quarta-feira, 6 de novembro de 2019

7 de novembro: Dia do Rádio e do Radialista duas vezes no ano. Pode? Aproveite e confira pesquisa sobre a importância do Rádio na mídia atual e suas perspectivas de futuro


O Dia do Radialista segue sendo comemorado mais de uma vez ao ano.

Acompanhando mais essa data alusiva, 7 de novembro, aproveito para explicar as razões do Dia do Rádio e do Radialista ser tão comemorado.

Em primeiro lugar se deve obviamente à importância deste veículo de comunicação e de seus profissionais.

No meio disto, entretanto, há também muita bajulação para cima dos radialistas, levando os presidentes da República mais recentes, a assinarem decretos modificando datas comemorativas consolidadas, para satisfazer esse ou aquele, enfim coisas que só acontecem no Brasil.

Tudo começou em 1943 quando o então presidente Getúlio Vargas institui as datas, 21 e 25 de setembro, para as comemorações do Dia do Radialista e Dia do Rádio, respectivamente.

Pela proximidade das efemérides, as datas começaram a ser comemoradas em eventos únicos.

Buscando satisfazer a todos, o presidente Castelo Branco decide unificar em 21 de setembro, uma data única comemorativa tanto para os profissionais de Rádio quanto para o veículo de comunicação em si, a partir de um decreto-lei assinado em 1966. Mas o meio continuou festejando sua data em 25 de setembro e não quatro dias antes como estipulava o decreto.

O Rádio e os Radialistas seguem comemorando sua data em 25 de setembro, mas 7 de novembro também é Dia do Rádio

Ninguém reclamou, só que 40 anos depois outro presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, também por um decreto-lei, em 2006, transferiu para 7 de novembro as datas unificadas e comemorativas ao Dia do Rádio e do Rádialista para homenagear o compositor Ary Barroso em seu centenário de nascimento, visto que ele também foi  radialista, e dos bons.

Ocorre que a tradição se manteve e as comemorações entre os profissionais do veículo Rádio seguem acontecendo em 25 de setembro.

Mesmo assim, muitos de nós que fomos ou ainda seguimos a carreira de radialista, recebemos felicitações, mensagens nas redes sociais e tapinhas nas costas duas vezes ao ano, seja na função de locutor, técnico de som ou fazendo reportagens.

Não contestamos tantas datas, o importante é comemorar, mas a confusão tem aumentado após outro presidente, Fernando Henrique Cardoso, ter transferido de 10 de setembro para 1º de junho, o Dia do Jornalista; data esta por sinal, do meu aniversário.

Pelo Whatsapp recebi de uma colega jornalista a seguinte mensagem: “Quem segue a profissão certa, nasce no mesmo dia que ela (1° de junho)”. Lindo, não é mesmo? Obrigado.

Algumas emissoras que transmitem pela internet se modernizaram e agora transmitem com imagens pelo Youtube*

Mas afinal, por que a data 25 de setembro ganhou tradição entre os radialistas? A resposta é: Por marcar o nascimento de Edgard Roquette Pinto, primeiro especialista a entender sobre a importância da mídia no Brasil.

Por seu intermédio a Academia Brasileira de Ciências se convenceu a adquirir os equipamentos de transmissão radiofônica, oferecidos pela companhia norte-americana Westhinghouse, durante a exposição comemorativa do centenário da independência, no Rio de Janeiro, em 1922. 

A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, entrou no ar em 20 de abril 1923, graças aos esforços de Roquette Pinto que não ganhou dinheiro com isso, mas entrou para a história ao trazer o Rádio para o povo brasileiro.

Muitos dizem que o Rádio surgiu no Brasil em 6 de abril 1919, por intermédio do radiotelegrafista Antônio Joaquim Pereira, sim é possível. 



Certamente o estúdio montado na Exposição Internacional do Centenário da Independência, em 1922, era mais modesto 

Oficialmente, entretanto, Rádio Sociedade do Rio de Janeiro é a pioneira, seguida da Rádio Educadora Paulista surgida também em 1923.


Edgard Roquette Pinto pode ser considerado o pai do Rádio

O Rádio atual, apesar dos percalços, voltou a crescer a partir do surgimento de uma aliada importante: a internet.

Os podcasts, ou seja, informações gravadas de conteúdo jornalístico, estão cada vez mais populares entre os ouvintes. 

Reportagens ou mesmo programas inteiros são armazenados para serem ouvidos em qualquer hora do dia ou da noite, esteja você em que parte do mundo estiver. Basta acessar os sites das emissoras, ou links confiáveis hospedados no Youtube, Spotify e Soudclound, entre outros.

Sua emissora favorita pode ser ouvida agora com toda qualidade de som em qualquer parte do mundo via internet
Boa parte das rádios brasileiras, enfrenta seguidas crises financeiras, ainda assim uma pesquisa revelou que nove em cada dez adultos escutam rádio através das FMs ou mesmo em AM, embora esta frequência esteja com seus dias contados com encerramento previsto para dezembro de 2023.

Estes  dados constam do relatório “Rádio: credibilidade, resultado e união nacional”, apresentado durante um evento de mídia realizado em São Paulo, em 25 de setembro de 2019.

De acordo com outro estudo; “Rádio: mercado em sintonia”, o veículo segue líder em confiança entre os brasileiros:

64% das pessoas acreditam que as notícias veiculadas no rádio são verdadeiras e mais da metade dos ouvintes ligam o rádio porque querem se informar.

Outro dado importante e mais voltado ao meio publicitário aponta que, “usado de forma combinada, o rádio fortalece todas as mídias e traz resultados ainda maiores para agências e anunciantes”.

Anúncios pelo Rádio feitos junto com revistas, por exemplo, atingem quase três vezes mais consumidores.

Para muita gente, o carro sem rádio perde a graça

Os 500 participantes do evento receberam na ocasião, um pen drive em formato de cartão com o relatório da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão - Abert e o estudo da Kantar/Ibope.

“Essas informações respondem a uma demanda por estudos do meio rádio. Nós temos muitos dados sobre o rádio, mas que estavam dispersos, dificultando a análise”, explicou o jornalista Fernando Morgado, que trabalhou no estudo.

Na oportunidade, ele acrescentou que esses dados mostram a força do Rádio com argumentos de textos, gráficos, dados e números.

O relatório ainda mostra que 8 em cada 10 ouvintes possuem rádio convencional e um em cada quatro escuta rádio no carro.

O consumo de rádio online por meio de smartphones tem crescido cada vez mais: Uma em cada cinco pessoas escuta Rádio pelo celular.

Fontes: Livro – Histórias que o Rádio Não Contou – Reynaldo Tavares; Estadão Conteúdo e Abert/Kantar - Ibope
* Thiago Uberreich - Rádio Jovem Pan

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