domingo, 26 de março de 2023

Aplicativo revela a realidade do trânsito de São Paulo: 823 Km de vias congestionadas na greve do Metrô

Somente agora a realidade do trânsito se escancara diante de nós, a população de São Paulo começa a ter ciência do que sempre aconteceu. São Paulo é uma cidade caótica cujo trânsito, ao que me parece, não terá solução enquanto os paulistanos não modificarem sua maneira de pensar.

O índice de 823 Km de vias paradas durante a greve do Metrô, só não foi alcançado antes porque não havia formas de como se monitorar todas as ruas e avenidas existentes nesta Pauliceia já não tão desvairada quanto antes.

Nos tempos em que comecei na reportagem, década de 1980, a observação das rotas era feita presencialmente pelos postos avançados de campo, viaturas e agentes da CET. Não tínhamos sequer 150 kms de avenidas e ruas avaliadas.

Os índices de congestionamento seguiram abaixo da realidade durante a década de 1990, embora fossem implantadas as primeiras câmeras de monitoramento, mesmo assim era tudo muito precário. Vivíamos na Idade da Pedra.

Em março deste ano, a Companhia de Engenharia de Tráfego, estabeleceu uma parceria com o aplicativo de mobilidade Waze para monitorar, por satélite, os 20 mil Km de vias existentes nesta Sampa sempre travada.

Por esta razão, alcançamos estre novo recorde, estabelecido na quinta-feira, 23 de março de 2023, mas tenham certeza não ficaremos só nisso.

Perfilados um a um em linha reta, chegaríamos nesses 823 Km, às imediações de Goiânia, no Planalto Central do País.

Como o céu é o limite e a distância entre a Terra e a Lua, é de 384.400 Km, um dia quem sabe perfilaremos nossos carros para chegar até lá.

No passado, avenidas como a Teotônio Vilela e Estrada do M' Boi Mirim, no extremo sul, ou a Sapopemba e Marechal Tito, nos confins da zona leste, não entravam na medição da CET.

Agora todas essas vias e outras mais, estão sendo monitoradas e mesmo assim atribuiu-se como causa para o congestionamento gigante, a greve do Metrô, que realmente fez muita gente tirar o carro da garagem. Verdade, mas há um outro fator indireto.

Pesquisa recente da Fundação Getúlio Vargas, concluiu que cada vez mais empresas estão chamando de volta seus funcionários para o trabalho presencial.

O número de profissionais que trabalha pelo menos um dia à distância, caiu de 55,5%, em 2021, para 34,1%, em 2022.

Trabalhar não é mera questão técnica, se faz necessária a interação de todos para que uma equipe dê resultados e a atividade presencial tem se mostrado melhor neste quesito.

Diante da constatação, os congestionamentos verificados na última greve, podem voltar a acontecer, não apenas por causa de uma outra paralisação que venha a acontecer.

Tudo irá mudar somente quando a maior parte da população entender que é preciso deixar de ter carro próprio e optar pelo transporte coletivo ou por veículos de carona chamados através de aplicativos.

Esta prática vem sendo utilizada pelos moradores de Nova York há anos, mas aqui, todos percebem, ainda falta uma melhor estrutura para que o transporte público consiga atender a um aumento de demanda. Então, seguiremos assim. 

Para ilustrar acompanhe abaixo uma sequência de fotos tiradas em vias congestionadas durante o século 20.


 Acima se observa a calçada da Biblioteca Mário de Andrade, na Rua Xavier de Toledo e todo o trânsito parado em duas mãos: 1961.



Avenida São João durante a década de 1970.


         Avenida Paulista em 1981.


Buraco do Adhemar no Anhangabaú - dezembro 1983.

 

Para finalizar esta bela visão aérea da Avenida Paulista em 2021.

 


Créditos para os portais: G1, CET, Terra e Mobilize

Pesquisa de fotos via Internet/Facebook

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