sábado, 15 de novembro de 2025

Mundo descobre a importância das riquezas e carências da Amazônia na COP 30

Belém, capital do Pará, é a sede da 30ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima – a COP 30 que termina em 21 de novembro.

Não faltam reclamações quanto a ausência de infraestrutura para o acolhimento dos visitantes, mesmo assim há motivos para o povo brasileiro comemorar e vamos explicar por quê.

Primeiro é que a partir de agora, graças ao avanço da tecnologia nas comunicações, vamos mostrar ao mundo a realidade triste e as riquezas sadias da Amazônia para a humanidade.

A sigla COP é a abreviatura do nome Conferência das Partes, escolhido pela Organização das Nações Unidas – ONU, no ano de 1992.

Na então ECO 92, foram apresentadas propostas visando implementar ações para a diminuição dos efeitos causados pela concentração de gases de efeito estufa na atmosfera.

As COPs começaram em 1995, o primeiro encontro aconteceu na Alemanha, em cada um deles a consciência ambiental foi aos poucos crescendo pelos países afora.

Agora, 30 anos depois da primeira conferência, chega a vez do Brasil promover a reunião na qual a Amazônia se escancara para o mundo.


Não existe lugar mais contraditório que a Amazônia, ela ocupa 5% da superfície do planeta Terra com 7,5 milhões de Km² e está presente em oito países: Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, República da Guiana e Suriname, além de um protetorado a Guiana Francesa.

A Amazônia brasileira é composta por sete estados da região norte; Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte de um estado da região centro-oeste, o Mato Grosso, além de um trecho do Maranhão, no nordeste.

Os seus recursos hídricos representam um quinto da água doce no mundo com 80 mil quilômetros de rios, sendo 25 mil navegáveis, e neles se inclui o Rio Amazonas.

Já se sabe, faz alguns anos, que não é o Nilo e sim o Amazonas, o maior rio do mundo em extensão e volume de água.

O clima da Amazônia é quente e com altos índices de umidade, sendo registradas muitas horas de insolação todos os dias, durante o ano todo.

Esta condição não é de agora, a Amazônia sempre foi assim, mas os representantes dos vários países presentes à cúpula, estão sentindo a situação e tomando consciência disso agora.

Muitos convidados estão sofrendo com o forte calor e a carência de acomodações em Belém que, obviamente, deveria ter se preparado melhor para receber tantas pessoas, mas isso faz parte da realidade da região.

São 300 milhões de hectares de florestas, o correspondente a 33% das árvores de toda a esfera terrestre, além de 30 milhões de espécies animais, ou seja, cerca de 1.500 tipos de peixes, 1.300 tipos de pássaros e mais de 300 mamíferos.

Dentro da Amazônia está a maior província mineral do globo, com todo o tipo de recursos naturais, inclusive as “terras raras” que despertaram a atenção do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump em relação ao Brasil.

A região possui nióbio, mica, cobalto, tântalo, platina, manganês e ouro, além de petróleo, sem esquecer que está na Amazônia, as maiores reservas de água potável no mundo.

A Amazônia abriga cerca de 202 das 215 comunidades indígenas catalogadas no Brasil, correspondentes a 176 dos 181 idiomas indígenas pronunciados em nosso país.

O número tem decrescido ao longo das décadas, mas estão na Amazônia 207 mil dos 220 mil índios remanescentes desde o descobrimento do Brasil.

Pensar na Amazônia é refletir o conceito da biodiversidade em seu sentido mais amplo, ou seja, “o conjunto de todas as espécies de seres vivos existentes em um só lugar”.

Esta região tem se constituído ao longo dos séculos em dos maiores obstáculos para o desenvolvimento de qualquer tipo de empreendimento por parte dos seres humanos.

Faz parte de nossa história os inúmeros esforços de colonização levados adiante pelo Marechal Cândido Rondon, a atividade dos inúmeros indigenistas, o ciclo da borracha, a estrada de ferro Madeira-Mamoré e a rodovia Transamazônica.

Grande parte da população da região norte do Brasil, ainda vive em precárias condições socioeconômicas, de extraordinário abandono e isolamento geográfico.

As dificuldades de acesso a essas populações determinam o elevado índice de mortalidade nessas comunidades.


Não bastassem todos esses problemas, nos últimos 20 anos, as queimadas aumentaram dez vezes, as inundações cinco, as secas e as ondas de calor três vezes.

Os municípios com menos de 50 mil habitantes são os que mais sofrem. Estudos apontam que esses eventos extremos causam prejuízos de mais de R$ 3 bilhões por ano.

Única vantagem se mostra em relação ao desmatamento, queda de 11% em 2025, se comparado ao ano anterior.

Ainda assim, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, indicam que a área desmatada foi de 5.796 Km².

Esta é a realidade da Amazônia que o mundo precisa conhecer e, por tais motivos e outros mais, devemos comemorar a realização da COP 30 no Brasil, deixando de lado picuinhas ideológicas para a felicidade geral da nação.


