdade, a população na virada do século ultrapassaria os 10 milhões. De todo modo esse convênio resultou em duas estações de tratamento primário dos esgotos; Vila Leopoldina e Pinheiros, construídas na década de 1970 e ainda em funcionamento.

“Gênios" queriam canalizar a poluição e jogá-la em uma lagoa

Um projeto ‘genial’ apareceu na década de 1970, com o nome de Solução Integrada. A ideia era canalizar todo o esgoto lançado no Tietê para coletores às margens dos rios para depois jogar tudo em uma enorme lagoa de estabilização a ser construída em um vale próximo da Serra da Cantareira, margeando as zonas norte e oeste da cidade. Seria literalmente uma represa podre, com resultados lastimáveis como doenças, micróbios e insetos de todo tipo. Felizmente não foi adiante.

Outra proposta, ao final desta mesma década, o Projeto Sanegran - Saneamento da Grande São Paulo - este sim, aproveitando a ideia dos coletores ao longo dos rios, propunha no entanto, a construção de três gigantescas estações de tratamento - Suzano, Barueri e ABC. Considerado faraônico pela maioria dos deputados estaduais na época, mas coerente para as necessidades atuais, resultou em uma estação de tratamento em Barueri com capacidade de tratar 60 metros cúbicos de esgoto por segundo.

O Sanegran foi discutido durante a gestão do governador Paulo Egídio Martins, em 1978 e teve sua continuidade discutida durante quase 10 anos, mas amarrado por ações populares na Justiça e pela sempre alegada falta de verbas, não foi adiante. Ao mesmo tempo quantidade de esgotos lançados nos rios metropolitanos foi crescendo cada vez mais.

Implantando em 1992 pelo governo do Estado, o Projeto Tietê segue sendo administrado pela Sabesp e já consumiu mais de R$ 11 bilhões originários dos cofres públicos e de empréstimos do Banco Mundial,  sendo levado adiante nos moldes do que deveria ter sido o Sanegran, só que com anos de atraso e cinco estações de tratamento menores que as três do projeto original dos anos 70 e bem mais modestas.

Em editorial recente, o jornal O Estado de São Paulo lançou um desafio ao governador João Doria, para que seu projeto não caia na demagogia professada pelos antecessores. “O governo atual, contudo, precisará mostrar que aprendeu bem as lições amargas deixadas pelos governantes paulistas nas últimas três décadas. No início dos anos 90, o então governador Luís Antônio Fleury Filho anunciou que até o fim do mandato beberia um copo de água do Tietê. Vinte anos depois, em 2014, Geraldo Alckmin chegou a prometer a despoluição do rio até 2019”.

O Estadão também apontou a falta de integração entre os municípios e pede o empenho dos moradores, que segundo o editorial, “precisam avançar muito em sua consciência ambiental e civilidade, deixando de despejar lixo nas margens dos córregos”.

João Lara Mesquita, idealizador da Campanha pela Despoluição do Rio Tietê, levada adiante pela Rádio Eldorado em 1990, diz esperar que o governador João Doria seja mais prudente e mais empenhado na concretização de suas promessas. “A população paulista não tolera mais palavras vazias sobre seus rios”. Para o ex-diretor executivo da Rádio Eldorado, se aquilo que se promete for cumprido, a população saberá depois como retribuir.




Os rios que atravessam a Grande São Paulo trazem em suas histórias cenas alegres e tristes



Fontes:

Livros: 
Tietê, uma Promessa de Futuro para as Águas do Passado - Vicente Adorno - 1999
Tietê, o Rio do Esporte - Henrique Nicolini - 2001

Revistas:
Super Interessante: O Projeto Tietê e o sonho da despoluição - 31 de maio de 1993
Veja: Como limpar nossos rios? Uma seleção de ideias e planos bem-sucedidos - 14 de setembro de 2018


*https://soundcloud.com/user-458233949




sábado, 24 de agosto de 2019

A crise internacional que envolve a Amazônia: Conheça a trajetória de uma discussão que não termina



Como o assunto do momento é a crise internacional envolvendo a questão da Amazônia, me sinto na obrigação, pelo fato de estar levando a público meu novo blog tecer algumas considerações onde procurarei ser o mais isento possível, mas com opinião. Abaixo dessa página, há um espaço para comentários e se acharem necessário, se manifestem de maneira respeitosa para com este interlocutor.

