quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Dom Pedro e a “Bernarda de Francisco Inácio"

 


Em 1822, São Paulo tinha 28 ruas, pouco mais de 1.800 casas e menos de 7 mil habitantes.

Na Zona Leste inteira havia apenas 36 casas e mesmo com poucas acomodações Dom Pedro decidiu pernoitar na Penha e seguir para o burgo paulistano somente no dia seguinte.

Por que ele fez isso?

O príncipe regente se hospedou na residência dos padres, lugar próximo de onde está a Igreja Velha da Penha.

Como não havia prédios, de lá era possível avistar toda a cidadezinha localizada acima da planície pela qual se estendia a antiga Estrada da Penha, hoje Avenida Celso Garcia.


O ambiente político era tenso, desde o Dia do Fico, em 9 de janeiro daquele ano.

O príncipe regente anunciou que iria ficar no Brasil e tal iniciativa aflorou o sentido de independência na população.

Dom Pedro contornava as exigências vindas das cortes de Lisboa, ao mesmo tempo em que internamente, sofria pressões para que se posicionasse o quanto antes.

De duas províncias, Minas Gerais e São Paulo, vieram ameaças para que tomasse uma posição rapidamente.

Caso contrário, a independência seria proclamada por outros meios, se necessário até, fazendo uso de armas.

Com o objetivo de aparar arestas, Dom Pedro parte do Rio em viagem, primeiro à Vila Rica.

Após longas conversas reconquista o apoio dos mineiros, mas ainda faltava abrandar os ânimos em São Paulo.  

A província paulista era governada por uma junta provisória, formada em parte por apoiadores e outra por descontentes.


A contenda resulta na eclosão, em 23 de maio de 1822, de uma revolta à qual se deu o nome “Bernarda de Francisco Inácio”.

A população paulistana revoltada chegou a hostilizar soldados enviados de Santos pelo príncipe regente.

O Coronel Francisco Inácio de Souza Queiroz, integrante da junta governativa, subira o tom de voz em defesa da independência do Brasil.

A chegada de Dom Pedro à Penha acontece no início da tarde de 24 de agosto, um sábado.

Daria tempo de chegar ao Paço da Sé ainda com o dia claro, mas ele decide pernoitar porque temia uma reação.

Pede a seu secretário, Francisco Gomes da Silva, o Chalaça, que se dirija antes ao burgo paulistano para sentir os ânimos.

No início da noite, o príncipe é informado que tudo estava tranquilo.

Assim sendo, no dia seguinte, segue na direção da Ladeira do Carmo.

Ao chegar é recepcionado com toda pompa pelo arcebispo Dom Mateus de Abreu Pereira.

Dom Pedro permanece em São Paulo de 25 de agosto a 5 de setembro, faz costuras políticas e aquieta os ânimos de Francisco Inácio ao garantir que a independência estava próxima.

No Palácio do Governo localizado onde agora está a reconstruída igreja do Pátio do Colégio, o príncipe passa a receber os interessados em fazer pedidos, era o famoso “beija-mão” daqueles tempos.

Foi num desses eventos que conheceu Domitila de Castro, a mulher que se tornaria a mais amada e odiada do Brasil.

A futura Marquesa de Santos, não viajou com ele para o litoral, aliás não há nenhum registro histórico que acuse a presença dela no litoral paulista sequer uma vez na vida.

Dom Pedro foi a Santos dar instruções para que ficassem de prontidão para enfrentar um possível ataque de Portugal à região portuária quando anunciasse sua decisão.

Sua volta para São Paulo aconteceu em um sábado, 7 de setembro de 1822, quando a Independência do Brasil foi proclamada, às margens do Ipiranga.


