quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Prefeitura planeja bonde fixo para o Viaduto do Chá

O Viaduto do Chá está com problemas de infiltração das águas de chuvas em suas estruturas e precisa passar por um processo de recuperação e impermeabilização.

A prefeitura pretende iniciar os trabalhos entre fevereiro e março de 2026 e a entrega completa está prevista para acontecer em 18 meses ao custo de R$ 70 milhões.

A licitação será lançada nos próximos dias e faz parte de um projeto que prevê, além da reestruturação completa, a implantação de um quiosque no formato de um bonde para informações turísticas.



As calçadas serão remodeladas, o mosaico português será substituído pelo granito e as cores atuais serão mantidas.

O bonde será colocado no local onde hoje está uma banca de jornais, em frente ao Shopping Center Light.

Ainda ninguém sabe para onde irá a banca, mas em frente será feito um recuo para embarque e desembarque de passageiros, igual ao da entrada na sede da Prefeitura.



A questão é que a proposta não prevê fazer do quiosque uma réplica, ainda que em tamanho reduzido, de algum dos modelos de bondes que durante décadas circularam em São Paulo ao longo do século 20.




Um dos primeiros modelos de bondes elétricos é este todo aberto. Não havia pontos de parada, o passageiro tinha que correr e se pendurar nele andando, como mostra a foto.

Essa estampa é da década de 1920, mas convenhamos, este modelo é feio para os padrões atuais, não serve de inspiração para o quiosque.



Este outro bonde também aberto circulou até por volta de 1965, cheguei a vê-lo nas ruas quando era criancinha.



Esta fotografia é de 1963 onde aparece o bonde camarão que fazia ponto final na Vila Maria, o modelo ganhou este apelido por causa da cor vermelha.


Já este outro é o Centex, de fabricação norte-americana que passou a circular em São Paulo na década de 1940.

A população passou a chamá-lo de Gilda em homenagem à atriz Rita Hailworth, estrela de um filme que levava este nome.

Ao nosso ver esse é o formato mais adequado para a réplica fixa que se pretende colocar no Viaduto do Chá.



O bonde deixou de circular em São Paulo no ano de 1968 acusado de atravancar o trânsito e de lá para cá, algumas ideias para um substituto foram ventiladas.




Em 2017 o então prefeito João Doria, recebeu do setor privado, um projeto de recuperação do centro que incluía a proposta de um passeio turístico a bordo de um Veículo Leve sobre Pneus – VLP.

Este VLP, “bonde elétrico sobre rodas”, circularia no centro histórico de São Paulo unindo dois pontos de cultura musical.

O “bondinho” sairia da Estação Júlio Prestes com destino ao Teatro Municipal e vice-versa, mas a sugestão não foi adiante.

Quem sabe a memória dos bondes se perpetue com essa nova ideia que esperamos possa vingar. Só mesmo ver para crer.



Fontes: Estadão Conteúdo/Revista Carta Capital/Google


quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Setembro é o mês do rádio que sobrevive a duras penas

 Todo ano quando chega o mês de setembro comemoramos o Dia do Rádio e todos fazem elogios ao mais antigo veículo de mídia eletrônica.

Graças ao seu companheirismo e capacidade de comunicar o Rádio resiste ao tempo renovado, vivo e forte há mais de um século no Brasil! Isto é verdade, mas...

“Meu único amigo pelas noites adolescentes e tudo o que eu precisava saber, eu escutava no meu rádio”, diz o grupo Queen, de Freddy Mercury, em uma de suas canções.

Foi assim também comigo, mas a realidade atual aponta dificuldades imensas para a sobrevivência do nosso amado rádio!

Em 16 de setembro de 2025, uma terça-feira, o Comitê de Civismo e Cidadania - COCCID, da Associação Comercial de São Paulo - ACSP, promoveu uma reunião-evento comemorativa ao “mês do rádio”, entre as 15 e 17 horas.

Lá estivemos como palestrante ao lado dois convidados especiais, Celso Vernizzi, especializado em meteorologia e Fernando Vítolo, escritor, radialista e catalisador de histórias.

Nós todos regidos sob a batuta do vice-presidente da ACSP e coordenador do COCCID, Samir Nakhle Khoury, com o apoio do diretor Adolfo Savelli, fizemos uso da palavra. 

No final do encontro houve sorteio de 20 exemplares do livro “Aventuras de um Repórter Aéreo”.

