terça-feira, 28 de dezembro de 2021

O poeta Carlos Drummond de Andrade e seu sentimento pela chegada de mais um Ano Novo

Há sentimentos no Brasil que só o Rio de Janeiro consegue expressar, como é o caso da estátua em bronze do poeta Carlos Drummond de Andrade, na orla de Copacabana. Ela emociona!

A estátua foi instalada no calçadão da praia, em outubro de 2002, quando se comemorou o centenário do escritor nascido em Itabira, Minas Gerais, em 31 de outubro de 1902.

A escultura foi lapidada pelo artista plástico Léo Santana e custou na época aos cofres públicos R$ 65 mil.

Desde então se tornou possível ver a imagem do "poeta-maior", sentado à beira da praia, como costumava fazer em seus tempos de morador na cidade maravilhosa.


Os turistas, por sua vez, ao descobrirem a nova atração se viram tentados em sentar ao lado da escultura e se deixarem fotografar.


Isto não impediu episódios de vandalismo, pois além dos óculos costumeiramente furtados, se tornaram comuns relatos de pichações, pinturas e outras depredações, mesmo debaixo das câmeras de segurança.

São Paulo é uma cidade diferente do Rio, porque menos afeita aos turistas, só recebe estrangeiros que aqui chegam a negócios.

Deste modo, suas atrações são também mais ásperas, rígidas e abreviadas, podendo mesmo ser vistas por quem passa de carro.


Este pode ser o caso do Monumento do Ipiranga, mas quem se aproxima dele, percebe que também há vandalismos de engraçadinhos que costumeiramente roubam a espada de Dom Pedro I, posicionada na parte inferior do monumento.


Nesta foto a espada aparece, mas via de regra ela é roubada e depois substituída por uma outra através da subprefeitura do bairro que já se acostumou com esse tipo de depredação.

São pequenos furtos que de nada servem a quem os pratica, a não ser os gracejos obtidos para diversão e deleite dos que o cercam.

Neste ano de 2022 iremos comemorar o centenário de inauguração do Monumento do Ipiranga, obra gigantesca esculpida pelo artista plástico italiano, Ettore Ximenes.

Este trabalho muito mais ornamentado nem pode ser comparado à estátua de Drummond, no Rio de Janeiro, tamanha a simplicidade que no entanto, causa deslumbramento pela sua originalidade.

Seria bom a esses que se apropriam das espadinhas, ou dos óculos das obras de arte, que levassem consigo na hora do furto, um pouco do sentimento das crônicas ou poesias de Carlos Drummond de Andrade.

Claro que é difícil, porque nestes corações rudes as emoções demoram a acontecer e quando surgem, aparecem com menos intensidade.

Seguem então, para sensibilizar, as palavras do poeta sobre o que significa a entrada de mais um Ano Novo.


Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente...

Para você, desejo o sonho realizado, o amor esperado, a esperança renovada. Para você, desejo todas as cores desta vida, todas as alegrias que puder sorrir, todas as músicas que puder emocionar.

Para você neste novo ano, desejo que os amigos sejam mais cúmplices, que sua família esteja mais unida, que sua vida seja mais bem vivida e gostaria de lhe desejar tantas coisas... Mas nada seria suficiente...

Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos e que sejam desejos grandes... e que eles possam te mover a cada minuto, ao rumo da sua FELICIDADE!”

Carlos Drummond de Andrade 


Em 2022, o movimento modernista será lembrado pelo centenário da Semana de Arte Moderna, acontecida em São Paulo, e que modificou os modos de compreensão das artes e dos sentimentos contidos nas entrelinhas.

Que assim seja novamente e que todos os leitores e leitoras deste blog tenham um Feliz Ano Novo, repleto de belas imagens e boas notícias.



 

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