Fontes: Bomtempi, Sylvio/Viagem de D. Pedro a São Paulo e o Paço da Penha de França – 1822/Rotary Club de São Paulo/Penha/1972

Santana, Nuto/A Bernarda de Francisco Inacio/Sociedade Impressora Brasileira/1ª Edição/São Paulo/1938


quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Sucesso total: Veja as fotos de nossa tarde de autógrafos

 


O lançamento do nosso livro aconteceu no Espaço Scortecci – Rua Deputado Lacerda Franco, 96 – Pinheiros em uma tarde festiva.

A data marcou os 43 anos de inauguração da Editora Scortecci que em sua história já publicou títulos de mais 1.500 autores.

Perdi a conta de quantos livros autografei, o mais importante foi rever antigos amigos, colegas de profissão e conhecer novas pessoas.

Este é um amigo muito querido, Jaime Tavares, que conheci quando éramos pré-adolescentes. Por causa de uma cirurgia, passei alguns meses na AACD e o Jaime estudava lá.

Apesar da poliomielite estudei em escolas públicas e o Pedro Valverde foi meu colega nesta época, morávamos no Moinho Velho – Ipiranga. Fomos estudantes do Colégio Estadual Prof. Gualter da Silva que mantém esse nome.

Colegas de profissão compareceram como Haisem Abaki, atual apresentador do Jornal Eldorado, Camila Tuchilinski, o pai Ludovico, além de Douglas Matos, Vanessa Di Sevo, seu esposo André e o filho Andrezinho. 



Brazilian Traffic Network – BTN, é a empresa de comunicações que cobre o trânsito para as emissoras de rádio na atualidade.

A BTN é citada no livro e esteve representada pelo coordenador Ronaldo Rodrigues e as repórteres Daniele Gandolfi e Luana Coutinho.

A melhor e mais dedicada produtora com quem trabalhei, Valéria Rambaldi, pintou no pedaço ao lado de sua amiga Andréa, irmã do dono do Bar Brahma. Valéria é a que aparece atrás de mim.


O apresentador da Rádio Trianon, Pedro Nastri, veio à tarde memorável e aparece na foto ao lado de Pedro Osvaldo Scattone, empresário e autor do livro “Famílias, Bicicletas e o Brás”.

Por falar em bicicletas, Luiz Arnaldo Lemmi, atravessou o país sobre uma bike que pedalou de norte a sul.

Ele fez o relato de sua viagem no São Paulo de Todos os Tempos e nesta tarde de 16 de agosto me presenteou com uma garrafa de vinho.

Achei o máximo, além de comprar o livro, o cara ainda me dá um presente!


Marcelo Cardoso é professor de jornalismo, mas nos seus tempos de repórter dividiu o helicóptero comigo sobrevoando a cidade na parte da tarde em um Enstrom F-28 no qual voara anteriormente o saudoso Franz Netto.

Outro escritor, o Dr. Juarez de Moraes Avelar, é médico cirurgião plástico e preside a Academia Cristã de Letras, da qual também faço parte.


Fabíola Saviolli, biógrafa da poetisa Carolina Ramos e de Ana Costa, veio diretamente de Santos para nos cumprimentar e deixou de presente o café solúvel da marca que mais gosto.

Açucena Bonanato, minha ouvinte de longa data, me acompanhava na programação da Rádio Eldorado. Moradora da Aclimação, é empresária e amiga da repórter Chiara Luzatti que hoje reside no Rio de Janeiro.


Carlos Taufik Haddad que dirigiu durante anos a Imprensa Oficial do Estado, segue apaixonado por livros e esteve presente para nos saudar.


Wagner de Azevedo Marques, historiador do Tucuruvi, está na foto ao lado do guarda de trânsito Luizinho, também da zona norte.


Vitor Lagruta, empresário bem-sucedido da região de Santana faz positivo por estar ao lado do repórter aéreo mais conhecido do rádio.

Meu estimado compadre Antônio Carlos Pereira Alves, amigo nos bons e nos maus momentos, muito me honrou com sua presença, ao lado da esposa Marlúcia e dos filhos Otávio, Guilherme e Gustavo; sou padrinho de batismo do caçula dele.


