Oficialmente a história do Rádio no Brasil, como veículo de comunicação, começa no dia 7 de setembro de 1922, com a abertura da Exposição Internacional do Centenário da Independência, realizada no Rio de Janeiro.
No total, 14 países de 3 continentes, participaram do evento que recebeu da abertura até o encerramento, em 15 de novembro do mesmo ano, cerca de 3 milhões de visitantes.
O que mais surpreendeu em termos de tecnologia e modernidade foi a presença de um aparelho de rádio receptor, capaz de reproduzir a voz humana pronunciada em longa distância, algo até então desconhecido pela maioria dos brasileiros.
Para que a irradiação acontecesse, foi preciso instalar uma torre no Morro do Corcovado e um transmissor de ondas sonoras com microfone, no gabinete do então presidente da República, Epitácio Pessoa, cujo rosto aparece em um selo comemorativo do evento.
Do Palácio do Catete, o presidente fez um discurso que pôde ser ouvido por todos os presentes na cerimônia inaugural da exposição.
Entre os visitantes estava o médico, professor e escritor, Edgard Roquette Pinto que viu na nova tecnologia, segundo palavras dele, “uma máquina importante para educar nosso povo”.
Terminada a mostra internacional, em 15 de novembro, ninguém se interessou em adquirir o equipamento de transmissão radiofônica trazido ao Brasil, pela empresa norte-americana Westinghause.
Roquette Pinto solicitou uma audiência com Epitácio Pessoa, na tentativa de convencer o governo federal a comprar os equipamentos, sob o argumento da força política daquele meio de comunicação.
Assim mesmo, não veio do
presidente da República, a receptividade esperada.
Procurou então, a Academia
Brasileira de Ciências e sugeriu aos representantes que eles próprios em
sociedade, comprassem os equipamentos para serem usados com a finalidade educativa e sua ideia foi aceita.
Graças a esse esforço, em 20 de abril de 1923, foi inaugurada a primeira emissora oficial de rádio do país, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, tendo Roquette Pinto como diretor.
Em 1936, ano em que os aparelhos de rádio passaram a ser vendidos em todas as lojas do ramo no país, a Rádio Sociedade, foi doada ao Ministério da Educação e Saúde, para se cumprir a intenção de um veículo primordialmente educativo.
Entretanto, o presidente
Getúlio Vargas, transferiu sua administração para o Departamento de Propaganda
e Difusão Cultural que mais tarde, em 1939, se transformaria no DIP, órgão
responsável pela censura exercida durante boa parte da Era Vargas.
Consta que, ao se
despedir do comando da emissora que fundara, Edgard Roquette Pinto sussurrou
chorando ao ouvido da filha Beatriz: "Entrego esta rádio com a mesma
emoção com que se casa uma filha".
Este é só o início da História do Rádio Brasil, outros artigos virão, peço que acompanhem a cada semana uma nova postagem.
Fontes: Tavares/Reynaldo
C./Histórias que o Rádio não Contou/Herbra/São Paulo/1999.
Fotos: Acervo particular professor
Pedro Vaz – Faculdade de Comunicação Social Casper Líbero/São Paulo e Wikipedia
Muito bom Geraldo Nunes. Parabéns.
ResponderExcluirAguardando as próximas matérias sobre a história de 100 anos do rádio.
Peço que deixe seu nome. Obrigado
Excluir👏👏👏
ResponderExcluirMuito legal esta viagem no tempo.
ResponderExcluirAbraço