O mundo é assim, não existe em nenhum país governante amigo do outro governante, existem sim interesses entre as nações e a princípio me parece que o se desvia do interesse principal que é exportar mais para sair da crise financeira e bem no momento em que se concretiza um acordo do Mercosul com a União Europeia surge essa polêmica em torno de um desmatamento acima do normal e as queimadas sem controle na região amazônica.

Denúncias do tipo vinham acontecendo desde o início deste ano, deixando mesmo a impressão de um viés político envolvendo tantas denúncias. Houve tempo também para monitoramento mais intenso, inclusive com os recursos existentes do Sistema Sivam, mas ao que parece o presidente Jair Bolsonaro entendeu que fosse apenas uma tentativa de seus adversários para desestabilizá-lo.

O Fundo Amazônia, assinado em 2010, era composto de recursos financeiros vindos do exterior com a finalidade de colaborar nas ações de prevenção, monitoramento, conservação e combate ao desmatamento na floresta, sendo a maior parte dos recursos vindos dos governos da Alemanha e da Noruega, com valores na casa dos 155 milhões de reais.

Ocorre que, recentemente, o ministro do Meio Qmbiente, Ricardo Salles, apontou irregularidades na gestão do fundo, mas não explicou com detalhes o que vinha acontecendo. Governantes desses dois países protestaram, afirmando que auditorias não haviam encontrado nada de irregular e que os desmatamentos estavam sim, aumentado muito.

O presidente brasileiro, por sua vez, insistiu que esses monitoramentos eram falsos, mas de novo não mostrou qualquer relatório que provasse suas palavras. Alemães e noruegueses decidiram então suspender a entrega de recursos. Em contrapartida, as redes sociais brasileiras, que apoiam Bolsonaro, passaram a divulgar na internet algumas práticas condenáveis da Noruega, como a caça às baleias e os desmatamentos na Alemanha, ao longo do século 20, embora em resposta se tenha mostrado um vídeo institucional dos alemães, informando sobre o amplo processo de reflorestamento implantado e que hoje a nação germânica tem sido uma das que mais atua na preservação do meio ambiente.

A crise se agravou quando o presidente da França, Emmanuel Macron decidiu interferir, porque na Europa a questão ambiental tem sido levada muito a sério levado por causa do efeito estufa, muito mais sentido por eles do que por nós. Os europeus entendem que a Amazônia é uma das poucas matas naturais sobreviventes e merecedora de todos os esforços pela sua preservação.

Manifestações de protesto por parte de ambientalistas contra o Brasil, aconteceram em frente à embaixada brasileira em Paris e Macron, também pressionado pelo agronegócio francês ressabiado pelo acordo com Mercosul, abriu críticas contra a postura do nosso país. Na abertura do G-7 pediu mobilização das nações desenvolvidas contra o desmatamento amazônico, propondo reuniões conjuntas com os países envolvidos, entre eles o Brasil.

Um dia antes, o presidente Bolsonaro, em rede nacional de televisão, anunciou o empenho das forças armadas no combate aos incêndios e segue no estilo de deixar a impressão que gosta de uma briga. Algo me diz que também é essa uma forma de aproximação com os Estados Unidos para quem sabe uma parceria prevendo a utilização dos recursos naturais da floresta pelos norte-americanos para mais investimentos no Brasil sem se abrir da soberania. Pode ser apenas fruto da imaginação, pois não entendo a razão para Bolsonaro alimentar tanta discussão. O que o Brasil tem a ganhar ou a perder com tudo isso? Bem, o futuro a Deus pertence.

Mapa da Região Amazônica


quinta-feira, 22 de agosto de 2019

34% dos profissionais com deficiência se sentem isolados no mercado de trabalho



Uma pesquisa sobre mercado de trabalho, realizada com mais de 1.000 participantes, aponta que 34% dos profissionais com algum tipo de deficiência contratados por empresas, se sentem isolados no ambiente onde atuam. Outras questões foram apontadas, tais como ausência de compartilhamento das ações dos colegas nas atividades dentro da empresa (37%), participação nos compromissos e objetivos (17%) e orgulho de participar da corporação (11%).

Objetivo foi compreender como esses profissionais se relacionam com a empresa, quão aceitos e úteis eles se sentem em relação às suas funções. Segundo uma pesquisa realizada pela Santo Caos – consultoria de engajamento por meio de diversidade – em parceria com a Catho, a finalidade também é a de apontar o quanto as empresas podem melhorar seu relacionamento interno a respeito do tema inclusão.

