terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Assistir um prédio sucata se transformar em hotel luxuoso faz parte das aventuras deste repórter aéreo


Quem mora na capital paulista e passa diariamente pela Marginal do Tietê, nem se dá conta que o prédio amarelo e branco onde agora funciona o luxuoso Holliday Inn Hotel, no Anhembi, foi durante anos um famoso esqueleto de concreto esquecido pela prefeitura.

Esse prédio guarda histórias de abandono e descaso, embora com final feliz
Inerte todas as manhãs durante as nossas decolagens com o helicóptero anos a fio, o prédio inacabado fazia lembrar um engradado de madeira onde se guardam garrafas, mas em concreto e tamanho gigante.

Projetado pelo arquiteto Jorge Wilheim sua construção teve início em 1970 quando a prefeitura fez da região um complexo de eventos e negócios.

Sua finalidade era justamente a de ser um hotel para hospedar os participantes dos eventos no Centro de Exposições e o Palácio de Convenções do Anhembi.

A falta de interesse dos empreendedores da época, é que fez do prédio um sucatão e assim ficou durante anos.

Essa foto de 1972 mostra uma prova de remo no Tietê já poluído e ao fundo o prédio inacabado do hotel de décadas depois

Transformado em um fantasma de concreto armado, o prédio que viria a ser do Holliday Inn, viu até mesmo o sambódromo do Anhembi, ser inaugurado em 1991, dez anos antes dele começar a ficar pronto.

Sambódromo do Anhembi visto no cotidiano de quem voa de helicóptero e pousa no Campo de Marte
O monstrengo só começaria a se transformar em hotel no ano de 2001, quando a construtora São José se associou à dona do terreno, a empresa Alcântara Machado para a obra enfim, prosseguir.

Anos de abandono, entretanto, saíram caro, pois foi necessário se reconstruir quase tudo.

Tiveram que refazer as escadarias abaladas pelo tempo, desalagar garagem, retirar entulhos, adaptar tubulações, refazer pisos, isso sem contar a vedação e acabamento de paredes, a parte mais trabalhosa e dispendiosa do processo.
Disseram que tudo saiu por conta dos empreendedores.

Durante um ano inteiro, a movimentação de caminhões e pessoas trabalhando na recuperação do prédio foi intensa e passou a fazer parte da rotina de quem passava nas imediações como nós, a caminho do helicóptero.

Relatos apontam que nos últimos quatro meses da obra de recuperação, os operários chegaram a trabalhar uma média de 18 horas por dia.

O sambódromo do Anhembi virou palco da Fórmula Indy em 2013 quando o Holliday Inn serviu seus quartos aos pilotos
Concluída a obra de recuperação, o Holliday Inn Hotel Anhembi passou a dispor, a partir de 2005, de 780 quartos em 13 andares e corredores com 160 metros de comprimento, além de 12 elevadores, restaurantes, bares e estacionamento exclusivo aos clientes.
Em nossa longa trajetória de repórter aéreo acompanhamos também as transformações na cidade, como essas relatadas.

O sambódromo do Anhembi em um dia de glória como esse em que as escolas de samba desfilam.
Sigam me acompanhando porque há mais histórias envolvendo "esqueletos", a serem contadas.


2 comentários:

  1. LEMBRO BEM POIS FUI SOCIO DO FLORESTA HOJE CLUBE ESPERIA REMEI BASTANTE NESSE RIO QUE BOM QUE FOI COMCLUIDO O PREDIO QUE CADA UM DIZIA QUE IA SER UMA COISA DIFERENTE DA OUTRA COMO QUASE TUDO NO BRASIL .

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  2. Parabéns pela matéria muito bem formulada, com aproveitamento inteligente, unindo-se ao trabalho rotineiro com o helicóptero! Parabéns reiterados!

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