terça-feira, 8 de outubro de 2019

Descubra lugares interessantes que existiam para se visitar e que São Paulo perdeu


São Paulo perdeu lugares interessantes de se visitar e até pontos turísticos por força de vários motivos. Como exemplo podemos citar dois observatórios astronômicos que funcionavam dentro da cidade, um deles junto ao Belvedere do Trianon, na Avenida Paulista e outro no Parque Buenos Aires, em Higienópolis. Surgiram no lugar coisas também interessantes. Nestes casos aquilo que já era bom ficou ainda melhor. Comprove.

A antiga Praça Buenos Aires depois transformada em parque oferece verde a um lugar cercado de prédios

O Observatório Meteorológico de São Paulo, inaugurado em 30 de abril de 1912, funcionou até 1936 e o Belvedere foi demolido no início da década de 1960 para dar lugar ao edifício onde funciona o Museu de Arte de São Paulo - Masp.

Com o Belvedere do Trianon demolido, deu-se início à construção do MASP em 1968 

O lugar servia de mirante para quem estava no espigão oferecendo vista privilegiada de toda a região central. Por esse motivo é que a arquiteta Lina Bo Bardi projetou o prédio que já teve o maior vão livre do mundo.

O lado posterior do Belvede. Imagine este lugar hoje com restaurante repleto de mesas e guarda-sóis

Instalado a 825 metros acima do nível do mar, o Observatório da Avenida Paulista, sob o comando de José Nunes Belfort de Mattos, chefe do Serviço Meteorológico e Astronômico do Estado de São Paulo registrou por exemplo, a temperatura de 3,2 graus negativos, na madrugada de 25 de junho de 1918, considerada a mais fria da história paulistana. 

Repleto de crianças ao seu redor temos na foto o velho Observatório da Avenida Paulista

No final da década de 1920, entretanto, o ambiente de trabalho já se mostrava inadequado para o desenvolvimento dos estudos e um novo observatório foi construído no Parque do Estado, ao lado da atual Rodovia dos Imigrantes e lá, no local agora denominado Parque das Nascentes do Ipiranga, segue em funcionamento.

O outro observatório que funcionou na Praça Buenos Aires, em Higienópolis, servia também de mirante porque sem prédios era possível observar toda a extensão do Vale do Pacaembu, recebeu telescópios e iniciou suas atividades no início da década de 1930.

Nesse tempo, ainda não havia o estádio Paulo Machado de Carvalho e o córrego Pacaembu descia límpido e a céu aberto na direção do Tietê.

O local serviu às aulas de mecânica celeste da Escola Politécnica, da Universidade de São Paulo e foi desativado em 1964 sendo posteriormente demolido para dar lugar à estátua que tem o nome Mãe.

A estátua Mãe segue ocupando local de destaque no Parque Buenos Aires


Seu autor é o artista plástico Caetano Fraccarolli cujo trabalho foi escolhido após um concurso promovido pelos Diários e Emissoras Associados. Toda em mármore, seu peso gira em torno de 20 toneladas.

Sua instalação levou seis anos para acontecer devido a uma série de discussões entre o escultor, que desejava ver a estátua na parte baixa da praça, próxima ao espelho d’água, rodeada de grama, “como se brotasse da terra” e não no alto da área circundada pela calçada de concreto.

O escultor não conseguiu convencer os gestores do parque e a estátua, inaugurada 13 de maio de 1970, foi instalada no local onde se encontra nos dias atuais, contrariando seu autor.

São Paulo perdeu algumas de suas belezas, mas ganhou outras. Coisas de uma cidade que não para de crescer.



2 comentários:

  1. Temos que agradecer ao Geraldo Nunes por nos brindar com seus relatos sobre a cidade de São Paulo.

    ResponderExcluir
  2. Um povo que não tem passado não tem futuro. Obrigado Geraldo Nunes por resgatar um pouco de nossa história.

    ResponderExcluir