Conforme mostramos na postagem anterior, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro levava ao ar em seus programas de auditório cantoras que ficaram para a história da Música Popular Brasileira, entre elas Marlene, Emilinha Borba e Ângela Maria, transformadas pelo gosto popular em “Rainhas do Rádio”.
São Paulo também teve suas rainhas que, entretanto, terminaram suas vidas no mais completo anonimato, exceção talvez de Isaura Garcia, mulher de encantadora sensibilidade.
De início César Ladeira teve muito trabalho pela necessidade de criar um elenco genuinamente paulista. Ninguém mais além dele, iria se dispôs a deixar a Nacional, ouvida em todo país, para ingressar em uma emissora localizada fora do Distrito Federal.
Dessa procura surgiram novas cantoras que fizeram grande sucesso, a principal delas foi Agripina Duarte, cujo rosto aparece na foto acima.
Isto possibilitou a formação de um público cativo que passou a lotar auditórios, comprar discos e revistas.
Outras intérpretes ganharam destaque como Neide Fraga, Cida Tibiriça e Sonia Carvalho, entre outras.
Nenhuma dessa vozes, contudo, sobreviveu ao tempo e praticamente todas foram esquecidas.
A cidade de São Paulo, quem sabe, pela constante pressa
de progredir, se esqueceu de preservar até mesmo os registros sonoros desta época, porque nenhum desses programas de auditório, depois de gravado, ficou guardado em arquivo.
Quem resgatou esses nomes foi Thais Matarazzo,
jornalista e pesquisadora musical em seu livro “A Dinastia do Rádio
Paulista”, escrito em parceria com o historiador Valdir Comegno, publicado em 2013.
Em 1935, Agripina se tornou a primeira Rainha do Rádio em São Paulo. “Seu salário de 300 mil réis, chegou a ser o maior entre os
funcionários da Rádio Record”, revela a autora em sua obra.
Um artigo postado em 2020, no “Guia dos Curiosos”, por Marcelo Duarte, sobrinho-neto de Agripina, dá conta que ela se iniciou no rádio aos 12 anos, cantando em programas infantis.
Aos 16, já fazia parte do cast da Rádio Record e
no auge da fama, se casou com Raul Gama Duarte, grande nome do meio
artístico e um dos pioneiros da televisão no Brasil.
Dessa união nasceu a filha Maria Cristina Gama Duarte,
que se tornou jornalista e dirigiu a revista “Cláudia”.
Marcelo Duarte, acrescenta em seu texto, que o
casamento pode ter influenciado sua tia-avó, a recusar uma proposta para integrar
o quadro de cantores da Rádio Nacional do Rio de Janeiro.
Agripina, aos poucos, foi abandonando a carreira e essa decisão abriu espaço para que Isaurinha Garcia, que está nessa foto, tomasse o posto de “Rainha do Rádio de São Paulo”, no ano de 1953.
Thais Matarazzo em seu livro, traz ainda outros nomes
de cantoras da Pauliceia, como Elza Laranjeira, Esterzinha de Souza, Triana Romero, Hebe Camargo e
Lolita Rodrigues.
Outro destaque foi Juanita Cavalcanti, também
cantora e rainha, escolhida pela Rádio Gazeta, em 1957.
Todas elas brilharam, mas tiveram curto reinado.
Fontes: MATARAZZO,
Thais/COMEGNO, Valdir/ A Dinastia do Rádio Paulista, ABR Editora/São
Paulo/ 2013/
DUARTE, Marcelo/ Portal Guia dos Curiosos/Agripina
Duarte: A rainha do rádio paulista que nunca ouvi cantar; 18 de junho de 2020/
https://www.guiadoscuriosos.com.br/blog/historia-2/agripina-duarte-a-rainha-do-radio-paulista-que-nunca-ouvi-cantar/
Poxa não me lembro dos meus pais falarem da Agripina Duarte, os demais nomes são familiares.
ResponderExcluirParabéns Geraldo por mais essa informação.
Ótima leitura, muito bom!
ResponderExcluirCantoras maravilhosas Geraldo
ResponderExcluirDesconhecia esta história e a personagem. Muito interessante.
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