Um dos principais pontos turísticos da Bahia, as
praias do Morro de São Paulo, foi afetado pelas manchas de óleo. Os primeiros
registros de manchas no litoral nordestino são do dia 30 de agosto.
Ainda não há certeza sobre a origem do vazamento. Atualmente, mais de 200 localidades litorâneas registram presença de petróleo cru. De acordo com o governo da Bahia, novas manchas apareceram nesta terça-feira no litoral sul do estado.
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Foto de praia no Morro de São Paulo - BA nesta quarta-feira (23/10) |
Ao todo nove estados da região Nordeste foram
afetados. Segundo o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Eduardo Fortunato Bim e, a consultora
ambiental da Petrobras, Margareth Bilhalva, as boias cedidas pela empresa não
estão sendo suficientes para evitar que o produto continue se espalhando e poluindo a
região costeira.
Falando aos parlamentares da Comissão de Minas e Energia da
Câmara dos Deputados, Fortunato Bim explicou que as manchas navegam de maneira
errática, indo e voltando, não sendo possível saber se o processo está no fim ou
não.
“Identificar a origem dessa fonte de óleo é
fundamental para o trabalho de emergência, porque a gente ainda não sabe se está numa
ascendente ou numa descendente”, informou.
Eduardo Fortunato Bim destacou que todas as manifestações ou previsões ditas sobre o assunto não estão fundadas em bases técnicas, devido ao
desconhecimento sobre a origem de onde vazou o petróleo.
“Não temos a volumetria desse óleo, é uma situação
inédita.” Segundo o presidente do Ibama, já foram recolhidas 900 toneladas de petróleo
cru vazado. A força-tarefa do governo envolve também a Marinha, a
Petrobras e a Força Aérea Brasileira.
Cerca de 5 mil militares do Exército vão reforçar as ações de limpeza nas praias nordestinas.
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Militares do Exército já trabalham nas praias em apoio à população e demais entidades |
No momento, de acordo com o presidente do Ibama, a resposta é monitorar a costa com aviões e drones e recolher rapidamente o óleo quando ele aparece. Ele ressaltou que as pessoas não devem manipular o óleo sem proteção, porque o produto é nocivo.
Alexandre de Faria, contra-almirante da Marinha do Brasil, esclareceu que, por não ser visível em alto mar, o óleo não pode ser recolhido por navios antes de chegar às praias.
“Importante dizer que esse óleo não se dissemina na superfície e isso dificulta e mesmo impede a detecção por imagem de satélite e por esclarecimento aérea”.
Faria esclareceu que as manchas aparecem muito
próximas à costa, onde é difícil e até perigoso para os navios atuarem. “Ainda
assim, alguns navios da Marinha e da Petrobras conseguiram fazer recolhimento
no mar, próximo à costa, antes que ele tocasse a praia.”
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Praias de Alagoas, Sergipe e Pernambuco foram as mais afetadas |
Por outro lado, a Agência Lupa, especializada na
checagem de informações postadas na internet, informa que ONGs como o Projeto
Praia Limpa tem realizado mutirões de limpeza com a ajuda de voluntários para
remover o óleo das praias de Coruripe, em Alagoas.
Além disso, outras três entidades – Instituto
Verdeluz, Aquasis e Instituto Biota de Conservação –, especializadas em fauna, estão
prestando socorros a animais atingidos pelo produto, além de participar de
grupos de trabalho montados nos estados para combater o problema.
Contudo, a Agência Lupa, não informa a data em que
essas ONGs começaram a atuar. Este blogueiro, analisando no Google as
coberturas dos jornais impressos de 2 de setembro a 10 de outubro deste ano a
partir das palavras-chave: óleo e nordeste, não encontrou informações da
atuação de ONG's no combate às manchas de óleo.
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Tartarugas Marinhas estão encalhando nas praias vítimas do óleo impregnado no corpo |
No Ceará, as ONGs Instituto Verdeluz e Aquasis também
têm ajudado os animais atingidos pelo óleo e participam de um grupo de trabalho
formado pelo governo do estado em resposta à crise.
De acordo com um balanço feito pelo Verdeluz, sete das 37 tartarugas que encalharam no Ceará entre o início de setembro e meados de outubro tiveram contato com o óleo.
Fontes: Agência Brasil, Agência Câmara, Agência Lupa
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