Quando alguém sobrevoa a capital paulista pela
primeira vez, fica surpreendido pelo mar de edifícios.
Todo mundo sabe que há muitos prédios em São Paulo, mas o
número é infinitamente maior do que se imagina e nem a prefeitura sabe o número
exato.
Em uma lista das metrópoles com a maior quantidade de arranha-céus
no Emporis Buildings, São Paulo fica em primeiro lugar.
A capital paulista
possui aproximadamente 45 mil edifícios, segundo este levantamento de 2019 e a prefeitura paulistana não confirma e nem desmente porque não possui um número exato registrado de construções verticais.
De todo modo, a quantidade de arranha-céus em São Paulo supera a deTóquio em 15 mil edifícios e por esses números da Emporis Buildings, existem na Pauliceia, 37 mil prédios a mais do que em Nova York.
Emporis Building
é uma entidade alemã que coleta e publica dados e fotografias sobre construções
realizadas em todo o planeta.
Ainda assim não são números definitivos porque o
mercado imobiliário está sempre em expansão em todos os lugares.
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Os prédios na foto pertencem a Moema e, mais acima, está o Planalto Paulista ao lado esquerdo de Congonhas |
A explosão demográfica surgida no século 20, transformou São Paulo na metrópole que aí está, cheia de contradições.
Em 1972 foi criado o primeiro Plano Diretor de
Desenvolvimento Integrado que estabeleceu as diretrizes da Lei do Zoneamento
Urbano.
A partir de então a cidade buscou determinar lugares onde se
pode ou não construir edifícios.
O cumprimento da lei passou a acontecer de maneira confusa.
Se no Planalto Paulista não se pode construir arranha-céus por causa do Aeroporto de Congonhas, por que em Moema foi possível?
Buscando critérios a prefeitura estabeleceu, no ano de 2002, um novo Plano Diretor.
A cidade de São Paulo foi redistribuída em 19 zonas diferenciadas umas das outras.
Desde então houve mais restrições para a implantação de novas torres de concreto se buscando respeitar as características dos bairros.
Explicar tudo agora, tornaria
esse texto difícil e chato.
Buscamos então utilizar fotos, algumas feitas por nós nos tempos de repórter aéreo.
Fotografia de 2009 sobre a Avenida Rebouças mostra prédios de Cerqueira César, os Jardins onde não há edifícios e, do outro lado, o Itaim-Bibi com mais prédios |
Esta é uma área Z-1, de uso estritamente residencial e de densidade
demográfica baixa, como é o caso dos Jardins.
Outros exemplos são Alto da Lapa, Alto de
Pinheiros e uma parte do Morumbi e Cidade Jardim.
Cerqueira César, desce da Alameda Santos até Rua Estados Unidos, ali toda a região é Z-4, assim como o bairro do Paraíso.
Rua Estados Unidos faz a divisa do Jardim América com o paredão de edifícios que constitui Cerqueira César até a Paulista |
Outros exemplos de Z-4 estão em Pinheiros, Lapa, Pompeia, Santana, Vila
Mariana, Moema, Cambuci - Aclimação, Mooca, Ipiranga, Santo Amaro e assim por diante.
Vista aérea do Cambuci mostra o convívio entre residências, torres de apartamentos, pequenos comércios e igrejas |
Z-5 é uma zona de uso misto e densidade demográfica
alta, com atividades típicas de áreas centrais, permitindo a coexistência entre
a habitação e os usos não residenciais.
Foto aérea feita durante uma decolagem do Campo de Marte mostra a cidade entre o Rio Tietê e o Centro |
Embora apresente prédios residencias de alto padrão, parte de Higienopolis se enquadra no padrão Z-5 pela sua proximidade da área Centro.
Higienopolis tem como vizinho o Pacaembú que se enquadra ao padrão Z-1 por ter sido projetado pela Companhia City |
O Plano Diretor aprovado em 2002 permitiu o surgimento
da Z-13 para estimular a implantação de torres residenciais em bairros com menor ocupação.
Vila Leopoldina, antes com baixa densidade
populacional, se expandiu com o surgimento de inúmeros prédios residenciais de médio e alto padrão.
A Z-13 permitiu, na Vila Leopoldina, a convivência entre edifícios residenciais, o comércio e a indústria |
A partir dela se estabeleceram critérios para um convívio urbano respeitoso com os mananciais tipo Represa
Guarapiranga.
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No lado direito da foto aparece coberta pelo verde a Riviera Paulista, bairro onde o conceito de preservação sempre existiu |
Apesar dos benefícios trazidos a São Paulo pelo Plano Diretor e pela atual Lei do Zoneamento, contradições de difícil solução permanecem.
Paraisópolis tendo ao fundo o Portal do Morumbi com suas torres suntuosas colocam ricos e pobres em convívio próximo |
São Paulo tem muito para mostrar, mas suas contradições aguardam serem resolvidas. As fotos aéreas comprovam isso.
Se você gostou do que viu não deixe de colocar seu comentário.