segunda-feira, 10 de outubro de 2022

A revolução de 1932 ajudou popularizar o rádio no Brasil: Confira essa história

Em nossa série de postagens sobre os 100 Anos do Rádio no Brasil, é preciso contar que até o início da década de 1930, apenas 21 emissoras funcionavam no Brasil, todas elas levando ao ar programas de cunho educativo e música erudita.

O início da mudança desse estilo, para uma programação mais próxima do público em geral, começou em 1928, quando em São Paulo, o dono de uma loja de discos chamada Record, visitou os Estados Unidos e trouxe consigo um transmissor AM de 500 kWs.



A loja de Álvaro Liberato de Macedo, tinha como endereço a Praça da República, n°17 e sua compra foi para divulgar os discos a venda na loja, cujas músicas eram apresentadas pela estação de rádio.

Passado algum tempo, em 13 de junho de 1931, Álvaro de Macedo vendeu sua rádio a Paulo Machado de Carvalho por 25 contos de réis.

Nesta época, São Paulo exigia nas ruas a deposição do então presidente Getúlio Vargas e o primeiro passo da revolta foi dado pelos estudantes da faculdade de Direito do Largo São Francisco.


No início da noite de 23 de maio de 1932, os estudantes invadiram o estúdio da Record e exigiram que se colocasse no ar a leitura de um abaixo-assinado que pedia mudanças na situação política do País.

O locutor de plantão naquela noite era Nicolau Tuma e a marcha escolhida para fundo musical, foi Paris Belfort, por decisão aleatória do técnico de som.

Lido o manifesto, dali em diante, a Rádio Record se transformou na “Voz de São Paulo”, durante a Revolução Constitucionalista.



Foi através destes acontecimentos que Getúlio Vargas reforçou sua percepção sobre a força do rádio como veículo de comunicação, visto que, por um decreto-lei, foi ele quem autorizou a introdução de anúncios comerciais durante a programação das emissoras.

Com a inclusão desta novidade, as estações puderam contratar artistas e apresentar programas variados, mais próximos do grande público.

Outro fato importante para a popularização do rádio, aconteceu em 12 de setembro de 1936, dia em que foi ao ar pela primeira vez, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

Surgida inicialmente como empresa privada, a rádio acabou sendo encampada por decisão de Getúlio, em 8 de março de 1940, e transformada na emissora oficial do governo brasileiro.


Com potentes transmissores capazes de alcançar todas as regiões do país, a Rádio Nacional se tornou mais conhecida em sua época de ouro que qualquer outra emissora de TV aberta dos tempos atuais.

A Nacional tinha em seu elenco, o que havia de melhor entre músicos, cantores e cantoras, além de atores e radio-atrizes, que deram início ao que se chama de fase de ouro do rádio brasileiro.

Foi também a pioneira na introdução do radiojornalismo, ao incluir na programação, a partir da II Guerra Mundial, o Repórter Esso com notícias do Brasil e do mundo, lidas de hora em hora.


Terminada a guerra, o Repórter Esso permaneceu no ar até 1968 sempre com o slogan: “A testemunha ocular da história”.

Entre os apresentadores, no Rio de Janeiro, destacam-se os nomes de Heron Domingues e César Ladeira, além das vozes de Dalmácio Jordão e Lívio Carneiro, no rádio paulista, entre outros.

Tanto a Rádio Nacional quanto a Rádio Record seguem no ar transmitindo em AM para todo Brasil. 

No Rio de Janeiro, a Nacional opera na frequência de 1.130 kHz e a paulistana Record, segue firme nos 1.000 kHz.

Essas rádios possuem páginas na internet e podem ser sintonizadas por aplicativos disponíveis no Play Store de cada aparelho celular.








5 comentários:

  1. Importante contribuição para a historia do rádio no Brasil.

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  2. A 24:00 horas em ponto a Rádio Record encerrava as transmissões e Paulo Machado junto com Isaurinha Garcia Oswaldo Moles e outros da emissora iam caminhando da Pça da República até a a Pça.Julio de Mesquita onde está até hoje o Bar Moraes e meu pai preparava deliciosos pratos de Bife a Cavalo para todos ,que era o prato tradicional na época.

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    1. Pena que você não deixou seu nome para interagirmos ainda mais.

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  3. Conheço um pouco dessa história pela minha mãe, que também frequentava o Bar do Moraes e ficava ouvindo as narrativas da época. O bife a Cavalo do Moraes era famoso, bem como o filé ao alho. A rádio sempre fez parte da nossa história.

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