As Paralimpíadas de Tóquio começam agora em 24 de agosto e se estendem até o dia 5 de setembro de 2021.
Neste ano a
O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro - CPB,
Mizael Conrado, estima que o país irá alcançar entre 60 e 75 medalhas.
O CPB acredita que neste ano o Brasil chegará à sua centésima
medalha de ouro, pois faltam apenas treze para atingir essa meta.
Outra previsão é superar as conquistas dos Jogos Rio
2016, quando foram 14 medalhas de ouro, 29 de prata e 29 de bronze.
Não se trata de exagero nem de soberba dos dirigentes,
é que tradicionalmente o Brasil consegue mais medalhas com os paratletas do que com os atletas olímpicos.
Um dos motivos é o fato do nosso país permanecer entre
os campeões mundiais de acidentes de trânsito e violência urbana.
Na reabilitação das vítimas desses infortúnios, o
esporte entra como a terapia que mais ajuda na devolução da autoestima.
Em 1988, trabalhando para a Rádio Bandeirantes,
conversei com Gilberto Frachetta, então presidente do Movimento de Defesa das Pessoas com
Deficiência – MDPD.
Ele me contou que o Brasil iria participar da
Paralimpíada de Seul, cujo início se daria após a Olimpíada que estava sendo
disputada naquele momento na capital da Coreia do Sul.
Achei aquilo uma novidade interessante, pois confesso
também desconhecia a existência de esportes olímpicos voltados a pessoas com
deficiências no Brasil.
Naquele tempo não havia internet e toda notícia vinda do exterior chegava somente por teletipos, mas acreditei que viriam informes semelhantes ao da olimpíada normal.
Conversei então com o José Paulo de Andrade, na época diretor
de jornalismo, meu chefe na Band AM.
Ele me autorizou falar sobre a Paralimpíada de Seul desde
que fosse apenas um boletim diário no programa Bandeirantes Acontece de Antônio
Carvalho, na parte da tarde.
De minha parte não imaginava que iria encontrar tantas
dificuldades para obter os resultados das competições, não chegava nada pelos teletipos das agências internacionais.
Não havia nem onde ligar para obter ajuda e no fim das contas noticiei apenas a abertura e o encerramento daquela competição, ainda assim precisei "cozinhar" as notícias publicadas pela Folha de S. Paulo.
Somente agora com os recursos da tecnologia consigo
explicar as dificuldades que encontrei na época.
Segundo historiadores, esta edição dos jogos é
considerada a gênese do movimento paralímpico moderno.
Ainda assim, houve transtornos em Seul nas questões de acessibilidade nos locais dos jogos e foi necessário construir outra vila olímpica adaptada às condições existentes.
No quadro geral de medalhas o Brasil obteve na
Paralimpíada de Seul, a 25ª posição com 27 medalhas, sendo 4 de ouro, 9 de
prata e 14 de bronze, quantidade maior que na olimpíada.
Naquele mesmo ano de 1988, na Olimpíada de Seul, dias antes,
nossos atletas conquistaram 6 medalhas, 1 de ouro, 2 de prata e 3 de bronze e
ficaram na 24ª posição.
Acredito que na Rádio Bandeirantes de hoje ninguém saiba quem foi o primeiro a falar sobre Paralimpíadas naqueles microfones, mas estou aqui para contar essas histórias.
Falarei mais ainda sobre o Rádio e as Paralimpíadas nas próximas postagens.
Aguardem!
Lembro-me dessa sua passagem radiofônica
ResponderExcluirBom saber! Obrigado.
ExcluirParabéns ao "desbravador" dessa categoria de reportagem!!!
ResponderExcluirÉ um absurdo todo o alarde que se faz com as Olímpiadas, transmissão ao vivo e vasta cobertura e nas Paralimpíadas somente notas de rodapé, ou comentário rápido em telejornais e rádios. Nossos paratletas dão de 10x0 em nossos atletas e não têm o reconhecimento público do que fazem pelo nosso país. Basta ver o quadro de medalhas de todas as competições.
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