Faltou transparência às mudanças efetuadas no Plano Diretor Estratégico - PDE aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo na última segunda-feira, 26 de junho de 2023.
Os Planos Diretores ocorrem periodicamente para o cumprimento
das regras estabelecidas no Estatuto das Cidades para a ocupação de áreas
urbanas sem prejuízos à natureza, meio ambiente e memória
afetiva de seus moradores.
Dos 55 vereadores paulistanos, 44 votaram a favor das alterações no Plano Diretor estabelecido em 2014 e 11 foram contrários.
O que me chamou a atenção foi a pressa dos
parlamentares em aprovar tudo tão rapidamente.
Aconteceram 53 audiências públicas em 40 dias, período
curto demais para qualquer questionamento mais fundamentado e vários pontos
polêmicos ficaram em aberto.
Para o setor imobiliário as mudanças trarão novas oportunidades
de moradia nesses bairros já dotados de toda infraestrutura necessária para uma melhor
qualidade de vida.
O mercado imobiliário entende que ao se construir em bairros consolidados, maior número de pessoas terá acesso a transporte coletivo de qualidade e benefícios como escolas, hospitais, parques públicos e shopping centers.
Números do setor imobiliário indicam que somente 26% dos paulistanos residem em bairros detentores de 80% da infraestrutura urbana qualificada que abrange inclusive, gás canalizado e fiação elétrica subterrânea.
Na zona norte, o Mirante de Santana, que esteve ameaçado pela proposta incluída no plano de se construir arranha-céus em seu entorno, foi salvo pelo vereador Eliseu Gabriel que alertou os demais sobre os riscos aos meio ambiente se promovessem mudanças na região.
Mesmo assim ficaram questões pendentes que deveriam ter sido discutidas para impedir que bairros hoje bem estruturados e qualificados, se transformem em lugares saturados pela quantidade de edifícios e automóveis.
Ruas estreitas com terrenos antes ocupados por residências de uma só família passarão a ter arranha-céus para 70 famílias ou mais.
O prefeito Ricardo Nunes deve sancionar a lei nos próximos dias, não acredito que haverá vetos significativos.
Dizem que o futuro a Deus pertence, mas este não é o
caso de São Paulo. Aqui, o mercado imobiliário é quem planeja o nosso futuro e o destino fica por conta da complacência dos vereadores com os mais poderosos.
Talvez São Paulo deveria parar de crescer
ResponderExcluirIsso é um verdadeiro absurdo!
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ExcluirNa minha pequena Vila Cruz das Almas e entorno despontam prédios pra todo lado, loucura total
ResponderExcluirExatamente, Caríssimo Confrade Geraldo. O meu bairro, Mirandópolis/ SP/Capital, é exemplo dessa corrida desenfreada, absurda. Só no meu entorno, atualmente, são seis edifícios tirando o SOL e , certamente, atravancará o trânsito na região, sem falar no sossego do bairro. Por que nossa capital, a mais populosa, há de crescer mais?!
ResponderExcluirO nosso Brooklon Velho está virando uma selva de pedra. Onde era a casa de um amigo e de seus cinco vizinhos, com terrenos arborizados e lindos jardins, hoje tem um conjunto de torres com 200 APs.
ResponderExcluirAs ruas continuam da mesma largura.
Preciso continuar contando???😪 Lídia Walder via Facebook.
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ResponderExcluirA pressa é devido à pressão. Trocadilho à parte, o setor imobiliário tem lobby forte o bastante pra fazer gato e sapato de São Paulo. A força da sociedade civil só engatinha na cidade. Quando ficar mais forte, poderá fazer alguma coisa... O que mais me preocupa é o tamanho dos prédios novos. São parrudos, gigantes... terá água pra todo mundo? Aliás, terá comprador pra tanto apto?
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