Para muitas pessoas a palavra museu ainda está associada a um lugar chato e destinado a guardar coisas antigas.
Este conceito tende a mudar a partir da reabertura do Museu do Ipiranga, prevista para acontecer em 7 de setembro de 2022, data do bicentenário da Independência do Brasil.
A restauração completa do prédio histórico, inaugurado em 1895, foi concluída no mês de fevereiro deste ano.
Falta ainda colocar em ordem os ambientes internos que
incluem o saguão, as salas de exposições e os corredores, mas tudo isso deve ficar pronto dentro do prazo previsto.
Pelo lado de fora, os testes para a reativação dos chafarizes junto aos jardins franceses, a cargo da prefeitura, estão em andamento.
A grande novidade é que o público poderá interagir e caminhar
entre os jatos d’água dos chafarizes, sem se molhar.
Dentro do museu para os visitantes, a forma de se contar a história do Brasil foi revista e modernizada pela colocação de imagens e textos digitais em multimídia.
Por outro lado, peças tradicionais do acervo, como a
escultura em mármore do bandeirante Antônio Raposo Tavares serão mantidas,
embora o contexto histórico dessas obras tenha sido modificado.
Os bandeirantes não estão sendo encarados
como colonizadores, mas agora por alguns historiadores, como escravizadores de índios.
Se trata de um assunto ainda polêmico e como a escultura do artista plástico Luigi Brizzolara, integra o chamado eixo monumental do museu, que está tombado e não pode ser mexido, a estátua continuará onde está.
Ao todo são 54 pinturas e 9 esculturas entre as quais a tela Independência ou Morte, de Pedro Américo, que permaneceu dentro do museu durante a reforma e lá mesmo foi restaurada.
O Museu do Ipiranga foi fechado em 2013, após uma ampliação assustadora na quantidade de cupins e rachaduras nos pilares e outras estruturas do centenário edifício.
Os primeiros problemas foram relatados décadas atrás em uma reportagem que apresentei na Rádio Eldorado, dentro do programa São Paulo de Todos os Tempos, gravado nas dependências do Museu Paulista, em 1997.
Na ocasião entrevistamos o então diretor da instituição, o professor José Sebastião Witter de saudosa memória.
A reforma agora concluída, acreditamos, coloca um ponto final aos problemas estruturais, comentados pelo então diretor.
O local foi adaptado dentro dos critérios arquitetônicos do “desenho
universal”, seguidos pelos museus e demais edificações mundo afora.
Uma nova entrada foi construída para facilitar a
acessibilidade de todas as pessoas, além de elevadores, escadas rolantes,
auditório, sala de café e leituras.
Para quem quiser ouvir a reportagem gravada feita nas dependências do Museu do Ipiranga, em 1997, seguem os links de acesso ao Anchor e Spotify.
Basta clicar:
Um passeio pelo Museu do Ipiranga #133 de São Paulo de Todos os Tempos (anchor.fm)
Um passeio pelo Museu do Ipiranga #133 - São Paulo de Todos os Tempos | Podcast no Spotify
Fontes: Jornal da USP e Folha de S. Paulo
Deverá ficar uma beleza, sem dúvida! Mas é sinal do tempos que, na sua inauguração, muito provavelmente o presidente do país não virá, porque não lhe interessa museus, cultura e educação. Muito lamentável esse desumanismo. Bem, visitei apenas uma vez esse museu, e certamente levarei um tempo pra ir, até a movimentação maior diminuir. Me diga, por o Witter está com uma bola debaixo do braço?
ResponderExcluirRecolhi esta foto na internet, foi tirada quando do lançamento do livro "Pequena História do Futebol Brasileiro" de autoria do professor José Sebastião Witter que faleceu em 2014 aos 81 anos.
Excluir👍🇧🇷
ResponderExcluirBoa Gera! Finalmente reabrirá.
ResponderExcluirShow de bola, Gera!
ResponderExcluirQuerem mudar a historica imagem dos bandeirantes. Se pudessem destruiriam as imagens.
ResponderExcluirMarli Alves Moreira
ResponderExcluirQue notícia boa! Adoro museu. Me lembro que quando tinha 27 anos e estava a passeio no RJ manifestei o interesse em visitar os prédios históricos e museus e uma integrante da família anfitriã pouco mais jovem torceu o nariz e disse: "Você já está meio passadinha ". O pior é que muitos pensam assim que quem gosta de museu é velho ou ultrapassado.
Quem puder, clique aqui para ouvir a reportagem especial de 1997. Seja transportado para dentro do museu e faça um passeio imaginativo incrível pelas dependências do prédio e pelas histórias contadas pelo então diretor do Museu Paulista da época, instigado pelos questionamentos do mestre da comunicação Geraldo Nunes.
ResponderExcluirAdorava ir ao Museu. É importante conhecer nossa história. Ainda não tive a oportunidade de vê-lo renovado, mas certamente irei. Quanto à polêmica sobre os Bandeirantes, fizeram parte da nossa história e não há o que discutir. Graças a eles, muitas terras foram desbravadas. Tiveram o seu valor. Temos que respeitar nossos antepassados e aprender a não julgar os motivos pelos quais agiram de uma forma ou outra. Desconhecemos as necessidades daquela época. Era um mundo diferente.
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