quarta-feira, 23 de abril de 2025

Peço respeito ao Papa Francisco e à sua Igreja

A morte de Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, tem sido nos últimos dias o assunto mais comentado nas redes sociais.

Como sempre há os que elogiam e os que criticam, mas percebe-se muita desinformação sobre o que representa a figura do sumo-pontífice.

Até já me perguntaram: Para que serve o Papa?

Todo Papa é escolhido para ser o líder espiritual e administrativo da Igreja Católica no mundo todo.

Durante seu pontificado, ele guia os destinos da instituição no que diz respeito aos assuntos ligados à fé e ao comportamento dos católicos sob a luz do Evangelho.

Cabe ao Papa também zelar pela integridade da Igreja e exercer as funções de chefe de Estado do Vaticano.

Muitos não percebem, ou não sabem, mas a Igreja Católica é a mais antiga instituição em atividade no mundo ocidental.

Ao longo da história cometeu inúmeros erros, mas se fosse tão ruim como dizem os detratores que só se lembram das fogueiras da Inquisição, já teria sido extinta.

Os romanos já estavam cansados de perseguir os cristãos que cresciam em número cada vez maior.

Foi então que o imperador Constatino I, que viveu entre 272 e 337, e governou Roma por 31 anos, anuncia ter visto no céu uma cruz com a inscrição "In Hoc Signo Vinces", ou seja, "Com este Sinal Vencerás"!

Alguns historiadores discordam que Constantino tenha se convertido e, de fato, não há como se afirmar se houve a sua conversão.

Ele, entretanto, pôs fim às perseguições e deu liberdade ao cristianismo que se tornou de fato em uma religião.

A queda do Império Romano do Ocidente ocorre em 476 e marca a deposição do último líder, Romulo Augusto, por Odoacro, um líder e guerreiro bárbaro.

O esfacelamento completo levaria mais tempo, mas a Igreja Católica Apostólica Romana sobrevive e prossegue sua jornada.

Resumindo, muita gente manifesta suas opiniões nas redes tendo por base somente os erros cometidos pela Igreja, mas e os benefícios?

Muitas pessoas não sabem que a Igreja Católica é a maior instituição caritativa do planeta.

Se a Igreja Católica saísse da África, 60% das escolas e hospitais seriam fechados.

No Brasil, até a década de 1950, quando não existia nenhuma política de saúde pública em nosso País, eram as casas de caridade da Igreja que cuidavam das pessoas que não tinham condições de pagar um hospital.

Isto sem falar dos orfanatos, asilos e leprosários existentes na Ásia, na Oceania e na América Latina.

Depois de ser eleito Papa, em 2013, Francisco deu início a um processo que trouxe transparência às contas do Vaticano.

Ele criou um Conselho para a Economia, com membros religiosos e laicos, visando centralizar a contabilidade para impor disciplina econômica com governança orçamentária.

Descobriu-se que havia, €1,1 bilhão em ativos não declarados e se contratou uma auditoria externa abrangente com a Pricewaterhouse Coopers -PwC.

Após 12 anos de pontificado, Francisco deixa um Vaticano financeiramente mais transparente e responsável.

Auditorias independentes, prestação pública de contas e colaboração internacional agora são rotina.

O que virá daqui pra frente, só mesmo Deus para saber, mas os caminhos da transparência foram abertos.

Há outros problemas a se resolver como as divisões internas entre progressistas e fundamentalistas e a polarização política.

Meu objetivo nesse texto não é o de seguir adiante nas discussões sobre o futuro da Igreja e sim alertar para que não se levantem "falsos testemunhos" contra quem quer que seja, até mesmo o Papa, sem a devida informação.


Fontes:

Invest News - Transparência nas finanças do Vaticano: um legado do papa Francisco - por Alexandre Versignassi e Dhiego Maia - 21 abr.2025

https://investnews.com.br/economia/transparencia-nas-financas-do-vaticano-um-legado-do-papa-francisco/

Vatican News e Wikipedia

 


quarta-feira, 16 de abril de 2025

Reflexões sobre a última ceia na pintura de Leonardo da Vinci

Recebo diariamente mensagens em podcast que me chegam através do WhatsApp.

Uma delas é o “Mini Sermão”, do padre Joãozinho, de Santa Catarina, outra me é transmitida por um colega evangélico, o pastor e jornalista Walter Fernandes, residente na Itália, e se chama “Presente Diário”.

Desses recados matinais, extraí as reflexões que seguem nessa postagem, tendo por base o quadro “Última Ceia”, de Leonardo da Vinci, pintado entre 1494 e 1498.


 A obra na época foi financiada pelo duque Ludovico Sforza, responsável pelo convento dominicano de Santa Maria delle Grazie, em Milão.

O quadro original mede 4,6 metros de altura por 8,8 metros de comprimento e segue exposto, conforme informações que obtive, neste mesmo convento até hoje.

Leonardo da Vinci viveu entre 1452 e 1519 e pode ser considerado um polímata, ou seja, aquele que detém conhecimento em diversos assuntos.

Antes de fazer a pintura ele pesquisou os textos bíblicos, daí a postura e o gestual de cada dos participantes da ceia, incluindo Jesus Cristo, o mestre de Nazaré.


Várias reproduções da pintura original aparecem pelo mundo afora, não vamos entrar em detalhes sobre isso.

Procure, entretanto, observar atentamente cada um dos participantes da cena.

O jantar chegava ao final e Jesus faz uma revelação inesperada e sincera: “Um de vós há de me trair”.

Cada convidado passa a reagir de acordo com aquilo que traz em seu pensamento, a obra de arte parece ganhar movimento.

Leonardo da Vinci capta esta reação por isso a pintura também chamada de “Santa Ceia” se destaca ao longo dos séculos.


João, sentado à direita se mostra calmo, é o discípulo amado. À esquerda do mestre, está Tiago, seu irmão com rosto admirado e de braços abertos como a perguntar. “Qual a razão para trai-lo?”

Tomé levanta o dedo e quer uma prova. Filipe de pé, parece não entender o que está acontecendo, talvez estivesse distraído. 

Mateus olha para os últimos à sua esquerda, Tadeu e Simão, e pede que eles prestem atenção.

Bartolomeu, do outro lado, segura na mesa e se lembra que quando conheceu Jesus, o tratou com ironia e agora se mostra inseguro, parece não acreditar no que acabou de ouvir.

André, o irmão de Pedro, levanta as mãos como a dizer: "Eu não!" Pedro pede a João que explique o que aconteceu e pergunta ao Mestre: "Quem seria?" O traidor, Judas Iscariotes, agarra um saquinho de moedas.  


Descobrir-se vítima de uma traição deve ser um dos piores sentimentos para o ser humano. Jesus passou por isso

Neste caso, já sabia de antemão quem cometeria a traição e que não seria apenas um.

Pedro, sempre impetuoso, afirma que jamais o abandonaria e o Senhor, para sua surpresa, anuncia que ele o negaria por três vezes.

É possível que Judas pertencesse a um grupo chamado “zelotes”, formado por nacionalistas que queriam ver a nação de Israel liberta do domínio dos romanos.

Talvez Judas tenha ficado decepcionado porque o “reino” que Jesus anunciava não tinha a conotação política que esperava.

Ele, portanto, não teve dificuldade de o entregar ao Sinédrio por 30 moedas de prata.

Quando Jesus foi preso, Pedro o acompanhou de longe e por três vezes, quando indagado se fazia parte do grupo dos doze, negou o Mestre.

Então o galo cantou e depois, o texto bíblico informa que Pedro “chorou amargamente”.

Mateus relata que Judas sentiu remorso, devolveu o dinheiro e se enforcou.

Depois de ressuscitar, Jesus apareceu aos discípulos e teve uma conversa séria e difícil com Pedro.

Perguntou a ele três vezes se o amava e pede para que apascente suas ovelhas, tal como um pastor cuida dos seus cordeiros.

O "Presente Diário" afirma que se Judas não tivesse se matado e pedido perdão, certamente Jesus também o perdoaria.

Conclusão: “Não importa o tamanho de nosso pecado. Se nos arrependermos sinceramente e o confessarmos ao Senhor, ele sempre perdoará”.


Fontes: João Carlos Almeida; padre músico e apresentador do "Mini Sermão", edição dia 15/04/25

Clarice Tammerik - Rádio Transmundial - programa "Presente Diário", edição dia 13/04/25

Trechos bíblicos citados: Jo 13,21-33.36-38 e Jo 21.15-19

Mt 26, 34-47-50 e Mt. 27. 1-5