O Portal Jornalistas & Cia, comandando por Eduardo Ribeiro e Wilson Baroncelli, enalteceu em sua edição comemorativa do Dia do Jornalista, 7 de abril, a atividade dos profissionais de mídia, com algum tipo de deficiência que superaram suas dificuldades e seguiram em frente conquistando o respeito dos colegas e do mercado.
Foram colhidos mais de 20 depoimentos pelo repórter Plínio Vicente da Silva, ele próprio portador de sequelas de uma poliomielite que o acometeu na infância.
O resultado foi um conteúdo denso, mas relevante, que merece ser saboreado aos poucos, mesmo porque levou a uma edição recorde de 66 páginas, como explica o portal em sua página de abertura.
Acesse: https://www.jornalistasecia.com.br/
De minha parte, fiquei feliz por ter sido incluído entre os entrevistados,
afinal são 43 anos de profissão e foram muitos os desafios enfrentados, enumerá-los
todos tornaria longo demais esse texto.
Quando trabalhei ao lado do jornalista Adhemar Altieri, na
Rádio Eldorado, ele me contou certa vez que no Canadá a mídia encontrou uma
palavra politicamente correta para definir a pessoa com deficiência.
O termo utilizado pelos canadenses é “new challenge”, ou seja, “novo desafio”. Pensei então, na possibilidade de se criar no Brasil uma sigla também mais adequada para a mídia tratar o assunto: “PcND” - “Pessoa com Novos Desafios”. Por que não?
Mesmo com a pandemia que fez diminuir a quantidade de deslocamentos, o Brasil segue nas estatísticas entre os campeões mundiais em acidentes de trânsito, além de outras ocorrências graves de vários tipos.
Depois de um acidente a pessoa que se recupera, não volta
pronta para o cotidiano da vida em um piscar de olhos. Na verdade, se inicia
uma longa batalha que inclui um processo chamado reabilitação.
Quando o assunto é deficiência, cada caso é um caso, e
situações como subir um degrau, acionar o interruptor de uma lâmpada, ou mesmo abrir
um chuveiro para tomar banho - tarefas corriqueiras para a maioria das pessoas - podem se transformar em um grande desafio para quem passou a ter sua mobilidade limitada.
Alguém que, por algum motivo perdeu parte de seus movimentos, precisará se readaptar a uma nova forma de viver e para isso contará com a ajuda de profissionais especializados, como médicos e fisioterapeutas que darão orientações sobre como superar essas barreiras.
Por viver em uma nação tão desigual, o povo brasileiro
se tornou campeão em superação e neste quesito podemos incluir jornalistas que
adquiriram novos desafios, como foi o caso do repórter Plínio Vicente, entre outros.
Em março de 2019, o Senado aprovou em plenário por unanimidade, a PEC 25/2017, padronizando a sigla PcD para definir na Constituição a “Pessoa com Deficiência”.
O termo se mostrou adequado para que não se faça
confusão na hora de assegurar os direitos destas pessoas, mas entre os
profissionais de mídia, a palavra “deficiente” segue sendo utilizada. Isto precisa ser modificado, porque não ressalta qualidades e promove a discriminação que pode ser de ordem física, visual, ou sensorial.
Como formadores de opinião, nós que atuamos na mídia, precisamos conscientizar a sociedade
para que se valorize aqueles que conseguiram superar as suas dificuldades e tocam a vida em frente.
Para isso se faz necessário e com urgência, definir uma sigla politicamente correta para os brasileiros com Novos Desafios, assim como fizeram os profissionais de mídia do Canadá.
Ok, vamos lançar a ideia nesta quarta. E depois avançar nos espaços possíveis, para ir engajando outros públicos e quem sabe autoridades. Acho que pode ser bom. Quem sabe até épico, por externar um novo e justo olhar sobre uma coisa antiga, sempre resolvida sem cuidado. E que, afinal, é uma coisa da civilização humana.
ResponderExcluirAchei melhor: Pessoas com Desafios Especiais. - PcDE
Eduardo Ribeiro e Wilson Baroncelli - Portal Jornalistas e Cia, por e-mail.
Resposta do Blog: Achei fantástica a ideia dessa sigla. Obrigado, por compreenderem e abraçarem essa ideia.
Vocês estão sendo muito atenciosos. Contem comigo naquilo que precisarem, e como disse Tancredo Neves: "Não vamos nos dispersar".
Abraços, Geraldo Nunes,
Recado de Adhemar Altieri pelo Linkedin: Você é a pessoa certa para liderar esse esforço, algo que já deveria ter sido incorporado ao nosso dia-a-dia há muito tempo... Com o Edu Ribeiro ajudando, quem sabe agora vai...
ResponderExcluirAbraço
Oi Geraldo, assim como jornalistas, tantas outras profissões seguem sendo exercidas por pessoas com deficiência. Genial a matéria e a idéia. Contudo, creio que deveria lançar uma pesquisa para saber como estas pessoas gostariam de serem referenciadas. No fundo, no fundo, pouco importa o nome que se dê, desde que tivessem seus direitos respeitados, o que não acontece cotidianamente. Nós que trabalhamos com eles e para eles, somos testemunhas de discriminações sem fim, no mundo do trabalho, simplesmente porque têm alguma limitação. Isso sim precisa ser mudado. Não adiantam rampas de acesso, se não há respeito ao Ser Humano.
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