quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Conheça a história da mulher que nasceu no Teatro Municipal: Quem souber seu paradeiro, favor avisar


Gostaríamos de saber onde está dona Rosa Corvino que nasceu nas dependência do Teatro Municipal de São Paulo, no dia 9 de julho 1926, no 5° andar, onde havia uma ala residencial.

Seu avô, Anielo Corvino trabalhou nas obras de construção do prédio projetado por Ramos de Azevedo, tendo sido o responsável pelo assentamento dos pisos de mármore existentes no teatro.

Depois do prédio pronto, Anielo continuou funcionário se tornando uma espécie de zelador, atividade que deixou depois para o filho Salvador Corvino, pai de dona Rosa que acreditamos esteja viva, apesar dos seus 93 anos completados agora em 2019.

Rosa Corvino tentou lançar seu livro dentro do Teatro Municipal, mas sem autorização fez o lançamento nas escadarias

A inauguração do Teatro Municipal aconteceu em 12 de setembro de 1911, uma data histórica também pelo fato de nesse dia, ter sido verificado o primeiro congestionamento de trânsito que se tem notícia na cidade.

Da frota de 300 carros licenciada naquele ano, cerca de 100 seguiram na direção do teatro naquela noite que teve como espetáculo inaugural a ópera Hamlet, cujo texto é de Willian Shakespeare.

A filha de Salvador Corvino, nasceu nas dependências do prédio do teatro, 15 anos depois da inauguração.

O Teatro Municipal de São Paulo segue belo e conservado tendo grandes edifícios ao seu redor

"Naquele tempo havia o costume das crianças nascerem em casa, sob a assistência de uma parteira e foi assim também comigo", explicou para nós dona Rosa Corvino.

Ela nos disse também em 2008, durante entrevista para a Rádio Eldorado que postamos no Spotify (veja o link abaixo) que antes dela, duas tias também nasceram na mesma ala residencial.

Houve ainda dois falecimentos na família e as pessoas foram veladas ali no mesmo setor. Hoje, no 5° andar funciona a parte administrativa dessa casa de nobres espetáculos.

Dessas reminiscências só ficou Rosa Corvino para contar as histórias. Ela morou por lá até os 24 anos de idade, quando então sua família se mudou para uma casa térrea no bairro da Vila Mariana.

A ala residencial foi desfeita durante uma grande reforma pela qual passou o Municipal, em 1952.

Rosa Corvino cresceu nos bastidores ouvindo óperas e sinfonias. Pela constante presença nesse ambiente, decidiu seguir carreira musical, se tornando pianista e mais tarde professora de música.

Em 2003 se ofereceu à prefeitura para ser monitora voluntária do teatro, uma espécie de guia turística para os visitantes do local, função que exerceu por algum tempo, mas acabou afastada da função por razões burocráticas.

No ano de 2008 lançou o livro Vida, Amor e Lembrança, onde ela conta suas lembranças. “Nos dias em que não havia espetáculos, brincávamos de bailarina no palco, eu e minhas amiguinhas de infância, usando as sapatilhas gastas que as bailarinas de verdade deixavam no camarim.”

Este é o palco do Teatro Municipal visto do alto em uma das frisas. Nele, Rosa Corvinho brincava de bailarina
O convívio junto ao meio cultural a levou conhecer  artistas como o maestro Heitor Villa-Lobos que certa vez ao vê-la estudando piano, fez elogios à sua performance e a corrigiu em alguns defeitos.

Sobre o escritor Mário de Andrade contou que ele era muito sério. “O conheci na fase em que foi secretário da Cultura e nunca vi sequer um sorriso nele, já Ciccillo Matarazzo era a figura mais simpática entre os notáveis frequentadores daquele teatro”.

Aluna do Externato São José, ninguém acreditava nela quando passava seu endereço residencial. Praça Ramos de Azevedo s/n°.

Para dirimir dúvidas muitas vezes levou professoras e colegas de classe para assistir espetáculos que só a alta sociedade conseguia pagar para ver.

Entrevistamos Rosa Corvino em 2008 quando ela estava prestes a lançar seu livro. De lá para cá não tivemos mais notícias dela.

Quem quiser ouvir o programa deve copiar e colar o link da entrevista gravada com Rosa Corvino: 


Acreditamos que dona Rosa esteja viva. Quando as pessoas morrem, correm para avisar.

Na ocasião da entrevista de 2008, fora dos microfones, ela nos disse que residia na Rua Avanhandava, São Paulo.

Acreditamos que esteja bem, rodeada de pessoas. 

Quem tiver notícias favor informar.



5 comentários:

  1. Esta cidade tem muitas histórias intrigantes.

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  2. Boa tarde sou casada com o sobrinho dela a Rosa em 2014 teve alzheimer e uma pneumonia e veio a falecer em 11/11/2015 aos

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    1. Com 87 anos o livro foi lançado em 2012 se alguém tiver 9nteresse ainda temos o livro

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