De início fizemos um pequeno histórico do rádio no Brasil e um pouco da nossa trajetória pessoal para explicar as razões deste veículo despertar tantas paixões.

Ressaltamos que o que mantém o rádio vivo, é a interação com os ouvintes através da prestação de serviço que são aquelas informações do cotidiano: condições do tempo, trânsito, rodovias.

Lembramos da figura notável de Narciso Vernizzi, “O Homem do Tempo” e o esforço dele para obter informações precisas em uma época em que não havia internet.

Celso, seu filho, complementou as histórias, lembrando que o pai se levantava às 4 da madrugada para fazer contato com radioamadores argentinos para saber deles as condições climáticas.

Essas informações o ajudavam na preparação dos boletins meteorológicos.

Esse trabalho pioneiro do "Homem do Tempo" levou os gerentes das emissoras a buscarem outras formas de orientação aos ouvintes e uma delas foi o “Repórter Aéreo” que passou a falar do trânsito com visão privilegiada, lá das alturas.

No final da palestra nossa conclusão foi que a “salvação do rádio” está na manutenção prestação de serviço.

Enquanto as rádios continuarem repercutindo as mesmas notícias dos telejornais sua lucratividade continuará baixa.

Os jornais, sites e a televisão trazem aquilo que acontece no mundo todo, mas se esquecem do buraco na rua em frente das nossas casas, dos vazamentos de água, da falta de limpeza pública, etc.

As rádios padecem porque apenas 4% do investimento em mídia é aplicado nelas, a maior soma ainda vai para a TV Aberta, 37% e 33% do investimento global em publicidade seguem para as Redes Sociais e os demais setores de mídia ficam com 26% da fatia do bolo.

Como solução recomendamos que as rádios diversifiquem seus sites, visto que 91,3% já possuem páginas na internet.

84,1% das rádios brasileiras transmitem seus programas também na versão online que depois ficam hospedados em podcasts.

12% transmitem imagens do estúdio em tempo integral, índice ainda considerado pequeno.

Tem muita gente fazendo rádio de forma acomodada, sem sair do estúdio, é preciso interagir cada vez mais com o público e não só pelas redes sociais, mas pondo a cara e a reportagem nas ruas.

Os repórteres de rádio servem de ponte entre os ouvintes e as autoridades, especialmente no trato com as prefeituras.

Não há quase ninguém na mídia indo atrás de solucionar os problemas do cotidiano.

Além disso, as rádios precisam firmar mais parcerias com agências do tipo Climatempo ou BTN que faz a cobertura do trânsito, este é um fator primordial. O Rádio sobreviverá? 

Acreditamos que sim, ele sempre se reinventa, mas fiquemos atentos porque a água já está batendo na altura do pescoço.



Ouça a canção “Radio Gaga” do Queen, no Live Aid, com legendas:









Fontes:

Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV – Abert

Sindicato dos Radialistas de São Paulo

Kantar Ibope Media

IAB Brasil

Meio e Mensagem

 

 

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

O que significa setembro amarelo?

O “Setembro Amarelo” é uma campanha mundial de conscientização sobre a importância de se prevenir o suicídio.

A data oficial, 10 de setembro, foi criada em 2003 pela Organização Mundial da Saúde - OMS para incentivar as nações a adotarem estratégias de enfrentamento ao problema.

Em 1994, nos EUA, o jovem Mike Emme de 17 anos, considerado um rapaz prestativo e habilidoso, depois de restaurar sozinho um automóvel Mustang 68 e o pintar de amarelo, decidiu dar fim à própria vida.

Não havia uma razão aparente, mas é assim que muitos pais são surpreendidos e o fato que ganhou as páginas dos jornais da época, serviu de alerta para o mundo, visto que ao longo dos anos se tornou uma epidemia global.

O mais surpreendente é que cada 40 segundos uma pessoa pratica o suicídio em algum ponto do planeta e, conforme especialistas, parte do problema pode estar ligado ao excesso de ostentação nas redes sociais que torna muitos adolescentes infelizes por acharem que não capazes de serem iguais ao que é exposto.


Isto ganha força também em relação aos adultos, sendo assim é necessário prestar atenção aos sinais transmitidos ao nosso redor no cotidiano.

Nem sempre uma pessoa que está enfrentando problemas em seus relacionamentos deixa as questões transparecerem.

No Brasil mais de 30 internações por dia ocorrem por tentativa de suicídio, conforme levantamento apresentado pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência – Abramede.

