No ano de 2015 fiz uma matéria para o jornal Empresas & Negócios dando conta de uma acusação de plágio contra o autor da Estátua da Liberdade, Frédéric Auguste Bartholdi (1834-1904).
Críticos disseram e ainda dizem que ele teria se inspirado em obras de autores italianos para depois esculpir a sua gloriosa obra.
Um exemplo citado é a escultura existente na Basílica de Santa Croce, em Florença, cujo
autor é o artista plástico italiano Pio Fedi (1816-1892).
Agora, seis anos depois daquela publicação, fui informado que na fachada da Catedral de Milão, há uma outra estátua ainda mais antiga, feita pelo escultor Camillo Pacetti (1758-1826) cujos admiradores também acusam o escultor da Estátua da Liberdade de plágio.
A imagem, hoje símbolo da cidade de Nova York, foi encomendada pelo governo francês e oferecida de presente ao povo
norte-americano, por ocasião do centenário da Independência dos Estados Unidos,
comemorados em 1886.
Seu nome oficial é “Liberdade Iluminando o Mundo”, por isso no alto da escultura aparece uma tocha.
Bartholdi edificou a
estátua se utilizando de cobre, aço, ouro e ferro fundido, sob orientação de Alexander Gustave Eiffel, o engenheiro que projetou a torre que leva seu nome, a Torre Eiffel, inaugurada em 31 de março de 1889.
Coube ao engenheiro projetar a base de sustentação da
escultura que tem 93 metros de altura e peso aproximado de 160 toneladas.
A montagem aconteceu nos Estados Unidos, o monumento chegou dividido em 350 peças acomodadas em 214 caixas.
Para que tudo ficasse pronto foram necessários quatro
meses de trabalho diário sob a orientação do escultor Bartholdi, porque a princípio tudo
parecia um quebra-cabeças.
A data inaugural foi, 28 de outubro de 1886.
Em discurso inflamado, o então presidente Grover Cleveland afirmou: “Jamais
esqueceremos a data em que a liberdade aqui fez sua morada e não
negligenciaremos em guardar o altar que ela escolheu”.
Diretores da Ópera Santa Cruz de Florença e da Associação Toscana dos EUA, alegaram plágio da Libertà della Poesia, de Pio Fedi, instalada do lado de fora da Basílica da Santa Croce, em Florença.
Ocorre que Pio Fedi e Frédéric Bartholdi foram
contemporâneos. Fedi ainda em vida, foi considerado o maior escultor italiano do século 19. Para essa sua escultura ele preparou antes um molde em gesso e fez desenhos preparatórios antes da montagem na basílica
florentina.
Bartholdi pode ter visto os rascunhos e de fato se inspirado neles para projetar algo diferente e isto não configura plágio, mas a língua ferina dos críticos não o observa desta forma.
Embora parecidas, há diferenças entre as duas
estátuas. Na
versão de Pio Fedi, a deusa romana Libertas, segura uma corrente quebrada enquanto que na obra
de Bartholdi, ela levanta uma tocha com a mão direita e com a mão esquerda segura uma tábua de leis na altura da cintura.
Na época de sua inauguração, nos Estados Unidos, esses dois artistas plásticos estavam vivos e não
há registro de declarações deles sobre as semelhanças ou diferenças entre as
duas esculturas.
Com relação à estátua existente na fachada da Duomo de Milão, também há versões sobre plágio praticado pelo autor da Estátua da Liberdade.
Esculpida em 1810 pelo artista Camillo
Pacetti, a obra se chama “La Legge Nuova” – A Nova Lei
Neste caso, ambas as estátuas seguram uma
tocha na mão direita, assim como ostentam uma coroa.
Frédéric Auguste Bartholdi era um artista plástico já conhecido e sua obra levou cerca três anos para ser esculpida.
Dizem que o artista buscou inspiração no rosto da mãe para esculpir a deusa. Colocou, portanto, sentimentos na obra que fez e, ao meu ver, não merece o título de plágio.
A Estátua da Liberdade é grandiosa, linda e procurada por pessoas do mundo todo quando visitam os Estados Unidos em todas as épocas.
Além disso é o símbolo de uma das cidades mais encantadoras deste planeta.
Fico por aqui, não há mais o que dizer, só não me associem àquele empresário dono de uma rede de lojas que fica espalhando réplicas em tamanho menor dessa estátua pelo Brasil. Não tenho e não quero nada com ele. Este sim é um plagiador.
Abraços de cotovelo a todos vocês que me leem.
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