terça-feira, 19 de janeiro de 2021

CoronaVac: O melhor presente de aniversário que São Paulo já recebeu em sua história

A cidade de São Paulo lembra neste 25 de janeiro os seus 467 anos de fundação, ainda sob o trauma das mortes causadas pelo coronavírus e muitas pessoas ainda hospitalizadas por causa da covid-19. Mas agora, com o início da vacinação, se abre a possibilidade de melhoria nos ânimos e a perspectiva otimista da situação começar a se normalizar a partir da metade do ano.


Repito, não poderia haver melhor presente de aniversário para a cidade do que essa vacina para a população após as 15.705 mortes pela covid somente na capital paulista, conforme balanço final da Secretaria Municipal de Saúde, relativo ao ano de 2020. Em termos comparativos, essa quantidade significa o triplo de vítimas da Gripe Espanhola de 1918, quando 5.331 pessoas morreram no município.


Há 102 anos a cidade precisou se resolver sozinha porque não surgiram vacinas em nenhuma parte do planeta. Agora a situação passou a ser diferente com o plano de se vacinar 9 milhões de pessoas durante este 1º ciclo de aplicações. A CoronaVac precisa ser oferecida em duas doses, com intervalo de duas semanas entre elas, ou seja, 18 milhões de doses para a etapa inicial. Estão sendo atendidos em primeiro lugar os profissionais de saúde, os indígenas e quilombolas. Depois será a vez das pessoas com mais de 60 anos.


Merece elogios o empenho do Instituto Butantan na comprovação de eficácia da vacina, respeitando sempre os padrões estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde - OMS e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa. Após a imunização o desafio para São Paulo será o de se recuperar economicamente. Neste sentido, acreditamos na disposição ao trabalho, que faz parte do cotidiano de nossa população. São Paulo continua sendo a locomotiva do Brasil, ocupa a vigésima primeira colocação entre as maiores economias do mundo. Com o PIB na casa dos U$ 603,4 bilhões, é o terceiro maior mercado consumidor da América Latina e o Estado  é o maior produtor mundial de suco de laranja, açúcar e etanol.


Na capital são 12,3 milhões de habitantes, quantidade superior à de países como Israel, Grécia ou Portugal. Dentro do nosso perímetro urbano a zona leste é a região mais habitada, com 4 milhões de moradores quantidade acima do nosso vizinho Uruguai. A maior Bolsa de Valores da América Latina, a B3, está em São Paulo. No ano de 2020 o total de investidores cresceu 92,1% e passou de 1.681.033, em dezembro de 2019, para 3.229.318 neste mesmo mês do ano passado. Um dos motivos para tamanho crescimento está ligado à diminuição da atividade econômica causada pelo isolamento social. Pode parecer um paradoxo, mas tal situação levou muitas pessoas físicas a investirem na bolsa para não deixar seu dinheiro parado. Com a volta das atividades, acreditamos que muitos desses investidores utilizarão seus lucros na reabertura de suas empresas, colocando de novo a economia nos eixos. As perspectivas para isso são favoráveis porque o Ibovespa movimentou em   2020, cerca de R$ 200 bilhões em ações.



Todo esse dinheiro garantiu mesmo durante o auge da crise a sobrevivência de inúmeras empresas de pequeno, médio e grande porte. Óbvio que apareceram dificuldades e muitos empresários ainda não fecharam suas contas em dia, mas com empenho, disciplina nos gastos e bons financiamentos, teremos um 2021 melhor que o ano passado.

Aos que ainda estão pessimistas na questão dos negócios, vale lembrar que os maiores prejuízos foram e continuam sendo os de ordem familiar pela perda dos entes queridos para a pandemia; pais, mães, filhos, irmãos, avós. Quem não passou por isso deve dar graças a Deus. Nos primeiros dias deste mês de janeiro - 2021, o país ultrapassou a triste marca de 200 mil mortes e, na capital paulista, inúmeras famílias continuam de luto. Não existe clima para se festejar o aniversário da cidade nesta situação. Aos que perderam seus familiares só se pode dedicar nesta hora, a solidariedade e as orações para que apesar da tristeza não se perca o entusiasmo pela vida. Precisamos acreditar na ciência e na eficácia da vacina, instrumentos capazes de fazer a pandemia arredar pé.

Ao mesmo tempo não podemos nos descuidar. A doença ainda está presente e todos os procedimentos de segurança contra a disseminação do vírus precisam ser mantidos, inclusive o distanciamento social. Não se pode baixar a guarda em relação ao coronavírus e para isso precisaremos ter ainda um pouco mais de paciência. Nada de sair às ruas ou visitar lugares sem necessidade, principalmente se você ainda não tomou a vacina.


Mais para frente, aí sim, encontraremos motivos para comemorar o aniversário de São Paulo com pompa e circunstância, quem sabe no mês de julho. Em 1954, quando se festejou o quarto centenário de fundação da cidade de São Paulo, boa parte das solenidades, inclusive a “chuva de prata”, aconteceu no dia 9 de julho, data comemorativa da Revolução Constitucionalista de 1932 de grande significado para os paulistas. Façamos assim novamente e que até lá todos estejam vacinados e fortalecidos para sair às ruas e dizer: “Viva São Paulo!” 



 

 Fontes: PMSP, SP Notícias, Portal Poder 360 

2 comentários: