Já se sabia antes mesmo da privatização que o Estádio Pacaembu se tornara deficitário e seus resultados traziam prejuízos aos cofres públicos do município de São Paulo.
A Allegra Pacaembu assumiu o estádio em 2020 e a concessão de 35 anos para investir R$ 400 milhões em melhorias.
A empresa obteve o direito de promover alterações sem ferir o projeto original visto que o estádio foi tombado pelo patrimônio histórico.
Por isso, a demolição das arquibancadas causou surpresa e muita gente reclamou nas redes sociais.
As alterações nas arquibancadas, entretanto, estavam aprovadas. Isto já se sabia, o problema está no fato da Allegra Pacaembu não ter comunicado à sociedade com a devida transparência.
Bastava avisar nos diversos programas esportivos do rádio e da TV que iriam remover as arquibancadas para oferecer mais conforto aos que forem frequentar a praça esportiva quando a reforma estiver concluída
A Allegra Pacaembu não sabe utilizar a força do futebol a seu favor; falta a ela sensibilidade para entender como é a paixão dos paulistanos pelo futebol.
Muitos acompanharam jornadas memoráveis dos seus
clubes do coração naquelas dependências e guardam isso na lembrança.
Um anúncio prévio através da mídia diminuiria o impacto trazido pelas mudanças.
As assessorias de imprensa existem para alertar os gestores sobre esses procedimentos, mas há certos assessores mais preocupados em dificultar o trabalho dos jornalistas do que facilitar as coisas para os seus patrões.
Algo como: “Estamos trabalhando para trazer de volta as emoções do
futebol ao Pacaembu”, seria muito bem-vindo.
A Allegra Pacaembu visa o lucro a tal ponto que decidiu ampliar seus domínios para a Praça Charles
Miller.
A inclusão da possibilidade de exploração comercial da praça em frente à fachada do estádio, foi apresentada em abril último para a Secretaria de Desestatização e Parcerias da Prefeitura de São Paulo.
Além deste pedido, foi solicitada a redução de 71% do valor de outorga do estádio, a ser pago para a gestão municipal.
São cerca de R$ 10 milhões a menos para os cofres públicos e, não satisfeitos, os novos gestores querem também a extensão do prazo do contrato da concessão.
Além dos 35 anos já definidos querem mais 15 para compensar o investimento e assim completar 50 anos administrando o Pacaembu.
A justificativa é compensar os prejuízos trazidos pela pandemia.
A Prefeitura de São Paulo ainda não respondeu oficialmente aos pedidos feitos pela empresa, visto que a pandemia afetou a todos e não só os gestores do estádio da municipalidade.
Mesmo em obras, o Pacaembu seguiu funcionando,
inclusive, o hospital de campanha montado em 2020 não foi para lá de
graça.
Para o mês de julho próximo está marcada a Mobility
& Show 2022, entre os dias 29, 30 e 31. Se trata de uma feira de automóveis,
equipamentos e serviços voltada ao público PCD que irá acontecer dentro da praça esportiva.
O que mais me preocupa é projeto do edifício com o formato de uma gaiola, a ser construído no lugar do Tobogã, por causa dos erros de acessibilidade observados por nós e confirmados pela Comissão Permanente de Acessibilidade da Prefeitura.
Este órgão municipal ficou de apresentar uma análise, mas seus integrantes se negam a tocar no assunto, fazem o jogo da Allegra Pacaembu. O que os impede de serem transparentes?
Aguardo respostas dessa comissão formada, entre outros, por Cid Torquato e Silvana Cambiaghi, arquitetos e também Pessoas com Deficiência, como eu.
Tais atitudes trazem lembranças de algumas canções:
“...Cada tábua que caia, doía no
coração...” (Saudosa Maloca - Adoniran)
“...A força da grana que ergue e destrói
coisas belas...”(Sampa - Caetano)
“...A solução é alugar o Brasil...” (Aluga-se - Raul Seixas)
Como assim o Pacaembu era "deficitário"? Um estádio de futebol com as instalações mais que amortizadas, não tem como ser deficitário, se gerido com atenção e carinho. E ainda que a conta não bata, não fique no azul, certamente não vai ficar vermelha de jeito a levar a prefeitura à falência. Muito longe disso! Tem que entrar nessa contabilidade a dita alegria da população, apaixonada por futebol. E sem esquecer o uso social e esportivo dos outros equipamentos que existem ali no complexo. Não pagam R$ 3 bilhões para subsidiar os transportes? Se tiverem que gastar, sei lá, R$ 300 mil por ano, para subsidiar a alegria do povo, e o equipamento esportivo, qual o problema? Não é para isso que pagamos impostos? Agora, por serem uns desinteressados e incompetentes, entregam para a iniciativa privada, que vai cobrar por cada uso que fizer lá, certamente um uso elitista. Iria mais longe mas paro por aqui. A foto da arquibancada "arrancada" é muito dolorida de ver...
ResponderExcluirDesde 1997 vinha dando prejuízo. Celso Pitta foi o primeiro a falar em privatização. Apagões na iluminação, banheiros estourados, Tobogã com rachaduras e depois, com as arenas do Corinthians e do Palmeiras quase não havia jogos.
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