Para finalizar acompanhe pelo YouTube o bate papo que tivemos pela Band Rádio, com Ronald Gimenez e Claudio Zaidan.

São eles os apresentadores do programa Bandeirantes Acontece e conversamos na véspera do lançamento de nosso novo livro “Aventuras de um Repórter Aéreo”.



terça-feira, 5 de agosto de 2025

Favor agendar: “Aventuras de Um Repórter Aéreo” lançamento em 16 de agosto no Espaço Scortecci

O dia 16 de agosto cai em um sábado e o Espaço Scortecci fica na Rua Dep. Lacerda Franco, 96 – Pinheiros.

Espera-se uma tarde bem agitada, outros livros serão lançados e haverá um espaço para conversas sobre literatura e poesias.

O evento começa no início da tarde e às 16 horas, daremos início à nossa sessão de autógrafos.

Nosso livro reúne 21 anos de histórias reais vividas nos céus da Grande São Paulo, além de curiosidades e bastidores do Rádio.


Eram outros tempos, a tecnologia não estava tão avançada e aplicativos como o Waze ainda não existiam.

São 240 páginas de um texto leve para fazer o leitor embarcar em um helicóptero imaginário e através dos fatos contados viver a emoção de contemplar a cidade como se estivesse nas alturas.

Desde cedo demonstrei o fascínio de conhecer as ruas da cidade e descobrir caminhos, o destino me fez ser um dos pioneiros nas reportagens aéreas na capital paulista.

O convite está aí, quem quiser me conhecer ou me reencontrar pode e deve comparecer ao lançamento.

Será a oportunidade de celebrarmos juntos boas lembranças desta cidade que todos nós amamos, apesar do trânsito complicado e outras agruras.

Mas agora é hora de comemorarmos juntos os 43 anos da Scortecci Editora

Caso você prefira adquirir o livro de forma antecipada pelo valor de R$ 60,00, acesse os links abaixo:

Portal do Escritor:

Portal Escritor - AVENTURAS DE UM REPÓRTER AÉREO / Geraldo Nunes

Livraria Scortecci:

Livraria e Loja Virtual Scortecci - Autobiografia e Biografia - AVENTURAS DE UM REPÓRTER AÉREO / Geraldo Nunes

Amazon:

Aventuras de um Repórter Aéreo | Amazon.com.br

Magalu:

Aventuras de um Repórter Aéreo - Scortecci - Biografias - Magazine Luiza

Livraria Martins Fontes:

AVENTURAS DE UM REPÓRTER AÉREO - NUNES, GERALDO | Livraria Martins Fontes



Durante o programa "Fim de Tarde Eldorado", Emanuel Bonfim e Leandro Cacossi, conversaram comigo sobre "Aventuras de um Repórter Aéreo".

Geraldo Nunes detalha trajetória como repórter aéreo #229 - São Paulo de Todos os Tempos | Podcast on Spotify

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Comprem o nosso novo livro impresso através das livrarias digitais

Este é um daqueles livros fáceis de ler em que o texto na forma de conversa informal mais as fotografias, nos levam a imaginar um sobrevoo de helicóptero na cidade de São Paulo em companhia deste repórter aqui.


“Aventuras de um repórter aéreo”, traz uma sequência de recordações dos 21 anos em que voei para a Rádio Eldorado.

Conto histórias de bastidores da aviação, do jornalismo e em especial do meio rádio e seus principais nomes.


Quem ainda se lembra de Franz Netto do helicóptero Abelhudo Cofap-Bandeirantes ou do Águia Dourada, da TV Record?

Pois é, falo de todas essas recordações e ainda aponto as novidades de quem está fazendo rádio de qualidade hoje em dia.


Relembro algumas polêmicas que levantei com as autoridades para a solução de alguns problemas no trânsito que deram certo. 
Por exemplo, a inversão da mão de direção nas Ruas Borges Lagoa e Pedro de Toledo, entre a Vila Mariana e o Ibirapuera. Conto também a história do "Ricardão" da CET.


