sábado, 6 de julho de 2024

Para salvar Plano Real governo precisou dar dinheiro aos bancos

O sucesso do Plano Real é uma realidade, mas a conquista da estabilidade econômica e financeira veio carregada de incertezas

A logomarca do Banco Nacional ainda é vista frequentemente nas fotografias onde aparece o piloto tricampeão Ayrton Senna.

O Banco Nacional era uma instituição privada e sua falência aconteceu após a descoberta que seus demonstrativos contábeis exibiam lucros inexistentes na casa dos bilhões de reais.

Outros bancos de menor porte faziam o mesmo e o Banco Central precisou intervir em todos eles.

Para que os clientes não perdessem seus créditos, outros bancos assumiram o controle acionário dessas instituições inadimplentes.

“Se mais bancos fecharem as empresas irão junto e a economia do país sairá arruinada”, alertava o ministro da Fazenda, Pedro Malan, em novembro de 1995.

O exemplo usado para justificar o perigo, foi a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929.

“Na ocasião a economia dos Estados Unidos entrou em crise porque o governo não abasteceu os bancos com recursos financeiros”, explicaria Malan ao lançar o Proer.

Por este programa o governo brasileiro forneceu aporte financeiro aos bancos para garantir a sobrevivência das empresas e a garantia dos empregos dos funcionários.

Mas a oposição e a mídia, como não poderia deixar de ser, caíram matando.

Apesar das críticas, a economia do país sobreviveu e o Proer permaneceu em vigor até 2001.

O Brasil prosperou, mas algumas mudanças aconteceram: o câmbio que antes era fixo voltou a ser flutuante e o Real perdeu seu poder de compra em relação ao dólar.


A decisão de tornar o dólar flutuante fez aumentar as exportações e fortaleceu o agronegócio, mas as taxas de juros permanecem altas, embora não como antes.

Mesmo assim ainda é possível planejar compras a prazo, algo que no tempo da hiperinflação era impossível.

O Brasil saiu do buraco graças ao Plano Real, mas seu futuro ainda é cheio de incertezas.



Fonte: Texto editado a partir do livro "A História do Brasil sob o olhar da Contabilidade – Os 100 anos do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo – Sindicont-SP", publicado em 2019. Autores: Lenilde Plá De León e Geraldo Nunes.

Fotos extraídas do Google

 






3 comentários:

  1. Prezado e Nobre Confrade , Geraldo Nunes.
    Tudo bem ?

    Atravessei essa época da mudança do Dinheiro , quando alguns meses depois de aposentado. Foi um momento difícil em Nossa vida porque tenho um filho especial e além disso quase perdi a minha casa , que comprei com o dinheiro da Aposentadoria.
    Sofremos bastante nessa oportunidade , mas eu venci com sacrifício. E agradeci a Deus ,pelas graças recebida um episódio que marcou fundamente a minha existência.
    Um grande abraço, Ilustre Confrade.
    Lafayette.

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  2. Hoje um exemplar do Estadão na banca custa R$ 7,00. Tive a curiosidade de conferir: um mês depois do lançamento do Real, em Agosto de 1994, o jornal custava na banca R$ 0,60. O que deduzir dessa informação? Cada um faça as suas contas.

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    1. Em julho de 1994, com o lançamento do Plano Real, o litro da gasolina passou a custar R$ 0,55 e hoje custa em torno dos R$ 5,90, ou seja, ler jornal impresso fica mais caro depois de um ano, do que abastecer o carro neste mesmo período.

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