sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Vai viajar ao Nordeste? Confira no mapa as praias atingidas pelo vazamento de petróleo


Quase um mês após o aparecimento das primeiras manchas de óleo no litoral nordestino, pouco ainda se sabe sobre os reais responsáveis pela tragédia ambiental noticiada pela primeira vez em 26 de setembro, embora, segundo o Ibama, o primeiro registro de contaminação por petróleo tenha ocorrido no dia 30 de agosto, no litoral da Paraíba. 

O mapa mais recente  que obtivemos na internet, indica situação muito preocupante pela quantidade de praias e Estados e municípios atingidos.



O litoral da Bahia, ainda não aparece neste mapa, mas nesta quinta-feira, 17 de outubro de 2019, o óleo chegou à Baía de Todos os Santos, na Bahia, conforme artigo assinado pela repórter Joana Oliveira para o Portal El País. 

Na manhã desta quinta, restos espessos e viscosos de petróleo chegaram à região do Farol da Barra, um dos principais pontos turísticos da capital baiana, e às praias de Ondina, no limite da entrada da Baía de Todos os Santos.

No total, 11 regiões do litoral soteropolitano foram atingidos, e a Limpurb, empresa municipal de limpeza urbana, informa que, até a manhã desta quinta, havia retirado 26 toneladas de óleo das praias de Salvador.

Representantes do Ministério Público Federal se reuniram em Brasília com a Comissão de Meio Ambiente - CMA, do Senado, para cobrar providências no sentido de minorar os danos ambientais. Cerca de 200 toneladas da substância foram retiradas de praias desde a primeira detecção do material há mais de 45 dias.



O procurador federal Victor Mariz afirma que as medidas preventivas para evitar que o problema atingisse mais praias foram insuficientes, embora a Marinha do Brasil siga monitorando os deslocamentos das manchas de óleo.

Conforme o procurador, a investigação é complexa e nenhuma hipótese pode ser descartada no momento. "Estão sendo monitorados os navios que passaram próximos à costa nordestina no período em que as primeiras manchas foram avistadas. 

Também estão sendo analisadas as correntes marítimas, com apoio de oceanógrafos. Entre as possíveis causas da tragédia ambiental, o MPF considera naufrágios, derramamentos acidentais ou voluntários por embarcações em águas superficiais e vazamento em plataformas.

De acordo Carina de Oliveira, professora da Universidade de Brasília, especialista em Direito Marítimo, enquanto não for identificado um culpado pelos danos, "a responsabilidade passa a ser da União". Ela destacou ainda que o Plano Nacional de Contingência - PNC prevê a centralidade do governo federal nos incidentes de poluição por óleo.

O silêncio das ONGs

Analisando no Google as coberturas dos jornais impressos de 2 de setembro a 10 de outubro deste ano a partir das palavras-chave: óleo e nordeste, duas coisas chamam atenção, notícias repetitivas e a falta de entrevistas com fontes especializadas.

Este silêncio tem um resultado perverso sobre aquelas e aqueles cuja vida está intrinsecamente ligada aos manguezais, estuários, restingas, rios e mares, afinal, as comunidades e povos tradicionais que vivem da pesca e da coleta dos frutos do mar são as maiores prejudicadas.

Além do impacto no meio ambiente, as manchas trouxeram problemas para o turismo e para comunidades de pescadores. 

Bartolomeu Dias, da Associação dos Pescadores e Quilombolas da Bahia, disse aos senadores reunidos que as pessoas que dependem do mar e de manguezais para sobreviver estão sem fonte de renda.

O presidente da Administração do Meio Ambiente de Sergipe, Gilvan dos Santos, considera já se corre o risco de se perder, além da qualidade das praias, grande quantidade de espécies marinhas.

Na página no Ministério do Meio Ambiente (https://www.mma.gov.br/) o assunto sequer é tratado. 

Por sua vez, em seu portal, a Marinha do Brasil informa que vem atuando desde o início do aparecimento das manchas no litoral nordestino, dia 2 de setembro, com ações de monitoramento e redução de danos.


"Esse trabalho tem sido feito por meio de inspeções ao longo do litoral da Região, divulgação de Aviso aos Navegantes (solicitando a informação tempestiva da identificação de poluição hídrica por navios em trânsito nas Águas Jurisdicionais Brasileiras - AJB), realização de Patrulhas Navais, com ênfase nas áreas Marítimas, e monitoramento dos navios que passaram pelas AJB", assegura a Marinha.

Navio Patrulha Grajaú - Marinha do Brasil


Fontes consultadas: Agência Senado, Portal El País, Portal G-1, Revista Carta Capital, Marinha do Brasil.







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