Salomão Ésper segue feliz, bem-humorado, com tiradas engraçadas como se fosse um menino mesmo tendo 90 anos de idade e todos os que o conhecem ficam entusiasmados em vê-lo desse jeito e acabam contagiados por sua felicidade.
Estivemos como ele em mais um almoço da Academia Paulista de Jornalismo, realizado nesta segunda-feira, 11 de novembro de 2019 e aproveitamos para fazer uma selfie juntos.
Salomão Ésper e Geraldo Nunes em almoço da Academia Paulista de Jornalismo em 11 de novembro de 2019 |
"Sempre fiz do rádio a
concretização de um sonho, sem deixar em nenhum momento que o trabalho se
transformasse em rotina”, nos disse certa vez este jornalista e radialista que faz parte da história da Rádio Bandeirantes, em uma entrevista que nos concedeu em nossos tempos de Rádio Eldorado, no já distante ano de 2006.
Nascido em Santa Rita do
Passa Quatro, em 26 de outubro de 1929, Salomão Ésper se tornou locutor no serviço de
alto-falantes de sua cidade com 14 anos de idade e depois, ao ingressar no curso científico em
Pirassununga, aos 16, conseguiu um emprego na emissora local.
Quando se transferiu para
São Paulo, em 1948, para dar prosseguimento aos estudos, ingressou na
Faculdade de Direito do Largo São Francisco, mas fez também um teste para
locutor na Rádio Cruzeiro do Sul e foi aprovado.
Segundo ele o teste foi dificílimo. "Havia duas vagas e
mil exigências aos candidatos como, pronunciar em inglês e alemão determinados nomes de
orquestras sinfônicas e filarmônicas". Além disso pediram que ele fizesse a narração imaginária
de um desfile de 7 de setembro no Anhangabaú e a descrição em voz do velório de
Monteiro Lobato, ocorrido meses antes no saguão da Biblioteca Mário de Andrade. "Fiz o teste e fui aprovado juntamente com Cícero Motta, outro jovem iniciante".
Foto Oficial de seu aniversário grifada com assinatura |
Contratado pela Rádio Cruzeiro do Sul, que depois passaria a se chamar Rádio Piratininga, exigiram que ele entrasse no serviço às 6 horas da manhã para fazer a
locução dos anúncios comerciais para um programa sertanejo apresentado pelo animador Chico
Carretel que, aos finais de semana, visitava os bairros em caravanas com vários
artistas apresentando shows e o jovem locutor seguia junto no apoio de voz.
Isto deu a ele grande popularidade, sendo convidado logo depois pela Rádio América, então
pertencente ao empresário João Saad, para a apresentação de programas de
auditório.
Mas Salomão sonhava em fazer jornalismo no Rádio e disputou um
concurso para ser o Repórter Esso de São Paulo, cujas edições de hora em hora eram redigidas e apresentadas pelo mesmo locutor. Foi aprovado e, por alguns meses atuou nessa função pela Rádio Record, mantendo seu emprego na Rádio
América.
Foi então que a Esso Brasileira de Petróleo transferiu seu noticiário para a Rádio Tupi
que obrigou o noticiarista a optar por um dos empregos e ele preferiu continuar na
Rádio América, levando ao ar um programa de calouros cujo nome era Salomão Faz Justiça.
O jingle de abertura
gravado pelos Titulares do Ritmo tinha a seguinte letra: “A vida está para o
Salomão que não é rei, mas tem a lei na mão. Sabedoria não lhe falta não e, se
o calouro enguiça, Salomão faz justiça”.
Como o sonho de fazer jornalismo permanecia, no final da década de 1950, ele seguiu para a Rádio Bandeirantes, se transformando em um dos apresentadores do jornal falado Primeira Hora, cuja primeira edição se deu em 1961, precedendo O Trabuco, apresentado por Vicente Leporace.
Este, ao tirar férias, chamava Salomão
para substituí-lo. Surgida a TV Bandeirantes, em 1967, passou a apresentar os
noticiários da equipe dos Titulares da Notícias, chefiada por Alexandre Kadunc.
Além disso, nos finais de semana, comandava na televisão o programa de
entrevistas cujo nome era, Justiça com Salomão.
Com a morte de Leporace,
surgiu o Jornal da Bandeirantes Gente, tendo como apresentadores em sua estreia os comentaristas, Salomão Ésper,
José Paulo de Andrade e Joelmir Betting.
O Jornal Gente segue na grade de programação da Rádio Bandeirantes e, nada data em que completou 90 anos, 26 de outubro de 2019, um sábado, Salomão compareceu ao programa para se despedir dos ouvintes e foi entrevistado por Thais Heredia, Claudio Humberto e José Paulo de Andrade, seu companheiro de longos anos. Depois, na hora do almoço recebeu homenagens da família.
Pai de três filhos, duas
moças e um rapaz e avô de três netos, dois meninos e uma menina, Salomão Ésper
ainda se recente da perda da esposa Carmen Lygia Matoso Salomão, por isso apesar da data redonda dos 90, não quis festa oficial. “Já comemoramos bastante, agora quero descanso”.
Ocorre que na semana seguinte foi surpreendido de novo com mais homenagens de seus colegas de rádio e assim vem sucedendo continuamente desde então.
Um time de radialistas. De pé: Antonio Celso, César Foffá e Sérgio Boca. Sentados: Salomão Ésper, Julio César Aredes, Wellington de Oliveira e José Silvério |
Salomão Ésper chega
aos 90 anos com boa cabeça, lucidez, alegria, e críticas ácidas aos
acontecimentos políticos e do cotidiano, sempre contando nas horas de uma boa
conversa entre amigos, passagens pitorescas do meio rádio de quem sabe
histórias como poucos.
Todos sonham em chegar aos 90 anos com a mesma
vitalidade e disposição de Salomão Ésper, um mestre para todos nós.
Parabéns muito boa a entrevista você saber conversar deixa o entrevistado a vontade,Salomão é especial!
ResponderExcluirFantástico, Amigo Geraldo Nunes... Merecidíssima a homenagem ao Grande Salomão Esper Salomão, um dos maiores nomes do Rádio do Brasil!!!
ResponderExcluirUm timaço,diga-se de passagem.
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