Dom João VI foi coroado rei de Portugal em terras brasileiras, no ano de 1816. Suas decisões ajudaram o Brasil a proclamar sua independência, mas em Portugal foi muito criticado e criou inimigos até dentro de sua própria família.
A abertura dos portos brasileiros às nações amigas e a elevação do país à condição de reino unido, trouxeram autonomia necessária para a nossa emancipação política.
Após uma revolta de liberais em Portugal, o soberano se viu obrigado a retornar para Lisboa, em 1821, a fim de acalmar os ânimos.
Dom João entendia que a riqueza de Portugal estava na
América, por isso só depois e a contragosto, reconheceu a independência do Brasil em 1825,
mas exigiu o pagamento aos cofres portugueses de elevada soma em dinheiro.
A morte de Dom João VI, aos 58 anos, em 1826, deixou em aberto o processo de sucessão ao trono que levou a uma guerra civil entre seus filhos Pedro e Miguel.
Sobre o envenenamento do monarca, as suspeitas
surgiram logo após sua morte, mas somente no ano 2000 foram confirmadas.
Testes em laboratório mostraram que o crime foi premeditado e seu deu de forma lenta e gradual, com a ingestão diária de arsênio colocado em sua comida a mando não se sabe de quem.
Outras análises apontaram que a quantidade de veneno foi quatro vezes maior que a necessária para matar um ser humano, o arsênio no século 19, era muito utilizado por ser incolor e inodoro.
As conclusões partiram de uma equipe
multidisciplinar, coordenada pelo arqueólogo Francisco Rodrigues Ferreira, que analisou as vísceras do rei depositadas em um pote sepultado junto com o corpo
no chão da Capela do Mosteiro de S. Vicente de Fora.
A sintomatologia descrita pelo cronista Frei Cláudio
da Conceição, que acompanhou na época a doença súbita do monarca, deixou a
suspeita de que algo estranho havia acontecido.
Dom João não era o primeiro na linha de sucessão de
sua mãe, Dona Maria I, afastada por uma doença mental, mas o falecimento precoce de seu irmão, o levou para o trono.
Em 1785 casou-se com Dona Carlota Joaquina, filha do futuro rei Carlos IV de Espanha por razões políticas.
A vida conjugal entre os dois foi tumultuada e no
Brasil passaram a morar em palácios separados.
Após o retorno deles a Portugal, Dom João VI enfrentou
forte oposição da rainha e do filho Dom Miguel para que fosse deposto.
Seis dias antes de sua morte, em 10 de março de 1826,
Dom João passou a ter convulsões e diarreia.
Faltou saber quem de fato foi o mandante do crime, mas
todas as desconfianças ainda recaem sobre Dona Carlota e Dom Miguel.
Foi um reinado difícil marcado por indecisões do rei que se arrastavam meses a fio sem uma posição definitiva, além do que as disputas políticas, matrimoniais e familiares eram intensas.
Ainda assim, Dom João VI será sempre bem-lembrado, especialmente no Brasil. Em Portugal ainda há historiadores que o criticam, mas entrou para a história cognominado, “o Clemente”.
Fontes:
Portal Ensina: https://ensina.rtp.pt/artigo/assassinato-d-joao-vi/
Toda Matéria:
https://www.todamateria.com.br/dom-joao-vi/
Folha de Londrina - 31/05/2000 - Pesquisa comprova que
Dom João VI foi envenenado:
https://www.folhadelondrina.com.br/mundo/pesquisa-comprova-que-d-joao-vi-morreu-envenenado-287500.html?d=1
Leia também: Blog do Geraldo Nunes: D. João IV: O Rei de Portugal condenado à morte depois de morto
Desde aquela época os políticos mandavam matar para ganhar poder. Legal Geraldo eu não sabia deste fato histórico.
ResponderExcluirMeu Deus!!! A disputa pelo poder é vergonhosa, crimes são cometidos e abafados, não investigados por interesses escusos. Parece que sempre foi assim. Eles vieram catequizar, mas acho que os príncipes e rainhas esquecem que um dia também vão morrer e prestar contas de sua conduta ao Criador.
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