Fontes: Agência Brasil/Cop 30/2025 - Estadão Conteúdo

Anais do 1º Congresso Médico Cristão/Prof. Dr. Claudio Chaves/Visão Cristã como oftalmologista na Amazônia/pgs. 114 a 119/Academia Cristã de Letras/Academia Campinense de Letras/Campinas-SP/2024

Olhar Digital: Aquecimento Global – alterações físicas na Amazônia

Fotos: Agência Brasil/Olhar Digital/Google


6 comentários:

  1. Parabens, Escritor e Historiador Geraldo Nunes pelo belíssimo trabalho.

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  2. Excelente a sua matéria, parabéns

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  3. Não será essa COP nem nenhuma outra, que conseguirá deter a jamanta sem freios ladeira abaixo, que é o capitalismo. A gente chamava de capitalismo selvagem lá nos anos 80. Agora piorou muito, é capitalismo desembestado mesmo. Nada vai frear o impulso individualista e ganancioso do lucro. Olha o presidente do império do Norte, que assumiu dizendo "drill, drill, drill!" "Perfura, perfura, perfura!" Pra um passo à frente sustentável, tem 10 pra trás detonando. Quando a jamanta explodir lá embaixo da ladeira, veremos o que vai acontecer.

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  4. Seu texto toca em um dos principais problemas da Amazônia: a situação de péssimas condições de vida do povo amazônico. Existe uma grande hipocrisia (vamos pensar de forma ingênua) em não melhorar essas condições sub-humanas dessas pessoas. Se nada for feito, continuarão as queimadas e garimpo ilegal. Entendo ingenuidade achar que se não explorarmos racionalmente os recursos minerais da Amazônia todo o ecossistema será preservado. As ONGs que lá proliferam continuam a fazer essa exploração. Ao meu ver, essa falsa proteção a Amazônia só a protege da exploração do Brasil. Como vc disse, temos lá as maiores jazidas de minérios de todo o planeta. Ou exploramos racionalmente e, quem sabe, se melhoram as condições dos pobres coitados que vivem nas casas de palafitas (olha eu ingênuo, de novo!) ou os países ricos os explorarão. Isso, de fato, é pensar em soberania! - Luiz Câmara - via WhatsApp.

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  5. Geraldo, é mesmo importante chamar a atenção para o assunto, porque é preocupante a perda de cobertura florestal na Amazônia brasileira. Ano após ano, governo após governo, o que se constata é a falta de atenção e ações para preservar esse pulmão do mundo. É verdade que os dados do Inpe de 2025 apontam para redução, mas a perda continua significativa.
    Agosto de 2018 a julho de 2019: 9.762 km²,
    Agosto de 2019 a julho de 2020: aproximadamente 10.851 km²,
    Agosto de 2020 a julho de 2021: 13.038 km²,
    Agosto de 2021 a julho de 2022: 11.568 km²,
    Agosto de 2022 a julho de 2023: 9.001 km²,
    Agosto de 2023 a julho de 2024: 6.288 km²,
    Agosto de 2024 a julho de 2025: 5.796 km².

    Não se iluda, caro leitor. O prejuízo é geral. Os governos que estão representados na COP em Belém tentam algum acordo, que até pode ser infrutífero ou insuficiente, mas, pior, os que não estão forçam o mundo a ficar patinando e adiando soluções ou convivendo com soluções parciais e ineficazes. Segundo o Inpe, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, de 2000 a 2024, o desmatamento consumiu cerca de 285.000 km² da floresta. Somada a área desmatada até julho de 2025, chegamos a mais de 290 mil km2 de floresta destruída.

    Para compreender o tamanho do estrago, compare:

    Alguns exemplos de países com área total próxima de 290 mil km²:
    Reino Unido: aproximadamente 243.610 km².
    Portugal (cerca de 92.212 km²)
    Irlanda (cerca de 70.273 km²)
    Áustria (cerca de 83.879 km²)
    República Tcheca (cerca de 78.867 km²)
    Grécia (cerca de 131.957 km²)
    Bulgária (cerca de 110.879 km²)
    Hungria (cerca de 93.028 km²)
    Dinamarca (cerca de 43.094 km²)
    Suíça (cerca de 41.285 km²)
    Países Baixos (cerca de 41.543 km²)
    Bélgica (cerca de 30.528 km²)
    Croácia (cerca de 56.594 km²)
    Equador: aproximadamente 283.561 km².
    Nova Zelândia: aproximadamente 268.838 km².
    Gabão: aproximadamente 267.667 km².
    Burkina Faso: aproximadamente 274.200 km².
    Filipinas: aproximadamente 300.000 km²,
    Itália (301.340 km²),
    Polônia (312.696 km²),
    Noruega (323.802 km²),
    Finlândia (338.424 km²),
    Japão (377.915 km²).

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  6. Uma análise clara, responsável e muito necessária sobre o momento que vivemos com a COP 30. Parabéns pelo excelente trabalho!

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