No ABC ocorria um congestionamento diário entre Santo André e São Caetano do Sul, na confluência da Avenida Dom Pedro com a Rua Alegre.

Aquela situação também foi normalizada graças ao dedo voador deste repórter aéreo junto aos prefeitos da época, Tortorello e Celso Daniel.

Peço as vocês leitores e leitoras deste blog e aos que me seguem pelas redes sociais para que adquiram meu livro vendido a um preço justo de R$ 60,00 via PIX através do site da Livraria Scortecci ou nos demais links:

Portal do Escritor:


https://www.portalescritor.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=4919&codant=79&cd_secao=81&busca=1#4919

 

Livraria Scortecci:

https://www.livrariascortecci.com.br/detalhes.php?prod=10408&friurl=_-AVENTURAS-DE-UM-REPORTER-AEREO--Geraldo-Nunes-_&kb=771

Amazon:

https://www.amazon.com.br/gp/product/8536670894/ref=ewc_pr_img_1?smid=A2J2ET339OBV0D&psc=1

Estante Virtual:

https://www.estantevirtual.com.br/livro/aventuras-de-um-reporter-aereo-ITA-6775-000

 

Magalu:

https://www.magazineluiza.com.br/aventuras-de-um-reporter-aereo-scortecci/p/ke90j8jja7/li/libi/

 

Livraria do Mercado:

https://www.livrariadomercado.com.br/aventuras-de-um-reporter-aereo-geraldo-nunes

 

Martins Fontes:

https://www.martinsfontespaulista.com.br/aventuras-de-um-reporter-aereo-1143284/p



Depois de atingir a marca da quantidade necessária de livros a serem vendidos haverá uma grande manhã e tarde de autógrafos para felicidade geral da nação.

Na ocasião estarei disponível para longos bate-papos, a data marcada é 16 de agosto na sede da Livraria Scortecci, na Rua Deputado Lacerda Franco, em Pinheiros.

SERVIÇO

AVENTURAS DE UM REPÓRTER AÉREO
Geraldo Nunes
ISBN - 978-85-366-7089-8
Scortecci Editora
Autobiografia - Formato 16 x 23 cm - 1ª edição - 2025 - 240 páginas


terça-feira, 20 de maio de 2025

Os 80 anos do final da Segunda Guerra e o heroísmo da FEB na Itália

Em 8 de maio de 2025, comemorou-se os 80 anos do término da Segunda Guerra Mundial na Europa, após a rendição incondicional da Alemanha de Hitler diante dos países aliados. 

A data passou a ser lembrada como o “Dia da Vitória” e desde então o mundo nunca mais foi o mesmo.

Cerca de 20 milhões de soldados perderam a vida neste conflito, além dos 6 milhões de judeus assassinados nos campos de concentração mantidos pelos nazistas. 

Distante da Europa, o Brasil não tinha por que participar da guerra, mas acabou tendo que enviar à Itália um batalhão que levou o nome Força Expedicionária Brasileira – FEB.

Composta por aproximadamente 25 mil militares entre homens e mulheres, o contingente chegou despreparado faltando até mesmo uniformes para enfrentar o rigoroso inverno.

Por tais motivos, os soldados sob o comando do general Mascarenhas de Morais, tiveram que passar por treinamento com armas americanas, antes de seguir para as áreas de conflito.  

Os pracinhas da FEB, ou seja, soldados, cabos e sargentos com idades entre 21 e 24 anos, seguiram para várias localidades italianas com destaque para as cidades situadas em regiões montanhosas.

Uma das batalhas mais importantes foi a tomada de Monte Castello, um marco da participação brasileira na guerra. 

Apesar dos horrores ocorridos durante o conflito ficaram lembranças positivas da FEB para o povo italiano.

No lado direito de quem olha a foto acima, está um soldado da FEB com uma concha distribuindo mingau para as famílias italianas. 

