Como se sabe, a ideia de se fabricar carros elétricos em larga escala não é de agora, vem dos anos 1970, quando o engenheiro João Conrado do Amaral Gurgel, instalou sua fábrica na cidade de Rio Claro – SP, para produzir o primeiro carro nacional movido unicamente por eletricidade, o Itaipu, em uma cerimônia cujo lançamento contou com nossa cobertura como repórter da então recém-inaugurada Rádio Capital.
O campeonato mundial de Fórmula E da atualidade, serve de referendo à iniciativa desse antigo empresário sobre a importância desta segmentação veicular. Organizado pela FIA, a primeira temporada internacional foi disputada no ano de 2014, sendo o brasileiro campeão mundial três anos depois.
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Lucas di Grassi comemora o título de campeão mundial da Fórmula E em Montreal - Canadá/2017 |
Em seu artigo para a Veja o piloto escreveu: “Já se fala na
chegada de veículos autônomos sem a utilização de motoristas, tal avanço irá
modificar a relação das pessoas com o automóvel”.
Ele também fala de reminiscências: “Quando o carro sem tração animal surgiu pelo final do século 19, as ruas de Manhattan se livraram da sujeira do esterco deixado pelos cavalos...”
Veio o século 20 e a partir especialmente dos anos 1960 começaram a ser sentidos mais intensamente os efeitos negativos do sistema de queima do combustível fóssil pelos motores.
A poluição atmosférica passou a significar sinônimo de doenças, mesmo assim o automóvel seguiu e segue sendo sinônimo de ‘status’para a sociedade, ocupando o lugar preferencial das ruas e avenidas em detrimento das pessoas.
Prefeitos e demais gestores públicos seguem mais preocupados com a circulação viária do que com os pedestres e as doenças causadas pela poluição. Os congestionamentos continuam sendo diários ocasionando a lentidão no transporte coletivo em ônibus frequentemente lotados.
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O Itaipu foi o primeiro carro elétrico fabricado na América do Sul |
Livrar-se de tudo isso de uma vez só não é fácil, mas
atenuantes podem surgir pela presença dos veículos elétricos que podem ser menores e não poluem o ar. Lucas di Grassi, também aponta os aplicativos de carona, como o Uber como atenuantes para os problemas de trânsito.“Necessariamente, ninguém mais precisará ser proprietário
de um automóvel para sair e resolver seus compromissos”. Com isso teremos possivelmente uma
diminuição no volume de tráfego daqui mais alguns anos.
Precisamos de soluções para acabar com a guerra do trânsito
Entre condutores, motociclistas e pedestres a relação continua sendo de desentendimento e violência.
Entre condutores, motociclistas e pedestres a relação continua sendo de desentendimento e violência.
Em 2018 na cidade de São Paulo, 366 motociclistas perderam
a vida em acidentes viários e 349 pedestres morreram atropelados.
Ao todo foram 849 mortes ao se somar também as 134 vítimas de colisões, representando um aumento de 6,5% em relação ao ano anterior, conforme o Portal G-1 quando divulgou números fornecidos pela prefeitura paulistana, em 23 de maio de 2019.
Ao todo foram 849 mortes ao se somar também as 134 vítimas de colisões, representando um aumento de 6,5% em relação ao ano anterior, conforme o Portal G-1 quando divulgou números fornecidos pela prefeitura paulistana, em 23 de maio de 2019.
Outra reportagem, publicada no jornal O Estado de S.
Paulo, em 19 de setembro último, traz o médico fisiatra da Rede de Reabilitação
Lucy Montoro, Dr. Fernando Quadros comentando que os acidentes com motos costumam
ser os mais graves.
“Quanto mais exposta a pessoa fica, mais
sujeita ela está a politraumatismos. Temos um levantamento de 2018 mostrando
que, de todos os acidentes envolvendo moto, cerca de 60% evoluem para algum
tipo de sequela, desde a amputação até a lesão medular, que pode causar
paraplegia ou tetraplegia, em 16% dos casos. Outros 7% são de lesão encefálica.
A maior parte da população acidentada é do sexo masculino na faixa entre os 20 e
40 anos de idade”.
