A morte de Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco,
tem sido nos últimos dias o assunto mais comentado nas redes sociais.
Como sempre há os que elogiam e os que criticam, mas
percebe-se muita desinformação sobre o que representa a figura do
sumo-pontífice.
Até já me perguntaram: Para que serve o Papa?
Todo Papa é escolhido para ser o líder espiritual e
administrativo da Igreja Católica no mundo todo.
Durante seu pontificado, ele guia os destinos da
instituição no que diz respeito aos assuntos ligados à fé e ao comportamento
dos católicos sob a luz do Evangelho.
Cabe ao Papa também zelar pela integridade da Igreja e
exercer as funções de chefe de Estado do Vaticano.
Muitos não percebem, ou não sabem, mas a Igreja
Católica é a mais antiga instituição em atividade no mundo ocidental.
Ao longo da história cometeu inúmeros erros, mas se
fosse tão ruim como dizem os detratores que só se lembram das fogueiras da Inquisição,
já teria sido extinta.
Os romanos já estavam cansados de perseguir os
cristãos que cresciam em número cada vez maior.
Foi então que o imperador Constatino I, que viveu entre 272 e 337, e governou Roma por 31 anos, anuncia ter visto no céu uma cruz com a inscrição "In Hoc Signo Vinces", ou seja, "Com este Sinal Vencerás"!
Alguns historiadores discordam que Constantino tenha
se convertido e, de fato, não há como se afirmar se houve a sua conversão.
Ele, entretanto, pôs fim às perseguições e deu liberdade ao cristianismo que se tornou de fato em uma religião.
A queda do Império Romano do Ocidente ocorre em 476 e
marca a deposição do último líder, Romulo Augusto, por Odoacro, um líder
e guerreiro bárbaro.
O esfacelamento completo levaria mais tempo, mas a
Igreja Católica Apostólica Romana sobrevive e prossegue sua jornada.
Resumindo, muita gente manifesta suas opiniões nas redes tendo
por base somente os erros cometidos pela Igreja, mas e os benefícios?
Muitas pessoas não sabem que a Igreja Católica é a
maior instituição caritativa do planeta.
Se a Igreja Católica saísse da África, 60% das escolas
e hospitais seriam fechados.
No Brasil, até a década de 1950, quando não existia
nenhuma política de saúde pública em nosso País, eram as casas de caridade da
Igreja que cuidavam das pessoas que não tinham condições de pagar um hospital.
Isto sem falar dos orfanatos, asilos e leprosários
existentes na Ásia, na Oceania e na América Latina.
Depois de ser eleito Papa, em 2013, Francisco deu
início a um processo que trouxe transparência às contas do Vaticano.
Ele criou um Conselho para a Economia, com membros
religiosos e laicos, visando centralizar a contabilidade para impor disciplina econômica com governança orçamentária.
Descobriu-se que havia, €1,1 bilhão em ativos não
declarados e se contratou uma auditoria externa abrangente com a
Pricewaterhouse Coopers -PwC.
Após 12 anos de pontificado, Francisco deixa um Vaticano
financeiramente mais transparente e responsável.
Auditorias independentes, prestação pública de contas
e colaboração internacional agora são rotina.
O que virá daqui pra frente, só mesmo Deus para saber, mas os caminhos da transparência foram abertos.
Há outros problemas a se resolver como as divisões internas entre progressistas e fundamentalistas e a polarização política.
Meu objetivo nesse texto não é o de seguir adiante nas discussões sobre o futuro da Igreja e sim alertar para que não se
levantem "falsos testemunhos" contra quem quer que seja, até mesmo o Papa, sem a devida
informação.
Fontes:
Invest News - Transparência nas finanças do
Vaticano: um legado do papa Francisco - por Alexandre Versignassi e Dhiego Maia
- 21 abr.2025
Vatican News e Wikipedia