segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

São Paulo 468 anos: Além da selva de concreto um manancial de contradições

A cidade de São Paulo vai fazer aniversário e todos os anos, logo que se inicia janeiro busco trazer textos comemorativos.

Ultimamente anda difícil porque a quantidade de pessoas carentes nas ruas, ao que parece sem nenhuma assistência, aumentou muito e isso me entristece.

Ao mesmo tempo, um mar de edifícios serve de residência à classe média-alta da qual faço parte sem que se possa fazer muita coisa para ajudá-las.

Isto torna a Pauliceia Desvairada, além de selva de concreto um manancial de contradições e um lugar cheio de problemas.

Estamos falando da cidade mais endinheirada do Brasil e quem sabe também a mais miserável por esparramar suas pobrezas para debaixo dos viadutos.

Ao mesmo tempo, um levantamento da Fundação Seade confirma: São Paulo é mesmo a cidade é a mais rica, pois sozinha, arrecada para o país todos os anos, cerca de 196 bilhões de dólares, ou seja, quase 390 bilhões de reais.

A maior população de brasileiros dentro de um só município vive em São Paulo e segundo o IBGE, são mais de 12, 4 milhões de habitantes, população superior à de países como Portugal, Líbano e Uruguai.

No Brasil, somente outros 17 municípios possuem mais de 1 milhão de habitantes, mas é neste ponto que os problemas aumentam.

Apesar da população gigante, entre 2017 e 2018, a capital paulista foi o município brasileiro que mais perdeu renda, conforme a Fundação Seade.

O PIB paulistano diminuiu 0,41% em sua participação junto ao PIB nacional, queda de 10,61% para 10,20% na arrecadação.

Ainda assim segue sendo o lugar que mais oferece empregos formais, tanto no comércio quanto na indústria.

São diversas as atividades de produção, comercialização e consumo entre produtos e serviços de todo tipo, enquanto que famílias inteiras estão vivendo nas ruas por causa do desemprego, são pais, mães e filhos pequenos.

Ver crianças andando sujas e maltrapilhas pela cidade é o que me comove.

Mas como São Paulo é sempre surpreendente, números do Sindicato da Habitação - Secovi-SP, apontam avanços no mercado imobiliário para a surpresa até mesmo desses empreendedores.

Em 2020, por exemplo, dos 59.978 apartamentos novos colocados à venda, 51.417 foram vendidos.

Os empresários do setor, atribuem o resultado à queda da Selic e à mudança de hábito das pessoas que passaram a viver a maior parte do tempo em home office.

No ano passado, os números levantados até outubro, indicam um novo recorde na venda de apartamentos, mesmo com a elevação significativa na taxa de juros e o aumento da inflação.

Para 2022, a previsão é que se repita o bom desempenho registrado, visto que a quantidade de prédios em construção por toda a cidade é bem grande.

A questão habitacional, por outro lado, se mostra como o grande desafio para os governantes.

Estudo da Fundação Getúlio Vargas – FGV, em 2020 apontou que para resolver o déficit habitacional seriam necessárias mais de 1,025 milhão de moradias na capital paulista.

Aonde, como e em qual bairro ninguém diz.

As contradições não param:  São Paulo é a 10ª cidade com mais negócios mundo e só perde na América Latina para a Cidade do México.

Até 2025, entretanto, perspectivas apontam que os mexicanos serão ultrapassados e São Paulo passará a ocupar a sexta posição mundial em riquezas.

Atualmente são 39, as cidades de países em desenvolvimento, que figuram entre os 100 municípios mais ricos do mundo.

Estudo da Pricewaterhouse Coopers aponta Buenos Aires na 11ª posição e o Rio de Janeiro na 30ª.

Estes são apenas alguns dos retratos contraditórios da metrópole que completa 468 anos com problemas que se multiplicam todos os dias diante dos nossos olhos.

Prometo para a próxima postagem me esforçar em trazer algo mais singelo que ainda possa existir nesta São Paulo de todos os tempos.

Fontes: Fundação Seade, Rede Nossa São Paulo, Portal Secovi-SP , Agência Pricewaterhouse Coopers, FGV e Valor Investe Imóveis.


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