quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Os 150 anos de Santos Dumont: Pai da Aviação e Herói do Povo Brasileiro

Se não foi o maior de todos os brasileiros, Alberto Santos Dumont certamente está entre os mais notáveis.

Seu nome consta no “Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria”, guardado no Panteão Tancredo Neves, em Brasília.

Embora não reconhecido mundialmente como inventor do avião, foi ele quem deu perfeição aos balões dirigíveis e criou o primeiro ultraleve da história.

Outra proeza é a façanha do 14 Bis quando provou ser possível subir ao céu motorizado em um equipamento mais pesado que o ar.

Ainda menino, em meio aos brinquedos, dizia: “Homem Voa!” E assim, ao completar 18 anos, seu pai Henrique Dumont, rico fazendeiro em Minas Gerais, adiantou parte na herança para que o filho desenvolvesse seus estudos na Europa para a realização do sonho da infância; voar.

Graças a esse magnífico esforço, obteve após sucessivos testes e alguns fracassos, o almejado Prêmio Deutsch, ao contornar a Torre Eiffel a bordo do seu Dirigível nº 6, em 1901.

Em 23 de outubro de 1906, conduziu o 14-Bis, se elevou a uma altura de quase seis metros, mas este não foi o auge de sua carreira de inventor.

A consagração veio com o Demoiselle, primeiro ultraleve da história produzido por ele em 1909 e depois teriam início as intrigas em torno do invento.    

Nos Estados Unidos e em outros países se ensina que os Irmãos Wright foram os verdadeiros inventores do avião.

A França, por incrível que pareça, considera Clément Ader como autor do primeiro voo e no mundo há outros 14 nomes de inventores aos quais se atribui o surgimento do aeroplano como veículo de transporte.

Alberto Santos Dumont nasceu na Fazenda Cabangu, município de Palmira, que hoje leva seu nome, em 20 de julho de 1873.

Com apenas 7 anos já guiava locomóveis sobre trilhos na fazenda de seu pai e aos 12, se divertia como maquinista das locomotivas.

Quando a França foi invadida pela Alemanha, dando início à Primeira Guerra Mundial, em 1914, Santos Dumont se alistou como voluntário para prestar serviços na condição de chofer.


Foi quando presenciou a utilização dos primeiros aviões de guerra e se decepcionou. Publicamente chegou 
a dizer que seu sonho havia se transformado em pesadelo.

Atribui-se a esse acontecimento, o início de seu declínio emocional. Colocou a aviação em segundo plano e passou a estudar astronomia, para isso instalou aparelhos de observação em sua casa.

Os vizinhos julgaram ser espionagem em favor dos alemães, avisaram a polícia e Santos Dumont acabou preso.

Após o incidente ser esclarecido, o governo francês pediu desculpas formalmente. Mesmo assim, deprimido, nosso “Pai da Aviação” destruiu todos aqueles equipamentos, inclusive documentos e patentes aeronáuticas.


De volta ao Brasil condecorou Anésia Pinheiro Machado que durante as comemorações do centenário da independência do Brasil, fizera o percurso Rio-São Paulo pilotando um avião.

No ano de 1926 apelou à Liga das Nações, através de seu amigo, o embaixador Afrânio de Melo Franco, para que se impedisse a utilização de aviões como armas de guerra. Não foi atendido.

Durante a revolução constitucionalista de 1932, o respeitado inventor escreveu de próprio punho uma carta pedindo o estabelecimento de uma “ordem constitucional”.

Apesar do apelo, aviões se deslocaram do Rio de Janeiro e bombardearam o Campo de Marte, em São Paulo.

Acredita-se que antes tenham sobrevoado o Guarujá, onde Santos Dumont estava hospedado e ele pode ter visto a passagem da esquadrilha.

Sob angústia profunda, aproveitando-se da ausência do sobrinho que o acompanhava, Alberto Santos Dumont praticou o suicídio, em 23 de julho de 1932, três dias depois de ter completado 59 anos de idade.

A 31 de julho de 1932, a cidade de Palmira teve mudado seu nome para Santos-Dumont. No dia 22 de setembro de 1959, foi concedido ao nosso pioneiro dos ares o posto honorífico de Marechal do Ar e seu nome continua a encabeçar a lista de oficiais-aviadores no Almanaque da Força Aérea Brasileira.

Seu corpo foi sepultado no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, somente em 21 de dezembro de 1932, debaixo de um grande temporal.

Os restos mortais ficaram cinco meses na capital paulista para análises e o médico, Walther Haberfield, removeu secretamente o coração durante o processo de embalsamento e o preservou em formol, mantendo segredo sobre isso.

Após 12 anos quis devolvê-lo à família que não aceitou, o médico então doou o coração de Santos Dumont ao governo brasileiro.

Hoje este coração segue exposto no Museu da Força Aérea Brasileira, no Campo dos Afonsos – Rio de Janeiro.

Pela passagem dos seus 150 anos, a prefeitura do Guarujá promoveu a exposição, Patrono da Aeronáutica Brasileira”, no Shopping La Plage.

Na capital paulista, o Círculo Militar de São Paulo, inaugurou em seu Salão de Artes de Aeronáutica, o Espaço Alberto Santos Dumont, destinado à participação de artistas, expositores e escritores que contam a história do “Pai da Aviação”.

Nossa confreira na Academia Cristã de Letras - ACL, a artista plástica Cristiane Carbone apresentou na exposição duas de suas obras alusivas ao nosso “Marechal do Ar”.

Na inauguração houve a entrega do Medalhão Comemorativo ao sesquicentenário de nascimento de Alberto Santos Dumont.



Livros Pesquisados: O Jovem Santos Dumont/Lauret Godoy e Guca Domenico /2013

As lutas, a glória e o martírio de Santos Dumont/Fernando Jorge/2018

 

2 comentários:

  1. Belas fotos, fatos que desconhecia, obrigado Geraldo.

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  2. Geraldo, boa noite meu amigo e Confrade. A matéria ficou completa, parabéns. Por gentileza, veja se é possível citar que ambos os eventos citados, assim como o medalhão comemorativo faz parte do Projeto Sesquicentenário de Nascimento de Alberto Santos Dumont, elaborado e realizado pelo Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (associação civil de caráter cultural e científico destinada a promover estudos, incentivar e realizar o culto cívico de vultos, atos e fatos gloriosos da história do Brasil). Recado de Cristiane Carbone - Academia Cristã de Letras.

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