Era o que havia para se alimentar naquele dia, embora pouco, nada impedia que os brasileiros dividissem o que tinham com o povo faminto.

Esta fotografia sensibilizou o então papa Pio XII, a ponto dele citar em uma de suas homilias “aonde os soldados brasileiros estão não há fome”.


Até hoje em cidades italianas a população celebra as lembranças deixadas pelos antepassados em relação à Força Expedicionária Brasileira.

Tais recordações, mesmo 80 anos depois, valorizam a memória do passado tão fundamental para se construir um futuro melhor para todos. 


Fonte e Fotos: Centro de Comunicação Social do Exército (CComex) 

Ouça a Canção do Expedicionário

Letra: Guilherme de Almeida

Música: Spartaco Rossi



Canção do Expedicionário - Brazilian Expeditionary Force Anthem


segunda-feira, 5 de maio de 2025

A história do conclave que durou quase três anos

“Habemus Papam”, é a expressão em latim utilizada pela Igreja Católica para anunciar a escolha de um novo pontífice.

Já estão reunidos em Roma os 133 cardeais vindos de todas as partes do mundo para apontar o nome de quem irá suceder o papa Francisco.

O “conclave” nome utilizado para este colegiado que reúne cardeais do mundo todo, costuma durar menos de uma semana, mas nem sempre foi assim.

No século XIII a divisão na Igreja era tamanha que a eleição levou 33 meses para ser concluída. 

Os cardeais da época se reuniram em Viterbo, região central da Itália, no dia 29 de novembro de 1268 e o impasse prosseguiu até 1º de setembro de 1271.

O eleito acabou sendo Gregório X e dessa experiência foram estabelecidas por ele as regras para a escolha de seu sucessor e delas se deu origem ao termo “conclave”.

Após a morte de Clemente IV, em novembro de 1268, vinte cardeais eleitores se reuniram, mas as assembleias acabavam obstruídas pela contraposição entre duas correntes.

Cansada de acompanhar o impasse que já passava de um ano, a população de Viterbo decidiu aprisionar os cardeais em um palácio e diminuir o fornecimento de alimentos aos reclusos.

A partir dessa decisão vinda do povo, os cardeais tiveram que se entender e em 1º de setembro de 1271, se deu a escolha de Tebaldo Visconti que deu para si o nome Gregório X.

Coroado em Roma no dia 13 de março de 1272, mesmo sem experiência nos trâmites da Cúria, não se deixou manipular.

Dele vieram as propostas para organizar as regras de sua sucessão, mas houve forte resistência da maioria dos cardeais.

Foi então que dos padres veio a pressão para se apoiar as ideias de Gregório X na escolha dos futuros Papas. 

Ficou estabelecido que após três dias de reunião, se os cardeais não chegassem a um eleito, as refeições seriam reduzidas de dois para um prato durante os cinco dias seguintes.

Depois desses cinco dias, se ainda não houvesse um escolhido, as refeições seriam reduzidas a apenas pão, água e vinho até a eleição.

Assim se deu o primeiro “conclave”, cujas normas seguem sendo utilizadas até hoje. 

Determina-se um local fechado para as votações, no caso a Capela Sistina, com regras estabelecidas para a duração do encontro, incluindo as penas que dizem respeito à alimentação.

Para os cardeais da atualidade a ideia de se passar fome, caso as discussões se prolonguem, parece não preocupá-los. 

Essas leis ainda existem assim como outras, mas caíram em desuso, o consenso deve prevalecer, apesar das diferentes opiniões.

Notícias veiculadas na mídia dão conta que a Igreja Católica se encontra dividida e polarizada em facções.

Os cardeais então que se entendam para não passarem fome.

Quem diria que as regras para a escolha dos papas surgiriam com penalidades para o estômago?

As histórias sobre os sucessores de Pedro são muitas, mas hoje ficaremos por aqui.


Fontes e fotos: Vatican News

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Peço respeito ao Papa Francisco e à sua Igreja

A morte de Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, tem sido nos últimos dias o assunto mais comentado nas redes sociais.