Para Guilherme Françolin, sócio da Santo Caos, a grande dificuldade das empresas é acreditar que depois de encontrar o profissional com deficiência terá que permanecer anos com ele no quadro de funcionários. “Recrutar é o primeiro passo, mas se a empresa precisa de um profissional envolvido e para isso é preciso dar voz, reconhecer e integrar este funcionário como agente ativo da organização, é necessário engajar e incluir. Não existe uma empresa que pode se dar ao luxo de desperdiçar talentos e deve enxergar isso no profissional independente de quem ele seja, esperando dele, benefícios para o negócio”.

Para a gerente sênior da Catho, Tábitha Laurino, se faz necessário se desenvolver métodos de cultura dentro da empresa, medindo as relações profissionais com o crescimento dos resultados. Logo, se um profissional com deficiência se sente inferior no ambiente de trabalho em detrimento ao restante da equipe, é papel dos líderes e gestores injetarem a inclusão de forma mais efetiva entre os times.

“Um profissional que não se sente parte de equipe, não se orgulha do seu local de trabalho, acaba não vestindo a camisa da empresa e não a compartilha suas realizações pessoais do serviço prestado e essa deve ser sim uma preocupação das empresas para poderem chegar a objetivos que vão além do cumprimento das cotas”, entende.

A pesquisa conclui que estimular a inclusão traz diversos benefícios para todos os funcionários, bem como contribui para a melhoria do ambiente organizacional, favorecendo objetivos comuns, como o aumento do nível de comprometimento, motivação, engajamento e produtividade.

Criar um ambiente de equilíbrio e maior sinergia cabe aos gestores para se obter os resultados desejados de lucratividade dos negócios e realizações pessoais.




Neve em São Paulo? Nunca houve, mas ficaram histórias



Nossos bisavós que viveram na Pauliceia, durante a década de 1910, fizeram menção em suas histórias de antigamente sobre um dia em que teria nevado em São Paulo. 

Para os mais precisos houve até uma data exata para o fenômeno: 25 de junho de 1918.

Segundo registros oficiais - porque São Paulo já tinha um observatório astronômico naquela época e exatamente na Avenida Paulista - a cidade enfrentou de fato na madrugada daquele dia, uma temperatura baixíssima seguida de forte nevoeiro que, ao chegar ao solo e encontrá-lo extremamente frio, sublimou, ou seja, passou do estado gasoso para o sólido, fenômeno conhecido como geada.

Uma antiga caderneta com os registros oficiais das condições do tempo na cidade comprova que na data citada, não havia nebulosidade, portanto, o céu estava aberto e a neve só ocorre quando há cobertura de nuvens.

A temperatura na capital paulista chegou a  -3,2 graus centígrados e o que ocorreu foi uma forte geada. A informação sobre neve em São Paulo faz parte do folclore popular. 

Nossa conclusão é que na Pauliceia moravam muitos imigrantes europeus que conheciam a neve. Eles, entretanto, desconheciam a geada e uma palavra acabou substituindo a outra. 

Os jornais do dia seguinte - 26 de junho - fizeram referências a essa madrugada gelada de 1918. O “Estadão” menciona a presença de pedras de gelo na margem do rio Tietê. “O inverno de 1918 foi muito intenso, talvez o mais frio da história registrado na cidade”, escreve José Roberto Walker em seu livro “Neve na Manhã de São Paulo” (Companhia das Letras), tendo por base para este relato, um diário coletivo escrito pela turma que daria origem à Semana de Arte Moderna de 1922.

Neste livro Walker confirma a informação do Observatório Meteorológico da Paulista, que funcionou de 1916 a 1930. No texto aparece a temperatura negativa de -3,2 graus centígrados.

O título escolhido para a publicação se deve ao fato de, naquela madrugada, que pode mesmo ter sido a mais fria da história de São Paulo, o modernista Oswald de Andrade ter relatado neste diário secreto, um encontro dele com “Miss Cyclone”, uma sedutora adolescente de 16 anos com a qual fez amor sobre um tapete macio; "com uma intensidade nunca reprisada naquela sala de pé-direito alto, desprovida de lareira". Descreveu.

Quando foram embora, Oswald e “Cyclone”, encontraram a Rua Líbero Badaró coberta pela “neve”, que ali compareceu para "saudar o amor entre um homem e uma mulher".

A neve de fato não veio e sim uma forte geada.




