Ao receber a notícia da jogada de marketing que colocou R$ 1 bilhão nos cofres da Allegra Pacaembu, me lembrei de Paulo Machado de Carvalho que dá nome ao estádio desde 1961.
A plataforma de comércio eletrônico Mercado Livre
investiu este valor para ser o “naming rights” da futura Arena Pacaembu por cinco anos.
Como o espaço é tombado, a inscrição original na fachada externa será mantida, conforme notícia trazida pela Folha de S. Paulo.
O nome Paulo Machado de Carvalho, substituído pela
marca, provavelmente, não será mais citado nas transmissões esportivas. Uma pena
porque aos poucos o “Marechal da Vitória” cairá no esquecimento.
Empresário das comunicações e dirigente esportivo, Paulo Machado de Carvalho teve participação importante na história do futebol.
Foi ele quem organizou nos mínimos
detalhes a logística das delegações vencedoras das copas do mundo de 1958 e 1962.
Também soube incutir na cabeça dos jogadores valores
como seriedade, profissionalismo e amor à camisa da seleção brasileira.
Todos nós conhecemos o Mercado Livre graças à excelência de seu trabalho inovador, símbolo de qualidade e modernidade.
Ao se associar ao futebol o Mercado Livre ganha ainda mais prestígio e, além do “naming rights”, a marca irá patrocinar este ano a Copa Libertadores, a Sul-Americana e a Recopa.
O que entristece é o pouco caso da Allegra Pacaembu
em relação à memória do futebol. Nada nas novas obras lembra o passado do estádio.
Comprometida em investir R$ 111 milhões pela gestão do estádio durante 35 anos e mais R$ 500 milhões pela revitalização, faz parte do contrato a construção de um edifício multifuncional.
Depois de pronta a obra terá um centro de convenções e ginásio poliesportivo com a logomarca Mercado Livre presente também nesses ambientes, conforme notícia publicada no Estadão.
Não me conformo é com a feiura da fachada externa desse prédio a ser construído no lugar do antigo tobogã, a edificação deveria ter motivos esportivos e para isso existem arquitetos criativos.
Com tantos escritórios de arquitetura em São Paulo e
inúmeros edifícios de esplendorosa beleza, como pode a Allegra Pacaembu se
contentar com um monstrengo igual a esse?
O design faz lembrar uma gaiola e o pouco que foi
mostrado da parte interna é repleto de escadarias que me fazem lembrar os antigos
prédios escolares de minha adolescência.
O Mercado Livre apoia o esporte com a certeza de obter lucros a partir dessas iniciativas. Quem sabe agora com a injeção de R$ 1 bilhão, a Allegra Pacaembu se defina em fazer o mesmo?
Em 2022 a concessionária tentou abocanhar para si a Praça Charles Miller com o intuito de “cobrir despesas”, por isso é importante prestar atenção na Allegra Pacaembu, por favor, senhor prefeito e vereadores.
Seguem algumas fotos históricas tiradas no Pacaembu:
Fontes:
Tag Notícias:
https://tagnoticias.com.br/mercado-livre-compra-pacaembu-e-pagara-r-1-bilhao-para-ter-seu-nome-na-arena-por-30-anos/
Nexo: https://www.nexojornal.com.br/extra/2024/01/31/estadio-pacaembu-mercado-livre-naming-rights
Informação importante!
ResponderExcluirÉ importante lembrar quem está por trás da tal Allegra. Aqui temos um caminho, copiado no Google: https://olharolimpico.blogosfera.uol.com.br/uol_amp/2019/10/22/conheca-a-rede-de-empresas-que-ganhou-a-concessao-do-pacaembu/
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ResponderExcluirÓtimos e pertinentes comentários. Mas você pôs o verbo no passado: "colocou R$ 1 bilhão nos cofres..." Será que todo ano o Mercado Livro vai depositar R$ 33 milhões no cofre da Allegra, até 2052? Gostaria de ver o primeiro recibo de depósito... E considerarando que NENHUM evento a acontecer lá será deficitário, muitas outras verbas vão entrar. Burras de dinheiro vertendo de um ex-próprio da municipalidade... Vamos falar sério: isso é muito lamentável!
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