Todo ano é a mesma coisa, chega o mês de setembro e comemoramos o Dia Nacional do Rádio.
Ouvimos de todos os lados elogios ao veículo de mídia
eletrônica que resiste ao tempo vivo e renovado há mais de um século!
Em parte, isto é verdade, mas a realidade também
aponta dificuldades imensas para a sobrevivência do rádio!
Na terça-feira, 16 de setembro de 2025, o Comitê de
Civismo e Cidadania - COCCID, da Associação Comercial de São Paulo - ACSP, promoveu
uma reunião-evento comemorativa ao “mês do rádio”, entre 15 e 17 horas.
Lá estivemos como palestrante ao lado dois convidados
especiais, Celso Vernizzi, especialista em meteorologia e Fernando Vítolo,
escritor e catalisador de histórias.
Nós todos regidos sob a batuta do vice-presidente da
ACSP e coordenador do COCCID, Samir Nakhle Khoury, com o apoio do diretor Adolfo Savelli, fizemos
uso da palavra.
No final do encontro houve sorteio de 20 exemplares do
livro “Aventuras de um Repórter Aéreo”.
De início fizemos um pequeno histórico do rádio no
Brasil e um pouco da nossa trajetória pessoal para explicar as razões deste
veículo despertar tantas paixões.
Ressaltamos que o que mantém o rádio vivo, é a
interação com os ouvintes através da prestação de serviço que são aquelas
informações do cotidiano: condições do tempo, trânsito, rodovias.
Lembramos da figura notável de Narciso Vernizzi, “O Homem
do Tempo” e o esforço dele para obter informações precisas em uma época em que
não havia internet.
Celso, seu filho, complementou as histórias, lembrando
que o pai se levantava às 4 da madrugada para fazer contato com radioamadores
argentinos para saber deles as condições climáticas.
Essas informações o ajudavam na preparação dos
boletins meteorológicos.
Esse trabalho pioneiro do "Homem do Tempo" levou os gerentes
das emissoras a buscarem outras formas de orientação aos ouvintes e uma delas
foi o “Repórter Aéreo” que passou a falar do trânsito com visão privilegiada, lá das alturas.
No final da palestra nossa conclusão foi que a
“salvação do rádio” está na manutenção prestação de serviço.
Enquanto as rádios continuarem repercutindo as mesmas
notícias dos telejornais sua lucratividade continuará baixa.
Os jornais, sites e a televisão trazem aquilo que acontece no mundo todo, mas se esquecem do buraco na rua em frente das nossas casas, dos vazamentos de água, da falta de limpeza pública, etc.
As rádios padecem porque apenas 4% do investimento em
mídia é aplicado nelas, a maior soma ainda vai para a TV Aberta, 37% e 33%
do investimento global em publicidade seguem para as Redes Sociais e os demais
setores de mídia ficam com 26% da fatia do bolo.
Como solução recomendamos que as rádios diversifiquem
seus sites, visto que 91,3% já possuem páginas na internet.
84,1% das rádios brasileiras transmitem seus programas
também na versão online que depois ficam hospedados em podcasts.
12% transmitem imagens do estúdio em tempo integral, índice
ainda considerado pequeno.
Tem muita gente fazendo rádio de forma acomodada, sem
sair do estúdio, é preciso interagir cada vez mais com o público e não só pelas
redes sociais, mas pondo a cara e a reportagem nas ruas.
Os repórteres de rádio servem de ponte entre os
ouvintes e as autoridades, especialmente no trato com as prefeituras.
Não há quase ninguém na mídia indo atrás de solucionar
os problemas do cotidiano.
Além disso, as rádios precisam firmar mais parcerias
com agências do tipo Climatempo ou BTN que faz a cobertura do trânsito, este é
um fator primordial.
O Rádio sobreviverá? Acreditamos que sim, mas fiquem
atentos porque a água já está batendo na altura do pescoço.
Fontes:
Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV –
Abert
Sindicato dos Radialistas de São Paulo
Kantar Ibope Media
IAB Brasil
Meio e Mensagem
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