Como sempre há os que elogiam e os que criticam, mas percebe-se muita desinformação sobre o que representa a figura do sumo-pontífice.

Até já me perguntaram: Para que serve o Papa?

Todo Papa é escolhido para ser o líder espiritual e administrativo da Igreja Católica no mundo todo.

Durante seu pontificado, ele guia os destinos da instituição no que diz respeito aos assuntos ligados à fé e ao comportamento dos católicos sob a luz do Evangelho.

Cabe ao Papa também zelar pela integridade da Igreja e exercer as funções de chefe de Estado do Vaticano.

Muitos não percebem, ou não sabem, mas a Igreja Católica é a mais antiga instituição em atividade no mundo ocidental.

Ao longo da história cometeu inúmeros erros, mas se fosse tão ruim como dizem os seus detratores que só se lembram das fogueiras da Inquisição, já teria sido extinta.

Os romanos estavam cansados de perseguir os cristãos que cresciam em número cada vez maior.

Foi então que o imperador Constatino I, que viveu entre 272 e 337, e governou Roma por 31 anos, anuncia ter visto no céu uma cruz com a inscrição "In Hoc Signo Vinces", ou seja, "Com este Sinal Vencerás"!

Alguns historiadores discordam que Constantino tenha se convertido ao cristianismo e, de fato, não há como se afirmar se houve a sua conversão.

Ele, entretanto, pôs fim às perseguições e deu liberdade aos cristãos que assim puderam organizar, sob as bençãos do Estado, a sua religião.

A queda do Império Romano do Ocidente ocorre em 476 e marca a deposição do último líder, Romulo Augusto, por Odoacro, comandante e guerreiro bárbaro.

O esfacelamento completo levaria mais tempo, mas a Igreja Católica Apostólica Romana sobrevive ao fim dos reis de Roma e prossegue de forma independente a sua jornada.

Muita gente manifesta suas opiniões contra a Igreja nas redes sociais, tendo por base somente os erros cometidos, mas os acertos e os benefícios?

Boa parte das pessoas não sabe que a Igreja Católica é a maior instituição caritativa do planeta.

Se a Igreja Católica saísse da África, 60% das escolas e hospitais seriam fechados.

No Brasil, até a década de 1950, quando não existia nenhuma política de saúde pública em nosso País, eram as casas de caridade da Igreja que sozinhas cuidavam das pessoas que não tinham condições de pagar um hospital.

Isto sem falar dos orfanatos, asilos e leprosários existentes na Ásia, na Oceania e na América Latina.

Depois de ser eleito Papa, em 2013, Francisco deu início a um processo que trouxe transparência às contas do Vaticano.

Ele criou um Conselho para a Economia, com membros religiosos e laicos, visando centralizar a contabilidade para impor disciplina econômica com governança orçamentária.

Descobriu-se que havia, €1,1 bilhão em ativos não declarados e se contratou uma auditoria externa abrangente com a Pricewaterhouse Coopers -PwC.

Após 12 anos de pontificado, Francisco deixa um Vaticano financeiramente mais transparente e responsável.

Auditorias independentes, prestação pública de contas e colaboração internacional agora são rotina.

O que virá daqui pra frente, só mesmo Deus para saber, mas os caminhos da transparência foram abertos.

Há outros problemas a se resolver como as divisões internas entre progressistas e fundamentalistas e a polarização política.

Meu objetivo nesse texto não é o de seguir adiante nas discussões sobre o futuro da Igreja e sim alertar para que não se levantem "falsos testemunhos" contra quem quer que seja, até mesmo o Papa, sem a devida informação.


Fontes:

Invest News - Transparência nas finanças do Vaticano: um legado do papa Francisco - por Alexandre Versignassi e Dhiego Maia - 21 abr.2025

https://investnews.com.br/economia/transparencia-nas-financas-do-vaticano-um-legado-do-papa-francisco/

Vatican News e Wikipedia