Em 11 de setembro foi
comemorado o ‘Dia do Cerrado’, bioma responsável por 5% da biodiversidade do
planeta, que vendo pouco a pouco devastado por fatores diferentes aos da Amazônia onde a densidade populacional é bem menor. Mesmo assim o Cerrado segue rico em biodiversidade, por ser o habitat de quase 12
mil espécies de plantas, milhares de tipos diferentes de peixes,
anfíbios, répteis, aves, borboletas e outros animais.
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Corrupião é uma ave do Cerrado |
Conforme dados do Ministério do Meio Ambiente referentes a 2017, pouco mais de 8% do Cerrado é legalmente protegido
por reservas ou unidades de conservação. A maioria das unidades é de uso sustentável. O
geógrafo e professor da UnB, Fernando Luiz Sobrinho, destaca que "mesmo nas
propriedades do Cerrado de uso comercial pelo agronegócio, se faz necessário que uma porcentagem da
área seja preservada.
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Área original do Cerrado |
Das 12 mil espécies de
plantas do cerrado, mais de 400 podem ser usadas na recuperação de solos
degradados. Outras 200 têm uso medicinal e as riquezas do bioma não param por
aí. São tipicamente dele, frutos de sabor inusitado e nutrientes a perder de
vista como o pequi, buriti, mangaba, araticum e baru.
O Cerrado brasileiro
ocupa uma área de 2.036.448 km2, ou seja, cerca de 22% do território nacional. As
principais causas de sua devastação dizem respeito ao avanço das queimadas e a
retirada de suas matas para a utilização do solo para pastagens, sem a
necessária reposição. Outra parte dessa área se transformou em fornecedora de
grãos para o Brasil com destaque para a soja, voltada, principalmente, para o
mercado externo.
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Este outro mapa aponta parte da mata nativa envolvendo também caatinga e jalapão |
Avanços nos
sistemas de cultivo, estão permitindo a instalação de lavouras em locais antes
considerados pouco propícios, os solos do Cerrado são muito ácidos e apenas a
aplicação da calagem (correção do pH do solo através da adição de calcário)
pode corrigir essa dificuldade. Nesse aspecto o Brasil preservou parte do meio ambiente da região pelo
investimento da iniciativa privada em tecnologia agrícola.
Defender o meio ambiente não nos obriga necessariamente ter um posicionamento contrário ao agronegócio responsável por 21% do nosso Produto Interno Bruto podendo esse
percentual crescer ainda mais nos próximos anos. O desenvolvimento
sustentável do País pode caminhar em consonância com a preservação ambiental.
Basta lembrar que antes havia pouco interesse do poder público
em preservar esse domínio natural, visto que a não inclusão do Cerrado nas
áreas naturais de preservação durante a elaboração de nossa atual Constituição, promulgada em
1988, propiciou o avanço do desmatamento tendo depois disso o agronegócio solucionado
em parte a devastação do bioma. Cabe agora às Entidades Representativas do Agronegócio, orientar os pecuaristas no sentido de não derrubar árvores todos os anos para a criação de pastagens sem nenhuma atividade de renovação das áreas anteriormente cortadas. Há muito para ser feito em termos de preservação ambiental nesta região.
Importante se faz ressaltar que embora 8% da área do
Cerrado tenha reservas e unidades de conservação, o índice considerado muito
baixo. Vale lembrar ainda que mesmo protegidas essas áreas sofrem pressão de
grileiros e agricultores desonestos que se tiverem oportunidade farão a ocupação. Nós defendemos a
conscientização pela preservação do Cerrado que ainda resiste em nome da preservação da fauna, da flora, dos animais e da vida.
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O tucano é uma ave que também habita o Cerrado |
Fontes: Portal Brasil
Escola e Agência Brasil
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