sábado, 5 de novembro de 2022

1950: Surge a televisão e o rádio passa a buscar novos rumos

O rádio viveu sua fase áurea durante a década de 1940, mas eis que, exatamente em 1950, surge a televisão.

A partir de então, o rádio enfrenta sua primeira crise causada pela perda de audiência, uma vez que a recente novidade tecnológica reunia, não apenas o som, mas também a imagem.


Passou a ficar caro para os donos das rádios manter o mesmo cast de artistas exclusivos, todos passaram a dar preferência para a televisão e o rádio precisou se reciclar, buscar novos caminhos.

O primeiro passo foi a extinção gradual dos programas de auditório que deram lugar aos musicais em discos e estes, por sua vez, começaram a revelar novos valores.


Surgiram assim os disc-jóqueis e alguns deles entraram para a história da Música Popular Brasileira, como é o caso de Carlos Imperial, no Rio de Janeiro e Antônio Aguillar, em São Paulo, este ainda ativo, aos 93 anos completados em 18 de outubro último.

Aguillar está agora em uma emissora online, a Rádio Calhambeque e, ao longo de sua carreira, trabalhou em várias rádios AM e FM.

Como disc-jóquei revelou para o sucesso, inúmeras cantoras, cantores e grupos musicais.

Nomes como Carlos Gonzaga, Tony e Celly Campello, Demétrius, além do conjunto The Clevers, que depois passaria a se chamar Os Incríveis, passaram por ele e ganharam fama através de seus programas.

Nascia com isso um novo público adepto ao rádio, formado por jovens, sempre em busca das novidades musicais.


Atendendo a um pedido do apresentador Chacrinha, foi Antônio Aguillar quem revelou aos ouvintes de São Paulo, um até então desconhecido, mas promissor intérprete da música jovem, chamado Roberto Carlos.

Quem o descobriu no Rio de Janeiro foi Carlos Imperial, mas Aguillar o ajudou muito na capital paulista, divulgando suas músicas através dos programas de rádio.

Então aconteceu o inevitável, a televisão chamou Roberto Carlos para apresentar nas tardes de domingo, um programa chamado Jovem Guarda, que fez dele um dos principais nomes entre todos da MPB.

O Rádio seguiu em frente, vieram depois as emissoras em AM, voltadas exclusivamente à música gravada em discos.

Foi o caso da Excelsior, chamada de "A Máquina do Som" tendo à frente a voz inconfundível de Antônio Celso.


Outras emissoras seguiram o mesmo caminho como a Difusora de São Paulo, comandada pelo sempre elogiado diretor-artístico, Luiz Fernando Magliocca.

Nesta mesma época, entre as AMs, surgiu um seguimento mais popular, formado pelos comunicadores dentre os quais tiveram destaque, Hélio Ribeiro, Barros de Alencar, Luís Aguiar, Enzo de Almeida Passos e outros vieram depois, como Eli Corrêa.

A partir da metade da década de 1970, as emissoras em FM proliferaram levando ao ar uma programação musical mais segmentada.

O Rádio no Brasil, que agora completa 100 anos, tem ainda muitas histórias a serem contadas.


Nesta foto de 2012, Aguillar está ao lado deste blogueiro em um encontro musical no Restaurante Quintal Brasil.


7 comentários:

  1. Geraçdp Bpa Tarde; Encontrei na sua pagina, essa linda história da televisão e contando a história do radio, tudo muito bom e boas lembranças parabens

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  2. Geraldinho, bons tempos .Sou fã do rádio e hj tenho dificuldade para sintonizar, algumas estações por causa desses programas evangélicos,

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  3. Parabéns Geraldo por mais essa informação, a Difusora (Jet Music) que concorria com a Excelsior era o Darcio Arruda quem apresentava?
    A propósito onde se encontram Antonio Celso e Darcio Arruda?

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    1. Sim, Darcio Arruda entre outros na Difusora. Darcio e Antônio Celso estão bem, levando vida de aposentados.

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  4. Parabéns Geraldo. Você faz parte da história.

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  5. Excelente conteúdo e informação para ser lembrado por novas gerações. Época de ouro! Parabéns e obrigado pela postagem!

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  6. A rádio sempre se reinventou e continua brilhando.

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