De acordo com o Ministério da Saúde 96,8% dos casos estão ligados a transtornos mentais.

O primeiro desses transtornos é a depressão e alguns desses sinais indicam desinteresse, apatia, choro frequente, baixa autoestima, entre outros.

Também é necessário estar atento às alterações extremas de humor, excesso de raiva, irritabilidade, sentimentos intensos de culpa, mudança na rotina, abandonar atividades que geram prazer, entre outros.

Se a pessoa demonstra comportamento suicida, procure ajudá-la.

Um dos caminhos indicados é procurar o Centro de Valorização da Vida – CVV

☎️188

📩apoioemocional@cvv.org.br

Chat: atendimento virtual: Chat |

CVV: cvv.org.br

Fontes: Agência Brasil e Estadão Conteúdo

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Dom Pedro e a “Bernarda de Francisco Inácio"

 


Em 1822, São Paulo tinha 28 ruas, pouco mais de 1.800 casas e menos de 7 mil habitantes.

Na Zona Leste inteira havia apenas 36 casas e mesmo com poucas acomodações Dom Pedro decidiu pernoitar na Penha e seguir para o burgo paulistano somente no dia seguinte.

Por que ele fez isso?

O príncipe regente se hospedou na residência dos padres, lugar próximo de onde está a Igreja Velha da Penha.

Como não havia prédios, de lá era possível avistar toda a cidadezinha localizada acima da planície pela qual se estendia a antiga Estrada da Penha, hoje Avenida Celso Garcia.


O ambiente político era tenso, desde o Dia do Fico, em 9 de janeiro daquele ano.

O príncipe regente anunciou que iria ficar no Brasil e tal iniciativa aflorou o sentido de independência na população.

Dom Pedro contornava as exigências vindas das cortes de Lisboa, ao mesmo tempo em que internamente, sofria pressões para que se posicionasse o quanto antes.

De duas províncias, Minas Gerais e São Paulo, vieram ameaças para que tomasse uma posição rapidamente.

Caso contrário, a independência seria proclamada por outros meios, se necessário até, fazendo uso de armas.

Com o objetivo de aparar arestas, Dom Pedro parte do Rio em viagem, primeiro à Vila Rica.

Após longas conversas reconquista o apoio dos mineiros, mas ainda faltava abrandar os ânimos em São Paulo.  

A província paulista era governada por uma junta provisória, formada em parte por apoiadores e outra por descontentes.


A contenda resulta na eclosão, em 23 de maio de 1822, de uma revolta à qual se deu o nome “Bernarda de Francisco Inácio”.

A população paulistana revoltada chegou a hostilizar soldados enviados de Santos pelo príncipe regente.

O Coronel Francisco Inácio de Souza Queiroz, integrante da junta governativa, subira o tom de voz em defesa da independência do Brasil.

A chegada de Dom Pedro à Penha acontece no início da tarde de 24 de agosto, um sábado.

Daria tempo de chegar ao Paço da Sé ainda com o dia claro, mas ele decide pernoitar porque temia uma reação.

Pede a seu secretário, Francisco Gomes da Silva, o Chalaça, que se dirija antes ao burgo paulistano para sentir os ânimos.

No início da noite, o príncipe é informado que tudo estava tranquilo.

Assim sendo, no dia seguinte, segue na direção da Ladeira do Carmo.

Ao chegar é recepcionado com toda pompa pelo arcebispo Dom Mateus de Abreu Pereira.

Dom Pedro permanece em São Paulo de 25 de agosto a 5 de setembro, faz costuras políticas e aquieta os ânimos de Francisco Inácio ao garantir que a independência estava próxima.

No Palácio do Governo localizado onde agora está a reconstruída igreja do Pátio do Colégio, o príncipe passa a receber os interessados em fazer pedidos, era o famoso “beija-mão” daqueles tempos.

Foi num desses eventos que conheceu Domitila de Castro, a mulher que se tornaria a mais amada e odiada do Brasil.

A futura Marquesa de Santos, não viajou com ele para o litoral, aliás não há nenhum registro histórico que acuse a presença dela no litoral paulista sequer uma vez na vida.

Dom Pedro foi a Santos dar instruções para que ficassem de prontidão para enfrentar um possível ataque de Portugal à região portuária quando anunciasse sua decisão.

Sua volta para São Paulo aconteceu em um sábado, 7 de setembro de 1822, quando a Independência do Brasil foi proclamada, às margens do Ipiranga.


