O majestoso Maksoud Plaza Hotel fechou suas portas e não irá atender o público neste final de ano. Clientes que ligaram para fazer reservas ao “réveillon”, receberam a notícia: “Não estaremos operando”.
Ainda não se sabe se as atividades ficarão suspensas por tempo indeterminado, ou em definitivo. O problema está no pedido de recuperação judicial apresentado em setembro de 2020.
As dívidas seguem acumuladas em um montante
acima dos R$ 100 milhões.
A existência dos hotéis administrados por uma única família, fato comum no passado, tem sido ameaçada continuamente pela concorrência das redes internacionais. Ainda assim o Maksoud Plaza buscou se reinventar.
Henry Maksoud Neto, sucessor na administração, buscou parcerias, reformulou os bares e restaurantes internos na tentativa de manter a trajetória de sucessos.
Com a pandemia, obviamente houve queda no número de
hóspedes e o resultado apareceu agora com essa triste notícia.
Anos antes de seu falecimento em 2014, conversei com o patriarca da família Henry Maksoud, ele me contou histórias interessantes.
Disse que quando foi apresentar sua proposta para a compra do imóvel, foi atendido por uma das freiras que viviam reclusas, através de uma portilhola na qual só dava para ver o rosto.
As negociações tiveram que ser feitas em um outro lugar.
O edifício do hotel foi projetado pelo arquiteto Paulo
Lucio de Brito e possui o lobby de pé direito mais alto do mundo.
Dele partem quatro elevadores panorâmicos de acesso
aos 22 andares.
Quem está lá em cima enxerga tudo o que acontece no lobby, graças ao vão livre e aos corredores abertos. O visual é maravilhoso e nada se compara a este prédio em termos de arquitetura na cidade de São Paulo.
Dentro dele, escadas rolantes oferecem acesso facilitado às
inúmeras salas de reuniões ou eventos.
O heliponto é motivo de elogios por parte dos pilotos de helicópteros, por sua capacidade de receber aeronaves
civis ou militares com peso até cinco toneladas.
Ao todo são 416 apartamentos com suítes de alto luxo e requinte, cuja inauguração oficial aconteceu em 1° de janeiro de 1980.
Desde então celebridades internacionais passaram a se
hospedar no Maksoud Plaza quando vinham a São Paulo.
Frank Sinatra, além de alugar uma suíte presidencial de nove cômodos, fez dois shows para 700 convidados em cada um deles no Teatro Maksoud, entre os presentes estava Roberto Carlos.
Outros artistas requintados como Sammy Davis Jr.,
Alberta Hunter, Bobby Short, Buddy Guy, se apresentaram no também requintado 150 Night Club.
O hotel hospedou príncipes e princesas, além da então
primeira-ministra da Inglaterra, Margareth Thatcher.
Em 1992, incomodado com o assédio dos fãs e da imprensa que invadiram o lobby do hotel para vê-lo, o vocalista Axl, da banda de rock Guns N’ Roses, atirou do andar onde estava uma cadeira giratória sobre o público.
Ninguém foi atingido, mas houve correria geral e a polícia compareceu. O músico foi conduzido a um distrito para se
explicar e só não foi preso porque pediu desculpas pelo ocorrido.
Durante a década de 2000, esteve em cartaz no Teatro Maksoud uma peça teatral escrita pelo próprio Henry Maksoud. Além da presença no palco de atores e atrizes, foram inseridas imagens com as apresentações marcantes acontecidas no hotel.
Compareci e pude assistir parte dos shows de Frank Sinatra, Michel Legrand e Alberta Hunter, entre outros.
O Frank Bar, inaugurado em 2018, recebeu este nome em homenagem ao grande artista Francis Albert Sinatra que lá esteve em 1981.
Torço pela sobrevivência do Maksoud Plaza, espero que seu
fechamento seja de fato temporário e não definitivo.
Fontes: Portal Maksoud, Revista Hotelier News, Veja SP
Uma grande apreensão para São Paulo e para o Brasil.
ResponderExcluirTorço para um final feliz
Que histórias legais! Um prédio impressionante. Entrei uma vez pra xeretar. Nunca me hospedei, apesar da vontade... A diária não deve ser bolinho. Se voltar a funcionar, quem sabe.
ResponderExcluirTomara que reabra brevemente
ResponderExcluirAdeus Hotel Maksoud
ResponderExcluirHoje cerram-se as portas do sacrilégio hotel, construído sobre os alicerces da demolição da Abadia de Santa Maria, um convento beneditino centenário, no coração de São Paulo, no planalto da Avenida Paulista.
No majestoso saguão do hotel, nota-se de baixo para cima, de ambos os lados corredores de acesso as suítes que hospedaram famosos artistas e celebres autoridades mundiais. Neste hall localiza-se a sua recepção, restaurantes e butiques de grifes famosas. É justamente neste local profano que fora Sagrado o Altar das celebrações das missas e dos ofícios das vésperas gregorianos. Na clausura ficavam as irmãs junto aos seus respectivos genuflexórios, vis-à-vis, e no centro a cripta da abadessa fundadora, Da. Gertrudes Cecília da Silva Prado. No coro ficava minha tia, irmã do meu pai, Maria Magdalena Payão Luz organista e prioresa, que abdicou da vacância da Abadessa a Madre Rosa de Queiroz Ferreira, OSB (1944 – 1978), em proveito da sua noviça, Madre Maria Tereza Amoroso Lima que era filha do Dr. Alceu Amoroso Lima, vulgo Tristão de Athayde. Ela foi a executora da transferência da Abadia para o convento recém construído no Tremembé.
Toda área construída do hotel era edificação do Mosteiro com seu claustro e Igreja construída e habitada em 24 de Novembro de 1911 e elevado em 25 de janeiro de 1918 pelo Papa Padre Bento XV, Mosteiro de Santa Maria a dignidade de Abadia.
Chico Luz
Bons tempos na década de 90, quando voltávamos das baladas, de madrugada, íamos tomar canja.
ResponderExcluirO Arlanza Grill era maravilhoso!
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