Quase
um mês após o aparecimento das primeiras manchas de óleo no litoral nordestino,
pouco ainda se sabe sobre os reais responsáveis pela tragédia ambiental
noticiada pela primeira vez em 26 de setembro, embora, segundo o Ibama, o
primeiro registro de contaminação por petróleo tenha ocorrido no dia 30 de
agosto, no litoral da Paraíba.
O mapa mais recente que obtivemos na internet, indica situação muito preocupante pela quantidade de praias e Estados e municípios atingidos.
O litoral da Bahia, ainda não aparece neste mapa, mas nesta quinta-feira, 17 de outubro de 2019, o óleo chegou à Baía de Todos os Santos, na Bahia, conforme artigo assinado pela repórter Joana Oliveira para o Portal El País.
Na manhã
desta quinta, restos espessos e viscosos de petróleo chegaram à região do
Farol da Barra, um dos principais pontos turísticos da capital baiana, e às
praias de Ondina, no limite da entrada da Baía de Todos os Santos.
No total, 11 regiões do litoral soteropolitano foram atingidos, e a Limpurb, empresa municipal de limpeza urbana, informa que, até a manhã desta quinta, havia retirado 26 toneladas de óleo das praias de Salvador.
No total, 11 regiões do litoral soteropolitano foram atingidos, e a Limpurb, empresa municipal de limpeza urbana, informa que, até a manhã desta quinta, havia retirado 26 toneladas de óleo das praias de Salvador.
Representantes do Ministério Público Federal se reuniram em Brasília com a Comissão de
Meio Ambiente - CMA, do Senado, para cobrar providências no sentido de minorar os danos ambientais. Cerca de 200 toneladas da substância foram
retiradas de praias desde a primeira detecção do material há mais de 45 dias.
O
procurador federal Victor Mariz afirma que as medidas
preventivas para evitar que o problema atingisse mais praias foram insuficientes, embora a Marinha do Brasil siga monitorando os deslocamentos das manchas de óleo.
Conforme
o procurador, a investigação é complexa e nenhuma hipótese pode ser descartada
no momento. "Estão sendo monitorados os navios que passaram próximos à costa
nordestina no período em que as primeiras manchas foram avistadas.
Também estão
sendo analisadas as correntes marítimas, com apoio de oceanógrafos. Entre as
possíveis causas da tragédia ambiental, o MPF considera naufrágios,
derramamentos acidentais ou voluntários por embarcações em águas superficiais e
vazamento em plataformas.
De
acordo Carina de Oliveira, professora da Universidade de Brasília, especialista
em Direito Marítimo, enquanto não for identificado um culpado pelos danos, "a
responsabilidade passa a ser da União". Ela destacou ainda que o Plano Nacional
de Contingência - PNC prevê a centralidade do governo federal nos incidentes de
poluição por óleo.
O silêncio das ONGs
Analisando no Google as coberturas dos jornais impressos de 2 de setembro a 10 de outubro deste ano
a partir das palavras-chave: óleo e nordeste, duas coisas chamam atenção, notícias repetitivas e a falta de entrevistas com fontes especializadas.
Este
silêncio tem um resultado perverso sobre aquelas e aqueles cuja vida está
intrinsecamente ligada aos manguezais, estuários, restingas, rios e mares,
afinal, as
comunidades e povos tradicionais que vivem da pesca e da coleta dos frutos do mar são as maiores prejudicadas.
Além
do impacto no meio ambiente, as manchas trouxeram problemas para o turismo e
para comunidades de pescadores.
Bartolomeu Dias, da Associação dos Pescadores e
Quilombolas da Bahia, disse aos senadores reunidos que as pessoas que dependem do mar e de manguezais
para sobreviver estão sem fonte de renda.
O
presidente da Administração do Meio Ambiente de Sergipe, Gilvan dos Santos,
considera já se corre o risco de se perder, além da qualidade das praias, grande quantidade de espécies marinhas.
Na página no Ministério do Meio Ambiente (https://www.mma.gov.br/) o assunto sequer é tratado.
Por sua vez, em seu portal, a Marinha do Brasil informa que vem atuando desde o início do aparecimento das manchas no litoral nordestino, dia 2 de setembro, com ações de monitoramento e redução de danos.
"Esse trabalho tem sido feito por meio de inspeções ao longo do litoral da Região, divulgação de Aviso aos Navegantes (solicitando a informação tempestiva da identificação de poluição hídrica por navios em trânsito nas Águas Jurisdicionais Brasileiras - AJB), realização de Patrulhas Navais, com ênfase nas áreas Marítimas, e monitoramento dos navios que passaram pelas AJB", assegura a Marinha.
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Navio Patrulha Grajaú - Marinha do Brasil |
Fontes consultadas: Agência Senado, Portal El País, Portal G-1, Revista Carta Capital, Marinha do Brasil.
Isso ae!!
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