Foram anos seguidos sobrevoando a metrópole diariamente.
Isto nos permitiu acompanhar várias transformações significativas na paisagem
urbana.
Por toda a cidade, vários prédios surgiram no lugar de
antigas residências, mas o que nos chamava a atenção eram os edifícios
inacabados.
Percebam a diferença de altura entre o Edifício Villa Europa e os prédios vizinhos |
Obras em sua maioria da iniciativa privada, acabavam
não sendo concluídas por imbróglios envolvendo sócios ou embargos da
prefeitura.
Do helicóptero, vez por outra, comentávamos em nossos
boletins a existência desses esqueletos de concreto.
Um desses famosos esqueletos surgiu na Rua Tucumã, uma
travessa da Marginal do Pinheiros.
Sua obra de construção iniciada em 1994 só despertou
nossa atenção quando foi embargada pela prefeitura e o assunto saiu nos
jornais.
O edifício Villa Europa teve sua construção paralisada
durante uma década e meia, pelo fato de fiscais da
prefeitura terem notado que o espigão projetado para ter 86,6 metros de altura, já
estava com 116,7 metros, ou seja, 30,1 metros a mais.
Se alegou até que a altura do Villa Europa iria interferir no tráfego aéreo dos aviões que pousam em Congonhas, suspeita
depois afastada pela Aeronáutica que, no entanto, precisou ser consultada.
O embargo da Prefeitura ficou anos e anos na
Justiça fazendo do Villa Europa o elefante branco mais discutido da cidade.
Ocorre que as famílias que já haviam adquirido os
apartamentos vendidos na planta queriam uma solução para o caso.
O processo levado para os tribunais teve uma sentença
também polêmica: Demolição entre o 27º e o 31º andar, ou seja, mais de 1.200 m²
de lajes teriam que ser desfeitos.
O caso Villa Europa ganhou destaque nas páginas do Estadão e nos boletins do repórter aéreo |
Depois, se chegou a um acordo, os trabalhos de conclusão recomeçaram e, a
pedido da construtora, peritos autorizaram se modernizar e adaptar a obra aos novos
padrões arquitetônicos surgidos após o projeto original.
Em 14 de dezembro de 2009, o edifício Villa Europa foi
entregue a seus moradores, ou seja, 15 anos depois do início da construção.
Em nossas próximas publicações, escreveremos sobre outros esqueletos famosos de São Paulo... Esqueletos de concreto, claro.
Belíssima matéria.
ResponderExcluirGrato.
ResponderExcluirGeraldo e aquele prédio, que foi construído pela Unimed, na Ascendino Reis, próximo a Pedro de Toledo?
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