Fontes: Bomtempi, Sylvio/Viagem de D. Pedro a São Paulo e o Paço da Penha de França – 1822/Rotary Club de São Paulo/Penha/1972

Santana, Nuto/A Bernarda de Francisco Inacio/Sociedade Impressora Brasileira/1ª Edição/São Paulo/1938


quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Sucesso total: Veja as fotos de nossa tarde de autógrafos

 


O lançamento do nosso livro aconteceu no Espaço Scortecci – Rua Deputado Lacerda Franco, 96 – Pinheiros em uma tarde festiva.

A data marcou os 43 anos de inauguração da Editora Scortecci que em sua história já publicou títulos de mais 1.500 autores.

Perdi a conta de quantos livros autografei, o mais importante foi rever antigos amigos, colegas de profissão e conhecer novas pessoas.

Este é um amigo muito querido, Jaime Tavares, que conheci quando éramos pré-adolescentes. Por causa de uma cirurgia, passei alguns meses na AACD e o Jaime estudava lá.

Apesar da poliomielite estudei em escolas públicas e o Pedro Valverde foi meu colega nesta época, morávamos no Moinho Velho – Ipiranga. Fomos estudantes do Colégio Estadual Prof. Gualter da Silva que mantém esse nome.

Colegas de profissão compareceram como Haisem Abaki, atual apresentador do Jornal Eldorado, Camila Tuchilinski, o pai Ludovico, além de Douglas Matos, Vanessa Di Sevo, seu esposo André e o filho Andrezinho. 



Brazilian Traffic Network – BTN, é a empresa de comunicações que cobre o trânsito para as emissoras de rádio na atualidade.

A BTN é citada no livro e esteve representada pelo coordenador Ronaldo Rodrigues e as repórteres Daniele Gandolfi e Luana Coutinho.

A melhor e mais dedicada produtora com quem trabalhei, Valéria Rambaldi, pintou no pedaço ao lado de sua amiga Andréa, irmã do dono do Bar Brahma. Valéria é a que aparece atrás de mim.


O apresentador da Rádio Trianon, Pedro Nastri, veio à tarde memorável e aparece na foto ao lado de Pedro Osvaldo Scattone, empresário e autor do livro “Famílias, Bicicletas e o Brás”.

Por falar em bicicletas, Luiz Arnaldo Lemmi, atravessou o país sobre uma bike que pedalou de norte a sul.

Ele fez o relato de sua viagem no São Paulo de Todos os Tempos e nesta tarde de 16 de agosto me presenteou com uma garrafa de vinho.

Achei o máximo, além de comprar o livro, o cara ainda me dá um presente!


Marcelo Cardoso é professor de jornalismo, mas nos seus tempos de repórter dividiu o helicóptero comigo sobrevoando a cidade na parte da tarde em um Enstrom F-28 no qual voara anteriormente o saudoso Franz Netto.

Outro escritor, o Dr. Juarez de Moraes Avelar, é médico cirurgião plástico e preside a Academia Cristã de Letras, da qual também faço parte.


Fabíola Saviolli, biógrafa da poetisa Carolina Ramos e de Ana Costa, veio diretamente de Santos para nos cumprimentar e deixou de presente o café solúvel da marca que mais gosto.

Açucena Bonanato, minha ouvinte de longa data, me acompanhava na programação da Rádio Eldorado. Moradora da Aclimação, é empresária e amiga da repórter Chiara Luzatti que hoje reside no Rio de Janeiro.


Carlos Taufik Haddad que dirigiu durante anos a Imprensa Oficial do Estado, segue apaixonado por livros e esteve presente para nos saudar.


Wagner de Azevedo Marques, historiador do Tucuruvi, está na foto ao lado do guarda de trânsito Luizinho, também da zona norte.


Vitor Lagruta, empresário bem-sucedido da região de Santana faz positivo por estar ao lado do repórter aéreo mais conhecido do rádio.

Meu estimado compadre Antônio Carlos Pereira Alves, amigo nos bons e nos maus momentos, muito me honrou com sua presença, ao lado da esposa Marlúcia e dos filhos Otávio, Guilherme e Gustavo; sou padrinho de batismo do caçula dele.


Para finalizar acompanhe pelo YouTube o bate papo que tivemos pela Band Rádio, com Ronald Gimenez e Claudio Zaidan.

São eles os apresentadores do programa Bandeirantes Acontece e conversamos na véspera do lançamento de nosso novo livro “Aventuras de um Repórter Aéreo”.