A cidade de São Paulo lembra
neste 25 de janeiro os seus 467 anos de fundação, ainda sob o trauma das mortes
causadas pelo coronavírus e muitas pessoas ainda hospitalizadas por causa da
covid-19. Mas agora, com o início da vacinação, se abre a possibilidade de melhoria
nos ânimos e a perspectiva otimista da situação começar a se normalizar a partir da metade do ano.
Repito, não poderia haver melhor presente de aniversário para a cidade do que essa vacina para a população após as 15.705 mortes pela covid somente na capital paulista, conforme balanço final da Secretaria Municipal de Saúde, relativo ao ano de 2020. Em termos comparativos, essa quantidade significa o triplo de vítimas da Gripe Espanhola de 1918, quando 5.331 pessoas morreram no município.
Há 102 anos a cidade precisou se resolver sozinha porque não surgiram vacinas em nenhuma parte do planeta. Agora a situação passou a ser diferente com o plano de se vacinar 9 milhões de pessoas durante este 1º ciclo de aplicações. A CoronaVac precisa ser oferecida em duas doses, com intervalo de duas semanas entre elas, ou seja, 18 milhões de doses para a etapa inicial. Estão sendo atendidos em primeiro lugar os profissionais de saúde, os indígenas e quilombolas. Depois será a vez das pessoas com mais de 60 anos.
Merece elogios o empenho do Instituto Butantan na comprovação de eficácia da vacina, respeitando sempre os padrões estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde - OMS e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa. Após a imunização o desafio para São Paulo será o de se recuperar economicamente. Neste sentido, acreditamos na disposição ao trabalho, que faz parte do cotidiano de nossa população. São Paulo continua sendo a locomotiva do Brasil, ocupa a vigésima primeira colocação entre as maiores economias do mundo. Com o PIB na casa dos U$ 603,4 bilhões, é o terceiro maior mercado consumidor da América Latina e o Estado é o maior produtor mundial de suco de laranja, açúcar e etanol.
Na capital são 12,3 milhões de habitantes, quantidade superior à de países como Israel, Grécia ou Portugal. Dentro do nosso perímetro urbano a zona leste é a região mais habitada, com 4 milhões de moradores quantidade acima do nosso vizinho Uruguai. A maior Bolsa de Valores da América Latina, a B3, está em São Paulo. No ano de 2020 o total de investidores cresceu 92,1% e passou de 1.681.033, em dezembro de 2019, para 3.229.318 neste mesmo mês do ano passado. Um dos motivos para tamanho crescimento está ligado à diminuição da atividade econômica causada pelo isolamento social. Pode parecer um paradoxo, mas tal situação levou muitas pessoas físicas a investirem na bolsa para não deixar seu dinheiro parado. Com a volta das atividades, acreditamos que muitos desses investidores utilizarão seus lucros na reabertura de suas empresas, colocando de novo a economia nos eixos. As perspectivas para isso são favoráveis porque o Ibovespa movimentou em 2020, cerca de R$ 200 bilhões em ações.
Aos que ainda estão
pessimistas na questão dos negócios, vale lembrar que os maiores prejuízos foram e continuam sendo os de ordem familiar pela perda dos entes queridos para a pandemia; pais, mães,
filhos, irmãos, avós. Quem não passou por isso deve dar graças a Deus. Nos
primeiros dias deste mês de janeiro - 2021, o país ultrapassou a triste marca
de 200 mil mortes e, na capital
paulista, inúmeras famílias continuam de luto. Não existe clima para se
festejar o aniversário da cidade nesta situação. Aos que perderam seus
familiares só se pode dedicar nesta hora, a solidariedade e as orações para que
apesar da tristeza não se perca o entusiasmo pela vida. Precisamos acreditar na
ciência e na eficácia da vacina, instrumentos capazes de fazer a pandemia arredar
pé.
Ao mesmo tempo não
podemos nos descuidar. A doença ainda está presente e todos os procedimentos de
segurança contra a disseminação do vírus precisam ser mantidos, inclusive o
distanciamento social. Não se pode baixar a guarda em relação ao coronavírus e para
isso precisaremos ter ainda um pouco mais de paciência. Nada de sair às ruas ou
visitar lugares sem necessidade, principalmente se você ainda não tomou a
vacina.
Mais para frente, aí sim, encontraremos motivos para comemorar o aniversário de São Paulo com pompa e circunstância, quem sabe no mês de julho. Em 1954, quando se festejou o quarto centenário de fundação da cidade de São Paulo, boa parte das solenidades, inclusive a “chuva de prata”, aconteceu no dia 9 de julho, data comemorativa da Revolução Constitucionalista de 1932 de grande significado para os paulistas. Façamos assim novamente e que até lá todos estejam vacinados e fortalecidos para sair às ruas e dizer: “Viva São Paulo!”
Realmento um grande presente
ResponderExcluirÉ um presente para a cidade, mas para o país também. Precisamos urgentemente sair dessa.
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