Um dos lugares que mais gosto de visitar em São Paulo é a Feira Oriental da Liberdade nos finais de semana.
Gosto dos atrativos da feira, mas ali meu pensamento voa através da história, a começar pela Igreja dos Enforcados, a saga do Cabo Chaguinhas e outras histórias já contadas neste blog.
Em maio último o atual prefeito sancionou um projeto aprovado pelos vereadores que alterou o nome Praça da Liberdade que agora se chama 'Praça Liberdade África-Japão'.
O motivo se deve ao fato deste lugar no passado ter sido o Pelourinho da cidade, onde se fazia o comércio de escravos.
Outra razão é que em 2021, foi colocada na praça uma estátua em homenagem à sambista Madrinha Eunice, personagem paulistana também citada aqui em postagens anteriores (Ver links abaixo).
As terras que hoje compõem parte da Liberdade serviram no passado a um cemitério de escravos, visto que a região ficava nas cercanias do burgo paulistano formado pela Sé, Pátio do Colégio e as ruas do triângulo; Direita, São Bento e 15 de Novembro.
Um muro protegia o burgo, se bem que no século 16, nem houvessem tijolos. Essa proteção foi construída em taipa de pilão, ou seja, com a
terra socada entre varetas de bambu.
Embora frágil, diante de possíveis ataques indígenas
contra os portugueses dispostos a escravizá-los, dava tempo de correr, se esconder e preparar algum tipo de contra ataque.
Conta-se nos antigos livros que em 1562 houve um ataque especialmente sério e João Ramalho acabou nomeado “capitão de guerra”, pelos poderes constituídos.
A Liberdade que temos hoje também foi uma espécie de porta dos
fundos para os que entravam em Piratininga pela Várzea do Carmo, atual Glicério.
Passavam por este caminho os tropeiros provenientes de
Santos, daí o nome dessa entrada hoje se chamar Rua São Paulo.
Quando os terrenos do entorno foram loteados, uma lei
municipal assinada em 20 de dezembro de 1905, criou o distrito da Liberdade, em
homenagem à Abolição da Escravatura.
A princípio imigrantes italianos se mudaram para lá e, só a partir de 1912, os primeiros japoneses começaram a se estabelecer.
O destino fez da Praça da Liberdade aos domingos, um
ponto de encontro da paz, repleto de artigos e comidas típicas orientais não só
do Japão, mas também da China, Taiwan e Coreia do Sul.
Seu nome oficial é Feira de Arte, Artesanato e Cultura
da Liberdade, com eventos especiais alusivos às datas comemorativas da cultura
e costumes desses países.
Nos meus tempos de adolescente havia cinemas na Liberdade e meus amigos me levaram até um deles para assistir um filme de Bruce Lee que o tornou famoso no Brasil: “Operação Dragão”.
Na Rua Galvão Bueno, cujas luminárias fazem o visitante se imaginar em alguma rua de Tóquio ou no Chinatown de Nova York, existe uma loja interessantíssima, a Ikesaki.
Especializada na venda de xampus, sabonetes, hidratantes e uma infinidade de produtos, ao visitá-la não só as mulheres ficam deslumbradas, mas também os homens.
Os taiwaneses inauguraram em 1983, o templo budista
Quan – Inn, na Rua Conselheiro Furtado, que chama a atenção de quem passa de
carro por lá.
Visto de fora o templo é lindo e certa vez, já faz tempo, tentei conhecê-lo por dentro.
Quem me atendeu era de poucas palavras,
não permitiu minha entrada e nem se dispôs a dar explicações, só me disse que
chineses também frequentavam as celebrações.
Quando Jânio Quadros foi prefeito pela segunda vez,
mexeu nos limites de inúmeros bairros. Em 1986, ampliou o tamanho da Liberdade
que abraçou ruas da Aclimação como a Tamandaré e a Pires da Mota.
Com isso a Liberdade passou a ser o bairro mais bem-servido pelo Metrô com três estações: Vergueiro, São Joaquim e Japão-Liberdade.
Ainda escreverei mais sobre a Liberdade, hoje paro por aqui e recomendo: Não deixe de acessar também as postagens sugeridas abaixo.
Blog
do Geraldo Nunes: A Praça da Liberdade e a saga do Cabo Chaguinhas:
Fiquei conhecendo melhor a historia do bairro da Liberdade.
ResponderExcluirAdorei conhecer esse lindo Blog do Geraldo Nunes!!
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