No domingo, dia 3 de dezembro, lembramos o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência.
Claro que ainda há muito o que fazer em termos de melhorias
para as pessoas que por algum motivo adquirem uma paraplegia, mas já temos o
que comemorar.
A delegação brasileira encerrou sua participação nos Jogos Parapanamericanos de Santiago do Chile, com a melhor campanha da história.
Foram 343 medalhas (156 ouros, 98 pratas e 89
bronzes), 35 a mais que na edição passada, há quatro anos, em Lima (Peru).
Líder no quadro de medalhas, o Brasil deixou para trás Estados Unidos, segundo colocado com 166 pódios. A Colômbia ficou em terceiro com 161.
O Brasil segue hegemônico na competição desde a classificação
geral obtida em 2007, quando aconteceu a edição do Rio de Janeiro.
Os jogos paralímpicos de Santiago terminaram em 26 de novembro de
2023.
Por ser jornalista e pessoa com deficiência, considero expressivas essas conquistas porque elas envolvem não apenas o esporte, mas também a medicina, a psicologia, a fisioterapia e outras ciências.
São vitórias obtidas pelo esforço pessoal e individual desses paratletas que, em sua maior parte, foram um dia pessoas normais que por alguma fatalidade, adquiriram sequelas físicas, visuais ou auditivas.
Homens e mulheres de todos os gêneros e idades,
orientados por profissionais de diversas áreas, encontraram soluções para superar
os novos desafios de quem se torna, por exemplo, um cadeirante.
A primeira
grande dificuldade é se adaptar a essa nova forma de viver e de encarar a vida, tarefa que não é fácil.
Ninguém adquire uma deficiência, seja ela qual
for, e sai depois praticando esportes. A trajetória é longa, difícil e nem todos
conseguem. A competição inicialmente é particular, ou seja, da própria pessoa com ela mesma.
Para quem se torna uma Pessoa com Deficiência - PCD a primeira competição acontece a sós, entre quatro paredes, com ela mesma.
É preciso condicionar o corpo e a mente à uma nova situação e de início, coisas corriqueiras como virar o trinco de uma porta, acionar o interruptor de uma lâmpada, ou abrir o chuveiro, e tomar banho, se tornam um desafio.
Tarefas antes comuns, que passavam despercebidas, viram empecilhos a serem vencidos com exercícios físicos e orientações vindas de
profissionais da medicina e fisioterapeutas.
Voltar a fazer tudo sem precisar pedir ajuda, traz de volta um tipo de felicidade só entendida por quem já passou por essa situação.
Não se trata de individualismo, mas de conquistas obtidas pela resiliência e esforço de superação.
Tornar-se paratleta é o passo que vem depois da adaptação às novas condições de vida.
O Brasil nesse aspecto evoluiu mais que outros países por estar entre os campeões mundiais de acidentes no trânsito ou no trabalho e que somados aos números da violência urbana, se coloca perto de países que consideramos atrasados como Nigéria e Índia.
Fatores negativos promoveram indiretamente o Brasil no
desenvolvimento da medicina e de outras ciências em qualidade comparável à dos
países ricos.
Nossas universidades formam todos os anos
profissionais que depois irão trabalhar na recuperação das vítimas do trânsito e da violência.
Isto faz do nosso país uma nação maravilhosa, se observada pelo aspecto da capacitação de
profissionais que irão ajudar cidadãos e cidadãs a valorizarem suas vidas que em determinado momento
consideraram quase perdidas, sem esperança de recuperação.
Nesse aspecto entra a participação do esporte como aliado dos médicos, psicólogos e de todos os que trabalham para a reabilitação de pessoas rumo a uma nova condição de vida.
A medicina e o esporte atuando juntos, devolvem à
sociedade pessoas sadias.
Um total de 324 paratletas seguiu para o Chile, após convocação do Comitê Paralímpico Brasileiro – CPB.
Desses, a maioria foi formada por paulistas: 86 e 33 fluminenses.
Seguiram também 26 mineiros, 25 paranaenses, 16 pernambucanos, 15 brasilienses,
13 catarinenses, 13 potiguares e 12 paraenses.
O próximo Parapan será realizado em Barranquilla, na Colômbia, em 2027.
Fontes:
Parabens ao time brasileiro
ResponderExcluirArruda
ResponderExcluirÉ evidente que uma rede de apoio, a existencia de polos de treinamento disseminados pelo território e o centro de alta performance na Rodovia dos Imigrantes, com apoio material aos atletas, traz os resultados brilhantes que os atletas paraolímpicos têm alcançado. Parabéns aos atletas e aos dirigentes.
ResponderExcluirMuito bom ver este nosso time se dando tão bem.👍👏👏👏
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