Lançamos nosso novo livro durante comemorações dos 100 anos do Sindcont-SP em 19 de julho de 2019: A História do Brasil sob o olhar da Contabilidade



Depois de uma carreira de jornalista iniciada nas partimos para textos mais elaborados, lançando em 2001, o nosso primeiro livro cujo título foi o mesmo de um programa que apresentamos durante 14 anos na Rádio Eldorado AM: São Paulo de Todos os Tempos que teve um segundo volume publicado em 2005 pela RG Editores.



De lá para cá não paramos mais e, atendendo a um seguimento de mercado que se abriu para nós passamos a redigir livros institucionais: A História do Brasil sob o olhar da Contabilidade – 100 anos do Sindcont-SP é o nosso sétimo livro neste segmento. Após a solenidade comemorativa do centenário deste sindicato, redigimos para o Portal Dedução, o texto que vem a seguir:

“Autoridades representativas do meio contábil de todo País estiveram reunidas na última sexta-feira, 19 de julho de 2019, para a solenidade comemorativa dos 100 anos de fundação do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo - Sindcont-SP, realizada no Buffet Torres, na capital paulista.

O presidente do Conselho Federal de Contabilidade - CFC, Zulmir Breda se fez representar pelo vice-presidente técnico, Idésio Coelho. Este, por sua vez, parabenizou a mais antiga Entidade representativa dos contadores em território paulista ao citar o legado construído ao longo de dez décadas de atividade, desejando ainda mais determinação para o enfrentamento de novos desafios surgidos a partir dos avanços tecnológicos obrigando os contadores a um aperfeiçoamento profissional contínuo. 

“O Sindcont-SP tem investido cada vez mais em educação, inclusive a distância, o que mostra o compromisso com a evolução dos tempos. Creio fortemente que este sindicato pode contribuir ainda mais para que a tecnologia seja empregada em benefício destes profissionais e da Contabilidade como um todo”, ressaltou.

O presidente do Sindcont-SP, Antonio Eugenio Cecchinato, agradeceu a presença dos amigos, dos colaboradores e das Entidades parceiras, salientando a importância das comemorações deste centenário para a profissão contábil. “Muitos foram os desafios e as dificuldades enfrentadas, mas a cada projeto, ação, serviço, sonho, empenho, oportunidades e pleitos conquistados, fomos nos fortalecendo cada vez mais para agora, 100 anos depois, continuarmos dispostos ao trabalho com um único objetivo: valorizar a Contabilidade e o trabalho dos profissionais desta área em prol da coletividade”, ressaltou para depois em tom de brincadeira convidar a todos para os festejos de 200 anos. “Falo desta maneira por saber que a Contabilidade se torna cada vez mais importante a cada dia e graças aos meios digitais hoje existentes, o trabalho do contador se tornará ainda mais sólido, rápido e eficaz”, concluiu.

As Entidades Contábeis Congraçadas do Estado de São Paulo, foram representadas pela presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRCSP), Marcia Ruiz Alcazar, que enfatizou parecer inacreditável o fato do Sindcont-SP estar completando 100 anos, “tamanha a sua jovialidade na defesa de inovações para a Classe em todo o Brasil”. Para ela o Sindicato dos Contabilistas de São Paulo tem tido um papel preponderante no acolhimento das alegações e anseios profissionais tendo ainda ajudado a capacitar com inovações um número infinito de contadores se tornando assim, “um porto seguro de defesa e valorização de nossa profissão”.

Após a cerimônia, seguiu-se um jantar dançante comemorativo e, à saída, todos os convidados receberam o livro “A História do Brasil sob o olhar da Contabilidade”, com texto e fotos realçando a dinâmica da atividade contábil no País ao longo das décadas. Os autores: Geraldo Nunes e Lenilde de León receberam cumprimentos do presidente do Sindcont-SP, Antônio Eugênio Cechinatto e demais diretores”.

A partir desta data que consideramos importante para a nossa carreira, 22 de agosto de 2019, estaremos postando quase que diariamente notícias e comentários neste blog para abordar temas variados, embora o mote de nosso trabalho profissional sempre tenha sido de assuntos ligados à História, Memória, Transportes e Mobilidade, além de Esportes, Turismo e Biodiversidade. Mais recentemente embarcamos em novos temas ligados às questões de Economia e Contabilidade, graças ao nosso trabalho de colaborador para a empresa De León Comunicações Ltda.

Pois bem, convido a todos para acompanhar minhas postagens diariamente. Sigamos em frente e interajam conosco. Abraços!

Ao centro Antonio Eugênio Cecchinato tendo ao lado os jornalistas-escritores Geraldo Nunes e Lenilde De Léon