O Dr. Quadros explica também que os impactos no
cotidiano de quem fica com sequelas causadas pelos acidentes de trânsito são inúmeros.“Quando a pessoa não volta a ser independente, acaba desviando para algum
familiar a função de prestar os cuidados mínimos. Este cidadão dificilmente
consegue voltar para o mesmo posto de trabalho que ocupava antes e muitos são
realocados. Em outros casos, o paciente terá que redescobrir o próprio corpo e
os rumos que dará à sua vida dali para a frente”.
Como prevenir acidentes? Essa é outra questão que devemos refletir
O que se precisa fazer para definitivamente conscientizar a população da necessidade de se evitar acidentes de trânsito, é ir apontando que só os avanços tecnológicos não irão resolver tudo.Continua sendo preciso cumprir o que determina o Código Brasileiro de Trânsito que pede educação nas escolas desde a infância para os futuros condutores no sentido de que estes comecem a entender desde cedo, porque é preciso evitar imprudências como forma de preservar vidas.
Como se chegar a isso?
Deixo o espaço aberto neste blog para comentários e reflexões. Se necessário fale comigo através das redes sociais: Twitter e Facebook. Nossa ideia básica é formatar um Instituto Paulista para a Humanização do Trânsito. Gostaram do nome? Pensem a respeito e me avisem.
Agradecimentos: Eduardo Britto e Horácio Augusto Figueira
Sou suspeito para falar, mas gostei muito do nome do instituto, e assino embaixo!
ResponderExcluirCriacao de Associação, para educação de transito, nível ensino medio e universidades. Como Associação a verba Federal é garantida, através de fundos perdidos, relacionados ao sistema de transito. O triângulo que forma a administração do trânsito, nao está sendo respeitado. Você visualiza Policiamento, Engenharia, Educação inexiste.
ResponderExcluirCaro Geraldo,
ResponderExcluirComeço citando uma frase do saudoso Roberto Scaringella: “O trânsito de São Paulo não tem solução. Tem soluções!!”
Ou seja, não existe uma solução mágica que resolva o trânsito da cidade, mas sim uma série de medidas que, juntas, tornarão o trânsito de São Paulo mais amigável.
Sobre o carro elétrico: ele é, com certeza, a tendência. No entanto, não vejo o carro elétrico como uma solução para a crise de imobilidade da cidade e sim para a redução de emissões poluentes (do ar e sonoras).
Também não concordo que a utilização de aplicativos contribua para a melhoria do trânsito, considerando que esse deslocamento corresponde a uma viagem pelo modo individual, ocupando o mesmo espaço da via que ocuparia com um veículo particular.
Nenhuma intervenção terá maior efeito na melhoria do trânsito, que a oferta de um sistema de transporte público eficiente, acessível e confiável. Paralelamente, deveria ser criado o “pedágio urbano” ou taxa de congestionamento” como defendia há décadas o saudoso mestre.
A frota circulante precisa de atenção. Não existe controle sobre os veículos quer circulam diariamente na cidade. Os veículos não passam pela inspeção anual obrigatória e há referências que 30% deixam de ser licenciados, não pagando impostos, taxas, multas etc. Nessa situação irregular, deixam de respeitar as regras básicas do trânsito. Para as motos, fala-se que a irregularidade chega a 50%...
Outro aspecto é o anacrônico processo de habilitação. Um condutor de moto, por exemplo, é formado e examinado em ambientes fechados. No dia seguinte, está disputando espaço com caminhões nas marginais.
A questão da segurança, embora a evolução venha sendo positiva, ainda pode melhorar muito. Com educação, principalmente na formação de novos condutores e também com a efetiva punição daqueles que insistem em desrespeitar as regras. A questão das motos é preocupante. Depois de um período relativamente mais tranquilo, a selvageria retornou com os motociclistas de aplicativos. É essencial um entendimento com as essas empresas de aplicativos induzindo à mudança da relação com os motociclistas contratados.
Abraços meu amigo!
Em tempo: Se puder ajudar na formatação do Instituto, estou à disposição.
O transito de veiculos no mundo inteiro so tende a piorar, pois nao ha solucoes magicas. O aumento do numero de veiculos pela construcao de predios de apartamentos concentra mais ainda os carros em areas ja dificeis. Reducao de velocidade e outras medidas que reduzao acidentes e a unica forma de conviver com o problema.
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