quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Itaim Bibi completa 89 anos com rosto moderno e ao mesmo tempo repleto de recordações

O Itaim Bibi comemora neste mês de outubro 89 anos de emancipação com um rosto renovado que a cada dia se modifica para melhor.

A extensão da Avenida Brigadeiro Faria Lima para os lados do Itaim, durante a década de 1990, transformou o lugar em uma região nobre, cujo preço de um bom apartamento residencial gira em torno dos R$ 2,5 milhões.

Registros da prefeitura apontam que o bairro surgido do loteamento de propriedades rurais do século 19, foi emancipado a distrito em 4 de outubro de 1934, conforme decreto-lei nº 6731.

Sua influência no cotidiano da cidade e até mesmo no país, hoje é enorme. Agora existe a “Turma da Faria Lima”, termo criado pela mídia para designar os participantes do mercado financeiro que exercem influência nas decisões econômicas e trabalham nos escritórios da região.

    Wherter Santana/Estadão Conteúdo

No mês de setembro, durante a 13ª edição da Virada Sustentável, três enormes ovos fritos foram colocados em frente a um dos prédios corporativos mais conhecidos, na Praça do Teatro B32, onde também está a baleia prateada.

Objetivo foi chamar a atenção do público sobre as mudanças climáticas que podem transformar o planeta Terra em uma grande frigideira aquecida, se nada for feito para se modificar essa situação.

Tal iniciativa demonstra a importância do Itaim Bibi em relação à cidade de São Paulo, também nesse aspecto de relevância.

Até agora o bairro cresceu sem que se modificasse a essência de algumas  tradições, graças a um grupo de moradores voltado a preservar as memórias da região, uma vez que o povo que desconhece sua história, corre o risco de repetir os mesmos erros do passado.



Nos nossos tempos de Rádio Eldorado havia dois ouvintes muito participativos em relação aos assuntos do Itaim Bibi.

Mário Lopomo, morou no Itaim dos anos 1950, em uma de suas mensagens que dia desses encontrei em um pen drive ele contava:

“O Velho Itaim daqueles anos era quase todo com ruas de terra, exceto a Rua Joaquim Floriano que era calçada com paralelepípedos. Naquele tempo os nomes das ruas eram outros. A Rua do Porto, onde eu morava, teve seu nome modificado para Leopoldo Couto Magalhães, a Rua da Ponte passou a se chamar Clodomiro Amazonas, Rua Tapera ficou sendo Rua Bandeira Paulista, a Rua Bibi, apelido do fundador do bairro, teve seu nome mudado para Renato Paes de Barros. As Ruas Joaquim Floriano, Iaiá e Luiza Julia, permanecem com os mesmos nomes de quando surgiram...


Helcias Bernardo de Pádua, biólogo e jornalista, preside o Grupo de Memórias do Itaim Bibi e ainda mantém contato frequente comigo via WhatsApp. Seu grupo se mobilizou 
pela salvação da Casa Bandeirista do Itaim, agora um dos cartões postais da cidade.

Embora estivesse tombada pelo Patrimônio Histórico, desde 1982, a casa erguida no século 18 ficou fechada anos a fio mesmo depois do tombamento e se cogitou sua demolição.

A salvação veio após pressões exercidas junto aos órgãos públicos pelo grupo moradores coordenado por Helcias.


Um acordo da prefeitura com os empreendedores interessados no terreno, resultou no vão livre surgido após a construção do edifício Pátio Vitor Malzoni.

O projeto não só salvou como deu utilidade à Casa Bandeirista do Itaim que se transformou em um espaço de cultura e lazer.

Hoje a casa é parte integrante de um local destinado ao convívio da população a partir da união do antigo e o novo. Este é o resultado daquilo que defendemos: História e modernidade podem caminhar juntas

Outro episódio importante na história recente do Itaim Bibi, é o da preservação do “Quarteirão da Cultura” que abriga creche, escola municipal e biblioteca, além de teatro e posto de saúde.

Todos esses serviços estão instalados em um terreno da prefeitura, cujo metro quadrado está avaliado em R$ 16,8 mil.

O “Quarteirão da Cultura” abrange as ruas Cojuba, Horácio Lafer, Lopes Neto e Salvador Cardoso.


A atriz Eva Wilma que nos deixou em 2021, participou das manifestações que levaram o então prefeito Gilberto Kassab a desistir, em 2012, da venda do quadrilátero que se mantém preservado, mesmo tendo em sua volta as enormes torres da vizinhança.

Como se passaram mais de 10 anos e o bairro não para de crescer, o mercado imobiliário voltou seus olhos novamente para o “Quarteirão da Cultura”.  Luzes de alerta acesas para o Grupo de Memórias do Itaim Bibi.


Helcias Bernardo de Pádua e demais moradores seguem atentos.

 


 

3 comentários:

  1. Morei numa vila deliciosa na Joao Cachoeira entre 1968 e 1971. A vila ficava entre a Alceu de Campos ( rua do Sao Luiz) e na primeira quadra da Joao, ao lado de uma mercearia
    A JUSCELI
    NO ERA DE TERRA e a cons
    truçao mais i

    mportante era o deposiro do Mappin


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  2. Na Clodomiro tinha até um club denominado Itaim Bibi......

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